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Fidel Castro

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Fidel Castro

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Fidel Alejandro Castro Ruz (Birán, Holguín, 13 de Agosto de 1926) é o primeiro secretário do Comité Central do Partido Comunista de Cuba e presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros (presidente da República) de Cuba, a qual governa desde 1959 como chefe de governo e de 1976 como chefe de estado.

Em 19 de Fevereiro de 2008, Castro anunciou no jornal do partido comunista Granma que não se recandidataria ao cargo de presidente de Cuba, cinco dias antes do seu mandato terminar.[1]

Para seus defensores, Castro teria representado o herói de uma revolução social e a garantia de repartição equitativa da riqueza no país, devido a sua política socialista. Para seus adversários, internos e externos, no entanto, Castro foi um líder de regime ditatorial baseado numa política de partido único. Foi um líder bastante contestado e também admirado internacionalmente, principalmente pela sua ideológica e forte resistência às influências comerciais e sociológicas dos Estados Unidos da América.

Biografia

Infância e estudos

Nascido da união entre Ángel Castro Argiz, imigrante da Galiza, e Lina Ruz González, Fidel Castro, que é canhoto[2] foi educado em colégios jesuítas, como o La Salle, Dolores (ambos localizados em Santiago de Cuba) e Colegio Belén (em Marianao, Havana). Foi um acólito (ajudante do padre na missa). Alto e de porte atlético, foi premiado como o melhor atleta estudantil secundarista cubano em 1944. Em 1945 entrou na Universidade de Havana. Enquanto cursava o segundo ano (1946-1947) editou, em colaboração com Baudilio Castellanos, o periódico mensal Saeta, impresso em seu mimeográfo pessoal, no qual reproduzia além de outras coisas, conferências de classes para entregar gratuitamente a seus colegas de estudo.

Durante sua permanência na Universidade de Havana (onde graduou-se em Direito em 1949), foi dirigente da Federação de Estudantes Universitários (FEU) a diferentes instâncias, participou da frustrada expedição de Cayo Confites (1947) para lutar contra a tirania de Rafael Leónidas Trujillo na República Dominicana e colaborou no projecto para celebrar o Congresso Latino-americano de Estudantes que coincidiu com a IX Conferência Panamericana, o que o levou junto a Alfredo Guevara, dentre outros, a Colômbia.

Início da carreira política

Depois de graduado, dedicou-se de modo especial à defesa dos opositores ao governo, trabalhadores e sindicatos, denunciou as corrupções e actos ilegais do governo de Carlos Prío através do diário Alerta e das emissoras Radio Álvarez e COCO e se vinculou estreitamente ao Partido do Povo Cubano (Ortodoxo) que era liderado por Eduardo Chibás, partido pelo qual sería candidato a Representante nas eleições de 1952. O golpe de estado em 10 de Março de 1952 por Fulgencio Batista, ao qual Fidel condenou no diário La Palabra e pretendeu levar aos tribunais, o convenceu da necessidade de buscar novas formas de acção para transformar a sociedade cubana.

Nos dias que seguiram o golpe, imprimiu em mimeógrafo e distribuiu clandestinamente sua denúncia. Se uniu a jovens que editavam o periódico clandestino, Son los Mismos, sugeriu a troca de seu nome pelo de El Acusador e foi co-editor deste novo órgão, onde assinou seus trabalhos apenas com seu segundo nome, Alejandro. Este mesmo pseudónimo utilizaria mais tarde em suas correspondências e mensagens.

Daquele grupo sairia o núcleo inicial de jovens que sob seu comando atacariam de assalto ao Quartel Moncada em Santiago de Cuba e de Céspedes, (Bayamo) em 26 de Julho de 1953 e fundaria depois o Movimento Revolucionário 26 de Julho (M-26-7).

A história me absolverá

No julgamento que se seguiu pelas acções, assumiu sua própria defesa e defendeu o direito dos povos de lutarem contra a tirania. Condenado a quinze anos de prisão, começou a cumprir a pena na prisão de Boniato (Santiago de Cuba) e depois foi transferido ao Presídio Modelo (Isla de Pinos), onde reelaborou sua auto-defesa que levou o nome de "A história me absolverá" que teve sua primeira publicação e distribuição clandestinas em 1954 e desde então foi editada numerosas vezes em Cuba, como em muitos outros países e traduzido nos mais diversos idiomas.

