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Festival de Poesia de Berlim começou hoje
Começou este sábado o Festival de Poesia de Berlim, que este ano é dedicado à lírica lusófona, e contará com a presença de cerca de 150 artistas de 25 países, incluindo 40 poetas e músicos de expressão portuguesa.
O grande evento, cujo lema é «Die Welt auf Portugiesisch» (O Mundo em Português), iniciou-se esta manhã com o Poets´Corner (Canto dos Poetas), em que vários autores declamaram trechos das suas obras em diversos bairos de Berlim.
Um dos pontos altos do festival será a noite de poesia deste sábado, intitulada «Weltklang» (Sons do Mundo), em que 10 poetas, entre os quais o português Manuel Alegre e o brasileiro Arnaldo Antunes, lerão poemas seus no original, na Akademie der Kuenste (Academia das Artes). O público poderá acompanhar as declamações através de uma antologia de todos os poemas traduzidos para o alemão, numa sessão que pretende ser «um concerto de vozes e de línguas», como disse o director do festival, Thomas Wohlfaht.
Na cerimónia inaugural, na sexta-feira à noite, Wohlfhart afirmou que a língua portuguesa «é uma simbiose entre a música e a poesia, que engloba fado, bossa-nova e outros estilos mais modernos, e ouvi-los é como ser acariciado com seda». Por seu turno, o escritor e director da secção de Literatura da Academia das Artes, Volker Braun, fez votos para que o Festival de Poesia «crie uma paisagem de grande folêgo, ondulada, de largo traço».
A razão principal para a a escolha do Português como tema do festival é o facto de se tratar da quinta língua mais falada do mundo, lembrou em seguida o Secretário de Estado da Cultura do Senado de Berlim, André Schmitz. Em nome dos países lusófonos acreditados na Alemanha, o embaixador de Portugal, José Caetano da Costa Pereira, lembrou que o maior festival de poesia da Europa será «uma grande mostra da dimensão, qualidade e diversidade» da língua portuguesa e da poesia em português.
A encerrar a sessão, a poetisa angolana Ana Paula Tavares declamou o seu poema «Estrangeiro», vertido para o alemão por Sarita Brandt, e o português Paulo Teixeira leu «Saudação», cuja versão alemã esteve a cargo de Niki Graça.
Um dos espectáculos mais aguardados do festival é um concerto dos brasileiros Chico César e Arnaldo Antunes, na terça-feira, na Academia das Artes. No domingo, o destaque vai para a viagem poético-musical intitulada «O Mar de África», com Armando Artur (Moçambique), Olinda Beja, Grada Kilomba, Filipe Santo (S. Tomé e Príncipe), Kalaf, Ndu, João Maimona (ambos Angola), Tony Cheka (Guiné-Bissau) e Mário Lúcio (Cabo Verde).
O programa inclui também um retrato poético de Lisboa, na segunda-feira, com a participação dos poetas Teresa Balté, Ana Paula Tavares e Paulo Teixeira, do raper Pacman, dos Da Weasel, de Miguel Gonçalves (guitarra clássica), Paulo Parreira (guitarra portuguesa) e a fadista Aldina Duarte. Esta apresentação da cena poética da capital portuguesa será acompanhada por filmes de Jorge Colombo, e moderada pela tradutora Niki Graça.
A música, desta vez na sua expressão electrónica, em simbiose com a poesia, dominará o programa de quarta-feira, num espectáculo intitulado e.poesie, em que o português Miguel Azguime interpretará a sua obra electro-acústica «Em Fuga», sob poemas do alemão Christian Uetz.
A Situação da Poesia no Mundo de Língua Portuguesa - Um Diagnóstico Pós-Colonial, será pretexto, na quinta-feira, para um debate com a escritora portuguesa Ana Luísa Amaral, Armando Artur, escritor e presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa em Moçambique, Maria Carlos Loureiro, da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, e o escritor brasileiro Henriques Britto.
Ana Luísa Amaral, Paulo Teixeira Pedro Sena-Lino (Portugal), Angélica Freitas, Marco Lucchesi, Pedro Henriques Britto, Ricardo Domeneck (Brasil), Tony Cheka (Guiné-Bissau) Ana Paula Tavares (Angola), Luís Carlos Patraquim (Moçambique) e Tony Tcheka (Guiné-Bissau) serão os protagonistas, em conjunto com outros tantos poetas de língua alemã, de uma oficina de tradução de poemas para Português e Alemão, com a ajuda de vários tradutores. A inédita experiência intitula-se VERSschmuggel (Contrabando de Versos), estende-se por todo o festival e os resultados serão apresentados na quinta-feira e na sexta-feira.
Ao todo, haverá 40 actividades durante o festival, que deverá atrair mais de 10 mil pessoas à Academia das Artes, até 13 de Julho. Do programa consta também uma exposição sobre a literatura brasileira de cordel, no átrio da Academia das Artes, a par da exibição de documentários sobre poetas portugueses e brasileiros.
Esta última mostra, marcada para Outubro, inclui «Sobre o Lado Esquerdo», de Margarida Gil, sobre o universo literário de Carlos de Oliveira, e «Autografia», de Miguel Gonçalves, dedicado ao poeta e pintor surrealista Mário Cesariny.
