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Extingue-se um idioma a cada 15 dias
Uma forma de falar, ouvir, pensar e representar o universo por parte do Homem desaparece para sempre a cada 15 dias, que é o ritmo de extinção das mais de 6.700 línguas existentes no mundo.
Em apenas duas gerações, terão desaparecido mais de metade destas línguas, ou seja, ter-se-ão perdido quase 4.000 formas de dizer «amor», segundo calculam os filólogos e linguistas.
A 21 de Fevereiro, quinta-feira, a UNESCO celebra o Dia Internacional da Língua Materna, no ano que já foi declarado pela ONU, como o Ano Internacional das Línguas.
Segundo a UNESCO, as línguas são veículos de transmissão dos sistemas de valores e de expressões culturais, constituindo um factor decisivo para a identidade de cada pessoa.
Ainda que sejam uma componente essencial do património vivo da humanidade, definição dada pela organização cultural e educativa da ONU, mais de metade dos cerca de 6.700 idiomas que existem estão em perigo de extinção.
Algumas línguas encontram-se concentradas num só país, tal como acontece no México, país de língua espanhola que, segundo o catálogo da publicação especializada «Ethnologue», possui cerca de 297 línguas vivas, ainda que em algumas, como o uto-azteca Opata, restem poucas frases por pronunciar: em 1993, apenas 11 pessoas falavam este idioma no Distrito Federal e quatro no Estado do México.
Noutros países, a quantidade de línguas é ainda maior: existem 820 línguas na Papua-Nova Guiné, 737 na Indonésia, 536 na Nigéria, 427 na Índia e ainda mais de 300 línguas sobreviveram à conquista do oeste nos Estados Unidos.
Em alguns países, a taxa de extinção é vertiginosa, como o Brasil, país que tem catalogadas 235 línguas, e provavelmente alguma por descobrir, assistiu ao desaparecimento de 47 idiomas durante o século XX.As 188 línguas vivas brasileiras, excepto o português e o espanhol, ficam prejudicadas por pertencerem a comunidades muito pequenas e dispersas.
Para que uma língua se encontre fora de perigo de extinção, deverá estar inserida numa comunidade com o mínimo de 100.000 pessoas, segundo os linguistas.
O chinês mandarim encontra-se fora de perigo, uma vez que é falado por 1.200 milhões de pessoas.O segundo idioma mais falado é o inglês, com 500 milhões, seguido pelo hindi, com 450 milhões, o espanhol com 400, o russo com 290, o árabe com 230, o português com 190 e o francês com 125 milhões.
Nesta era da comunicação, a Internet pode ser vista tanto como uma doença como um remédio.
A homogeneização linguística que promove, segundo os especialistas, é «salva» pelo seu uso como ferramenta de comunicação dos grupos dispersos que utilizam a sua língua materna e que assim a mantém.
Cerca de 60 por cento dos utilizadores da Internet utilizam-na em inglês, seguindo-se o espanhol, o alemão e o japonês.
As páginas da Internet estão escritas, na sua maioria (80 por cento) em inglês, sendo que quatro por cento se encontram em alemão e apenas um por cento em espanhol.
Os linguistas admitem que a «morte» de uma língua é um fenómeno natural da história do ser humano: «Nunca ninguém pode evitar a morte de uma língua, nem muito menos ressuscita-la», disse Alberto Gómez Font, linguista da Fundação do Espanhol Urgente (Fundéu).
O linguista espanhol afirma que, quanto muito, uma língua moribunda passa, mais cedo ou mais tarde, «para o museu» dos especialistas, mas a sua extinção como meio de comunicação é lamentável: «Quando morre uma língua, morre o conceito da vida, morre uma forma de entender a realidade».
Gomez Font destaca que o pior já foi superado, referindo-se ao universalismo napoleónico e à burocratização dos estados modernos que viam o pluralismo linguístico como um problema, aludindo em especial à política de unificação idiomática de Garibaldi na península italiana.
O filólogo recorda que recentemente o presidente de um dos países mais ricos em línguas autóctones, a Guatemala, se queixava desta mesma riqueza idiomática por ser difícil levar a cabo qualquer política de alfabetização.Agora tudo mudou: «Nos finais do século XX e princípios do XXI surgem os movimentos conservadores e ecologistas com uma tendência contrária, que consideram a morte de uma língua um drama e uma tragédia cultural», segundo Gomez Font.
«As administrações devem investir na sobrevivência das línguas», aconselha Gómez Font, que volta a dar como exemplo a Guatemala, onde os livros de texto são editados em vários idiomas locais.«A rádio também ajuda muito a manter viva a língua minoritária.
Recentemente, em Miami, um taxista haitiano escutava uma emissora crioula durante todo o trajecto», conta o linguista.
As línguas são consideradas pela UNESCO como parte do património da humanidade.