Amnistia

Após ser amnistiado em Maio de 1955 graças a um amplo movimento popular, ocorreu uma intensa tarefa periodista de carácter político através do diário La Calle e do semanário Bohemia e em aparições em rádio auditivas e televisivas enquanto estruturava o movimento 26 de Julho em escala nacional e internacional.


Novo exílio no México


Porém, ao começarem a censurar seus artigos e a cerrarem as vias e meios legais de expressão de suas ideias, decidiu rumar, apenas dois meses depois ao seu exílio no México onde trabalhou na preparação dos homens que o acompanhariam em seu intento de iniciar a luta insurreccional em Cuba, participou em actividades políticas, escreveu o Manifesto número um do Movimento 26 de Julho ao povo de Cuba que circulou clandestinamente na Ilha e firmou, com José Antonio Echeverría, presidente da FEU, o Pacto do México a favor da unidade das forças que se opunham à ditadura de Fulgêncio Batista.

Preparação da revolução

Em 1955 viajou aos Estados Unidos em busca de apoio dos emigrados cubanos neste país. Pronunciou discursos em Nova York e Miami. Ao fim de Novembro de 1956, partiu do porto mexicano de Tuxpan, a bordo do Iate Granma, com varias dezenas de combatentes e em 2 de Dezembro desembarcaram na praia Las Coloradas, próxima a Niquero (Oriente), e se abrigaram em Sierra Maestra onde permaneceu por mais de dois anos a frente do Exército Rebelde Cubano, do qual era Comandante em Chefe.

Neste intermédio, desenhou e guiou a táctica e a estratégia da luta contra a ditadura baptistiana, financiada e apoiada pelos estadunidense e pela unidade de acção das forças opositoras revolucionárias. Comandou diversos combates que culminaram em vitórias de suas tropas, orientou a criação de novas frentes guerrilheiras em Oriente e Las Villas, trabalhou na preparação de leis fundamentais que deveriam promulgar-se uma vez alcançada a vitória e divulgou suas ideias nacional e internacionalmente, através de meios improvisados na própria Sierra Maestra como o periódico El Cubano Libre, a emissora Radio Rebelde e mediante entrevistas realizadas por periodistas cubanos e estrangeiros.

Pós-revolução

Depois do desmantelamento do regime ditatorial pela fuga de Batista em 1 de Janeiro de 1959, convocou generais para consolidar a vitória da Revolução e marchou até Havana, onde entrou em 8 de Janeiro. O Governo revolucionário instaurado o designou primeiramente Comandante em Chefe de todas as forças armadas, terrestres, aéreas e marítimas e depois, em meados de Fevereiro, Primeiro-ministro.

Fidel Castro visitou, após a vitória, os Estados Unidos da América[3]. A URSS deu apoio económico e militar ao novo governo de Castro, comprando a maioria do açúcar cubano. A partir de então, Cuba passou a sofrer um embargo económico por parte dos Estados Unidos. A este respeito Fidel Castro disse "Nuestro pueblo heroico ha luchado 44 años desde una pequeña isla del Caribe a pocas millas de la más poderosa potencia imperial que ha conocido la humanidad. Con ello ha escrito una página sin precedentes en la historia. Nunca el mundo vio tan desigual lucha." (discurso de 1 de Maio de 2003, em La Habana). (Cuba já sofria o embargo... está tudo extremamente inconsistente e fora de tempo).

Imediatamente começou a impulsionar a criação de um novo aparato estatal, escreveu leis a favor dos sectores mais desfavorecidos, entre essas leis encontra-se a lei de Reforma Agrária, que firmou ainda em Sierra Maestra em 17 de maio. Também fundou órgãos de novo tipo como o Instituto Nacional de Reforma Agrária (INRA, do qual foi seu primeiro presidente) e instituições culturais como a Imprensa Nacional de Cuba e o Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC). O anúncio de sua renúncia ao cargo de Primeiro Ministro em meados de Julho de 1959 pelos obstáculos colocados pelo presidente Manuel Urrutia às leis e medidas revolucionárias, motivou uma massiva exigência popular para que se reincorporasse ao mesmo e forçou a renúncia do presidente.