Diário Digital / Lusa
Começou este sábado o Festival de Poesia de Berlim, que este ano é dedicado à lírica lusófona, e contará com a presença de cerca de 150 artistas de 25 países, incluindo 40 poetas e músicos de expressão portuguesa.
O grande evento, cujo lema é «Die Welt auf Portugiesisch» (O Mundo em Português), iniciou-se esta manhã com o Poets´Corner (Canto dos Poetas), em que vários autores declamaram trechos das suas obras em diversos bairos de Berlim.
Um dos pontos altos do festival será a noite de poesia deste sábado, intitulada «Weltklang» (Sons do Mundo), em que 10 poetas, entre os quais o português Manuel Alegre e o brasileiro Arnaldo Antunes, lerão poemas seus no original, na Akademie der Kuenste (Academia das Artes). O público poderá acompanhar as declamações através de uma antologia de todos os poemas traduzidos para o alemão, numa sessão que pretende ser «um concerto de vozes e de línguas», como disse o director do festival, Thomas Wohlfaht.
Na cerimónia inaugural, na sexta-feira à noite, Wohlfhart afirmou que a língua portuguesa «é uma simbiose entre a música e a poesia, que engloba fado, bossa-nova e outros estilos mais modernos, e ouvi-los é como ser acariciado com seda». Por seu turno, o escritor e director da secção de Literatura da Academia das Artes, Volker Braun, fez votos para que o Festival de Poesia «crie uma paisagem de grande folêgo, ondulada, de largo traço».
A razão principal para a a escolha do Português como tema do festival é o facto de se tratar da quinta língua mais falada do mundo, lembrou em seguida o Secretário de Estado da Cultura do Senado de Berlim, André Schmitz. Em nome dos países lusófonos acreditados na Alemanha, o embaixador de Portugal, José Caetano da Costa Pereira, lembrou que o maior festival de poesia da Europa será «uma grande mostra da dimensão, qualidade e diversidade» da língua portuguesa e da poesia em português.
A encerrar a sessão, a poetisa angolana Ana Paula Tavares declamou o seu poema «Estrangeiro», vertido para o alemão por Sarita Brandt, e o português Paulo Teixeira leu «Saudação», cuja versão alemã esteve a cargo de Niki Graça.
Um dos espectáculos mais aguardados do festival é um concerto dos brasileiros Chico César e Arnaldo Antunes, na terça-feira, na Academia das Artes. No domingo, o destaque vai para a viagem poético-musical intitulada «O Mar de África», com Armando Artur (Moçambique), Olinda Beja, Grada Kilomba, Filipe Santo (S. Tomé e Príncipe), Kalaf, Ndu, João Maimona (ambos Angola), Tony Cheka (Guiné-Bissau) e Mário Lúcio (Cabo Verde).
O programa inclui também um retrato poético de Lisboa, na segunda-feira, com a participação dos poetas Teresa Balté, Ana Paula Tavares e Paulo Teixeira, do raper Pacman, dos Da Weasel, de Miguel Gonçalves (guitarra clássica), Paulo Parreira (guitarra portuguesa) e a fadista Aldina Duarte. Esta apresentação da cena poética da capital portuguesa será acompanhada por filmes de Jorge Colombo, e moderada pela tradutora Niki Graça.
A música, desta vez na sua expressão electrónica, em simbiose com a poesia, dominará o programa de quarta-feira, num espectáculo intitulado e.poesie, em que o português Miguel Azguime interpretará a sua obra electro-acústica «Em Fuga», sob poemas do alemão Christian Uetz.
A Situação da Poesia no Mundo de Língua Portuguesa - Um Diagnóstico Pós-Colonial, será pretexto, na quinta-feira, para um debate com a escritora portuguesa Ana Luísa Amaral, Armando Artur, escritor e presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa em Moçambique, Maria Carlos Loureiro, da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, e o escritor brasileiro Henriques Britto.
Ana Luísa Amaral, Paulo Teixeira Pedro Sena-Lino (Portugal), Angélica Freitas, Marco Lucchesi, Pedro Henriques Britto, Ricardo Domeneck (Brasil), Tony Cheka (Guiné-Bissau) Ana Paula Tavares (Angola), Luís Carlos Patraquim (Moçambique) e Tony Tcheka (Guiné-Bissau) serão os protagonistas, em conjunto com outros tantos poetas de língua alemã, de uma oficina de tradução de poemas para Português e Alemão, com a ajuda de vários tradutores. A inédita experiência intitula-se VERSschmuggel (Contrabando de Versos), estende-se por todo o festival e os resultados serão apresentados na quinta-feira e na sexta-feira.
Ao todo, haverá 40 actividades durante o festival, que deverá atrair mais de 10 mil pessoas à Academia das Artes, até 13 de Julho. Do programa consta também uma exposição sobre a literatura brasileira de cordel, no átrio da Academia das Artes, a par da exibição de documentários sobre poetas portugueses e brasileiros.
Esta última mostra, marcada para Outubro, inclui «Sobre o Lado Esquerdo», de Margarida Gil, sobre o universo literário de Carlos de Oliveira, e «Autografia», de Miguel Gonçalves, dedicado ao poeta e pintor surrealista Mário Cesariny.
Diário Digital / Lusa