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Feira do Livro do Porto abriu com a cidade como tema central

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Feira do Livro do Porto abriu com a cidade como tema central

Organização espera que o evento seja visitado por cerca de 300 mil pessoas
A 78.ª edição da Feira do Livro do Porto que ontem abriu ao público, prolongando-se até 10 de Junho, vai ficar marcada pela despedida do espaço de acolhimento, o Pavilhão Rosa Mota.

"A grande mostra da edição portuguesa", conforme a caracterização de Baptista Lopes, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) decorrerá, em 2009, na Avenida dos Aliados, ao ar livre, em plena Baixa do burgo. Um regresso nem sempre consensual, sobretudo quando é de tradição o certame coincidir com aguaceiros.

Novidades, novidades, são escassas. A iniciativa deste ano conta com a participação de 96 stands, e 60 editoras inscritas, menos cinco do que em 2007. Porém, há nove editoras novas com stand próprio, a presença de El Corte Inglés, por exemplo, e a estreia de dois participantes institucionais: a Fundação de Serralves, com livros e objectos alusivos à sua actividade, e o Parque Biológico de Gaia, também com livros, penas de aves e tipo de pedras, para além de outros materiais de grande atractividade para os amantes da natureza.

A cidade do Porto é o tema central desta feira, e daí a programação oficial contemplar uma série de debates e conversas sobre o seu pulsar. De ontem, da actualidade e do devir. Disso mesmo falou o jornalista e escritor Germano Silva, "Autor em Destaque". Os seus livros, escreveu Agustina, "são guias encantadores cheios de notas que resumem peripécias. Fontes, cafés, teatros, jardins, tudo são cantos do mundo. O Porto é o que mais parecido há com o mundo tal como o Caim o criou. Porque Deus fez o Paraíso e Caim o resto. Com alguma desordem, arrependimento e muito trabalho".

Germano, penafidelense de nascença, que começou a trabalhar como marçano num retroseiro, ama o Porto, as suas pedras, as suas gentes. E desmente haver poucos autores a pintar a cidade da sua afeição. Bastará, conta, folhear as teses de doutoramento da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Lamenta que tais trabalhos não seduzam os editores. É de esperar, portanto, que pelo café literário da feira passem personalidades ligadas à arte, ciência, cidadania, património, literatura, instituições culturais, ou muito não houvesse a dizer sobre a cidade de Garrett.

Nuno Canavez, mais de meio século em contacto com o livro, alfarrabista de mérito, garimpeiro de raridades, generoso na partilha, também será homenageado, porquanto o transmontano de origem se transformou numa figura de referência do Porto, burgo onde chegou aos 13 anos num dia em que, pela primeira vez, calçou sapatos, vestiu fato e andou de comboio.

À margem das distinções, estão confirmadas as presenças de Lobo Antunes, AlbanoMartins, Mário Cláudio, Miguel Veiga, José Luís Borges Coelho, Nuno Grande, Sobrinho Simões. É a literatura, a cidadania, a importância da universidade a concitar as atenções para abordagens díspares, enriquecidas pelos contributos do público.

Ao fim da tarde de ontem, o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, inaugurou a feira, percorreu os stands, revelando o seu apreço por obras de história e de política, porquanto as de economia já relegou para segundo plano, sublinhou.

O autarca reafirmou o virar da página, ou seja, a realização da Feira do Livro do Porto de 2009 na Avenida dos Aliados.


DN
 
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