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Fidel Castro discursando em Havana, 1978, imagem por Marcelo Montecino

Em 26 de Julho, retomou o cargo. A partir de então pode levar adiante, desde os primeiros anos posteriores ao triunfo da Revolução, medidas e atividades de grande envergadura para o desenvolvimento ulterior do pais em todas as ordens, como a nacionalização de empresas estrangeiras, a Reforma Urbana, o desenvolvimento da indústria nacional e a diversificação agrícola, a Campanha de Alfabetização (pioneira no mundo), a nacionalização e gratuidade do ensino em todos os níveis, a eliminação da saúde pública privada e do desporto profissional, a melhoria das condições de vida dos sectores mais populares, o estabelecimento de vínculos com nações de todo o mundo e todos sistemas sociais de governo, a incorporação de Cuba ao Movimento de Países Não Alinhados, a definição de uma política exterior independente, e a declaração do caráter socialista da revolução em Abril de 1961.

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Fidel Castro diante da estátua de José Martí, em Havana

Conseguiu, ademais, a unidade das forças revolucionárias e anti-imperialistas do pais em organizações massivas como a Associação de Jovens Rebeldes (ARJ), os Comitês de Defesa da Revolução (CDR), as Milícias Nacionais Revolucionárias (MRN), a União de Pioneiros de Cuba (UCP), a Federação de Mulheres Cubanas (FMC) e outras de carácter mais selectivos e político. Escreveu textos fundamentais da história contemporânea de Cuba e da América Latina como os da Primeira (1960) e Segunda (1962) Declaração de Havana. Em Abril de 1961 dirigiu pessoalmente as tropas que derrotaram a invasão mercenária em Playa Girón, financiada e organizada pelos Estados Unidos.

Sua intervenção em uma reunião com escritores e artistas na Biblioteca Nacional José Martí em Junho de 1961, publicada depois sobre o título de Palavras aos Intelectuais, definiu aspectos da política cultural da Revolução ainda vigentes e facilitou a realização, em Agosto deste mesmo ano, do Primeiro Congresso Nacional de Escritores e Artistas de Cuba.

Foi membro do conselho de direcção de Cuba Socialista (1961-1967). Desde Outubro de 1965, quando o PURCS tomou o nome de Partido Comunista de Cuba, (PCC), têm sido membro de seu Comité Central e seu Primeiro-ministro.

Assim mesmo, ao constituir-se a Assembleia Nacional do Poder Popular em 1977, esta o elegeu Presidente dos Conselhos de Estado e Ministros, cargos nos quais têm sido ratificados desde então. Por suas responsabilidades a frente do PCC, o Estado e o Governo cubanos tem sido o principal orientador e impulsor das estratégias de desenvolvimento do país em todos os sentidos, assim como o arquitecto da política internacional da Revolução Cubana.

Relações mundiais

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Castro e o presidente brasileiro Lula da Silva (na esquerda)


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Schafik Handal, Hugo Chávez, Fidel Castro e Evo Morales, em Havana, 2004

A partir de 1959 tem viajado a uma infinidade de países da América Latina, Europa, África e América do Norte, para representar Cuba em congressos e conferências dos mais diversos tipos e organizações, assim como em outras actividades oficiais e visitas amistosas.

De especial significado têm sido sua presença nas cúpulas do Movimento de Países Não Alinhados. Documentos políticos, discursos, intervenções, artigos e entrevistas suas têm sido difundidos em livros próprios ou compilações, em filmes e nos mais importantes orgãos de imprensa escrita e emissoras de rádio e televisão de Cuba e de todo o mundo. Em 1961 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz.

Varias universidades da Europa e América Latina lhe conferiram o título de Doctor Honoris Causa. Têm recebido também, múltiplas condecorações por seu labor em prol das relações com outros países, assim como o Prêmio Mijail Sholojov ortogado pela União de Escritores da Rússia em 1995.


Transferência inédita e retirada de poder


Em 1 de Agosto de 2006, Fidel Castro delegou em carácter provisório, por conta de uma doença intestinal que, segundo o próprio, seria grave[4], suas funções de comandante supremo das Forças Armadas, secretário-geral do Partido Comunista de Cuba e de presidente do Conselho de Estado (cargo máximo da República Cubana) ao seu irmão Raúl Castro, Ministro da Defesa. Inúmeras críticas surgiram, e em Outubro de 2006 a imprensa mundial afirmou que ele possui um câncer [5], fato não confirmado.

