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Uma mulher australiana, de 64 anos, foi burlada numa quantia superior a 100 mil euros por um homem por quem se apaixonou no Facebook, mas que nunca conheceu na vida real. A vítima de um esquema fraudulento cada vez mais comum alerta para o risco das relações nas redes sociais.
Patricia Meister, de Queensland, na Austrália, apaixonou-se por uma homem que ela pensava ser uma pessoa de negócios, que conheceu no Facebook, em 2015. Em declarações ao "Daily Mail Australia", contou como se apaixonou por um italiano chamado Carlos, que era na verdade um nigeriano com intenção de a burlar.
Patricia explicou que ele era muito simpático e tentou aproximar-se, dando a conhecer vários aspetos da vida pessoal, escrevendo-lhe mensagens todos os dias, desde o momento em que ficaram amigos na rede social.
"Acho que quando o conheci, estava isolada. Estava solteira há algum tempo e nunca tinha visitado sites de relacionamentos", contou. "Começamos a falar e ele era muito inteligente e educado. Escrevia muito bem inglês e era bastante romântico. Estava apaixonada por ele", confidenciou.
A Patricia, o burlão disse que estava radicado na Brisbane e que trabalhava como decorador de interiores, tendo familiares em Itália e na Escócia. Só passado algum tempo é que o homem lhe começou a ligar e Patricia notou que o sotaque era ligeiramente diferente do habitual, sem nunca suspeitar que poderia ser africano.
Oito meses depois do início da relação, o homem pediu-lhe cerca de quinhentos euros porque o cartão de crédito não estava a funcionar e ele encontrava-se a trabalhar na Malásia, sem dinheiro. "Não me pareceu a coisa mais certa do mundo. Ainda assim, como não era uma grande quantidade de dinheiro, decidi fazer a transferência", conta.
Os pedidos não ficaram por aqui e o homem conseguia arranjar uma desculpa diferente justificando os diferentes valores. Quando se preparava para regressar a casa, alegou que todos os seus bens tinham sido retidos pelas autoridades da Malásia e voltou a pedir dinheiro emprestado. "O primeiro montante que lhe enviei foi de cerca de cinco mil euros. Pouco depois disse que precisava de mais cinco mil euros e eu voltei a enviar", lamenta.
O homem conseguia encontrar documentos capazes de justificar os pedidos e "havia sempre um advogado" presente nas conversas por telefone, que explicava as razões das avultadas quantidades de dinheiro que eram pedidas. "Quando me tentava pagar, dizia que o banco não deixava fazer uma transferência tão grande e que teria de fazer a devolução por correio", refere.
Assim que o dinheiro chegou a Melbourne, Patricia foi confrontada com um novo problema. Para levantar o dinheiro, era obrigada a pagar uma taxa elevada, quase do mesmo valor do empréstimo feito. Mesmo assim, encaminhou-se para o aeroporto para levantar o dinheiro.
Nesse mesmo dia, recebeu uma chamada telefónica. Do outro lado, alguém que ela não conhecia disse que Carlos e o advogado se tinham envolvido num acidente de carro e que precisavam de mais dinheiro para financiar o tratamento.
"Foi aí que percebi que tinha sido burlada", lamenta a mulher de 64 anos. O homem continuou a pedir dinheiro até ao dia em que Patricia lhe enviou uma mensagem a dizer que ele era um burlão. "Apanha-me se puderes", respondeu Carlos, na última mensagem trocada por ambos.
A mulher ficou sem cem mil euros e agora recebe ajuda de um grupo de pessoas com histórias semelhantes à dela.
IN:JN