Uma forma de falar, ouvir, pensar e representar o universo por parte do Homem desaparece para sempre a cada 15 dias, que é o ritmo de extinção das mais de 6.700 línguas existentes no mundo.
Em apenas duas gerações, terão desaparecido mais de metade destas línguas, ou seja, ter-se-ão perdido quase 4.000 formas de dizer «amor», segundo calculam os filólogos e linguistas.
A 21 de Fevereiro, quinta-feira, a UNESCO celebra o Dia Internacional da Língua Materna, no ano que já foi declarado pela ONU, como o Ano Internacional das Línguas.
Segundo a UNESCO, as línguas são veículos de transmissão dos sistemas de valores e de expressões culturais, constituindo um factor decisivo para a identidade de cada pessoa.
Ainda que sejam uma componente essencial do património vivo da humanidade, definição dada pela organização cultural e educativa da ONU, mais de metade dos cerca de 6.700 idiomas que existem estão em perigo de extinção.
Algumas línguas encontram-se concentradas num só país, tal como acontece no México, país de língua espanhola que, segundo o catálogo da publicação especializada «Ethnologue», possui cerca de 297 línguas vivas, ainda que em algumas, como o uto-azteca Opata, restem poucas frases por pronunciar: em 1993, apenas 11 pessoas falavam este idioma no Distrito Federal e quatro no Estado do México.
Noutros países, a quantidade de línguas é ainda maior: existem 820 línguas na Papua-Nova Guiné, 737 na Indonésia, 536 na Nigéria, 427 na Índia e ainda mais de 300 línguas sobreviveram à conquista do oeste nos Estados Unidos.
Em alguns países, a taxa de extinção é vertiginosa, como o Brasil, país que tem catalogadas 235 línguas, e provavelmente alguma por descobrir, assistiu ao desaparecimento de 47 idiomas durante o século XX.As 188 línguas vivas brasileiras, excepto o português e o espanhol, ficam prejudicadas por pertencerem a comunidades muito pequenas e dispersas.
Para que uma língua se encontre fora de perigo de extinção, deverá estar inserida numa comunidade com o mínimo de 100.000 pessoas, segundo os linguistas.
O chinês mandarim encontra-se fora de perigo, uma vez que é falado por 1.200 milhões de pessoas.O segundo idioma mais falado é o inglês, com 500 milhões, seguido pelo hindi, com 450 milhões, o espanhol com 400, o russo com 290, o árabe com 230, o português com 190 e o francês com 125 milhões.
Nesta era da comunicação, a Internet pode ser vista tanto como uma doença como um remédio.
A homogeneização linguística que promove, segundo os especialistas, é «salva» pelo seu uso como ferramenta de comunicação dos grupos dispersos que utilizam a sua língua materna e que assim a mantém.
Cerca de 60 por cento dos utilizadores da Internet utilizam-na em inglês, seguindo-se o espanhol, o alemão e o japonês.
As páginas da Internet estão escritas, na sua maioria (80 por cento) em inglês, sendo que quatro por cento se encontram em alemão e apenas um por cento em espanhol.
Os linguistas admitem que a «morte» de uma língua é um fenómeno natural da história do ser humano: «Nunca ninguém pode evitar a morte de uma língua, nem muito menos ressuscita-la», disse Alberto Gómez Font, linguista da Fundação do Espanhol Urgente (Fundéu).
O linguista espanhol afirma que, quanto muito, uma língua moribunda passa, mais cedo ou mais tarde, «para o museu» dos especialistas, mas a sua extinção como meio de comunicação é lamentável: «Quando morre uma língua, morre o conceito da vida, morre uma forma de entender a realidade».
Gomez Font destaca que o pior já foi superado, referindo-se ao universalismo napoleónico e à burocratização dos estados modernos que viam o pluralismo linguístico como um problema, aludindo em especial à política de unificação idiomática de Garibaldi na península italiana.
O filólogo recorda que recentemente o presidente de um dos países mais ricos em línguas autóctones, a Guatemala, se queixava desta mesma riqueza idiomática por ser difícil levar a cabo qualquer política de alfabetização.Agora tudo mudou: «Nos finais do século XX e princípios do XXI surgem os movimentos conservadores e ecologistas com uma tendência contrária, que consideram a morte de uma língua um drama e uma tragédia cultural», segundo Gomez Font.
«As administrações devem investir na sobrevivência das línguas», aconselha Gómez Font, que volta a dar como exemplo a Guatemala, onde os livros de texto são editados em vários idiomas locais.«A rádio também ajuda muito a manter viva a língua minoritária.
Recentemente, em Miami, um taxista haitiano escutava uma emissora crioula durante todo o trajecto», conta o linguista.
As línguas são consideradas pela UNESCO como parte do património da humanidade.