O poder passou em definitivo para as mãos de seu irmão Raul Castro após Fidel Castro decidir retirar-se do poder em 24 de Fevereiro de 2008, após o parlamento definir a nova cúpula governamental.[1] Cinco dias, Fidel anunciou que não aceitaria novamente, se eleito, o cargo de Chefe de Estado. Em uma mensagem publicada no jornal oficial Granma, ele escreveu: "Não aspirarei nem aceitarei - repito - não aspirarei nem aceitarei o cargo de Presidente do Conselho de Estado e Comandante-em-Chefe" e assinou-a.[6]

Ele também escreveu que estaria traindo sua consciência ocupando uma responsabilidade que requer mobilidade na qual não estaria mais em condições físicas de oferecer.

Mesmo com a resignação de Castro, o presidente americano, George Bush, não pretende retirar as sanções americanas impostas a Cuba. Fidel Castro diz que continuará escrevendo sua coluna no jornal cubano e não pode continuar no poder por insuficiência em sua saúde. Ele permaneceu como membro do parlamento após a sua eleição como um dos 31 membros do Conselho de Estado. Também manterá o cargo de primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba.


Vida pessoal

Família

Com sua primeira esposa, Mirta Díaz Balart, Fidel Castro tem um filho chamado Fidel "Fidelito" Castro Díaz-Balart. Mirta e Fidel divorciaram-se em 1955, tendo ela se casado novamente e, após uma temporada em Madrid, teria voltado a residir em Havana para viver com Fidelito e sua família[7]. Fidelito cresceu em Cuba e por um período dirigiu a comissão para a energia atómica do país, tendo sido retirado do posto por seu pai[8].

Fidel tem outros cinco filhos com sua segunda esposa, Dalia Soto del Valle: Alexis, Alexander, Alejandro, Antonio e Ángel.[8]

Durante seu casamento com Mirta, Fidel teve uma amante, Naty Revuelta, que lhe deu uma filha, Alina Fernández-Revuelta[8], que deixou Cuba em 1993 fazendo-se passar por uma turista espanhola[9] e pediu asilo nos Estados Unidos, onde tem sido uma ferrenha crítica das acções políticas de seu pai.

Uma irmã de Fidel, Juanita Castro, vive nos Estados Unidos desde o início da década de 1960, tendo sido retratada num documentário de Andy Warhol em 1965[10].

Património

Em 2005, a revista Forbes especulou que o património de Fidel Castro atingiria aproximadamente 550 milhões de dólares. Forbes chegou a esse número pela soma do património das empresas estatais do governo de Cuba. Com essa fortuna acumulada, especulou a revista, ele teria alcançado o décimo lugar na categoria "governantes e membros da realeza mais ricos do mundo".[11]

A Revista Forbes disse à BBC que, para estimar a presumível fortuna de Fidel, calculou o valor de mercado de várias empresas estatais cubanas, e atribuiu um percentual do valor assim obtido ao património pessoal de Fidel Castro (seria como se calculássemos o valor total do Banco do Brasil, da Petrobras e dos Correios, e considerássemos "X" % desse valor como sendo parte integrante do património pessoal de Lula, ou se uma percentagem "X" do valor da Nossa Caixa fosse considerado parte da fortuna de José Serra). Um porta-voz da Revista Forbes confirmou à BBC que a revista não tem nenhuma prova de que Fidel Castro tenha contas bancárias no exterior, embora a revista continue insistindo em que Fidel teria "uma fortuna".[12]

Estes dados foram prontamente negados por Fidel, que considerou esta notícia uma infâmia [13]. Na oportunidade, Fidel Castro desafiou: "Se eles provarem que tenho um conta no exterior de 900 milhões, de um milhão, de 500 mil, de 100 mil ou de um dólar, eu renuncio a meu cargo e às funções que desempenho". Nada foi provado até os dias de hoje. Fidel ainda afirmou que a revista Forbes está ligada aos serviços de inteligência dos EUA e relembrou que o presidente Ronald Reagan nomeou o editor da revista Forbes para o cargo de coordenador das transmissões de rádio da Voz da América que eram dirigidas à União Soviética, durante a Guerra Fria [12] .

Mencionou que outros meios de comunicação, por todo o mundo, buscam de maneira suja e baixa desprestigiar a revolução, "anular Cuba e pintar Castro como um ladrão".

Quase toda a população cubana, ouvida pela BBC na ilha, duvida das alegações feitas pela Forbes, mas Vladimiro Roca, que vive em Miami e pertence ao grupo oposicionista Todos Unidos, disse, embora sem apresentar nenhuma prova, estar seguro de que tal fortuna existe e que Castro se vale dela para "administrar e se manter no poder". [14]


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
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