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Um casal italiano foi vítima do lado desumano da burocracia ao receber uma fatura "de 183 euros" para pagar da limpeza da estrada onde o filho, de 17 anos, morreu atropelado por um polícia que estava a conduzir alcoolizado.
Tudo aconteceu em 2022, mas face ao "ridículo" da situação, Claudio Pavan e Barbara Vedelago, decidiram denunciar agora o caso em entrevista ao Corriere del Veneto.
"No início pensamos que era um erro. Uma piada de mau gosto", disse a mãe do adolescente ao jornal italiano, acrescentando que o valor solicitado era para "limpeza do local do acidente, retirada dos destroços e para espalhar serragem no sangue do Davide e nos restos de combustível deixados no asfalto".
A fatura foi emitida pelas autoridades locais e no assunto tinha escrito "Limpeza de Área com Descarte de Lixo e Absorvente de Líquido". Apesar do choque, o casal pagou os 183 euros que lhes pediram.
Recentemente, o agente Samuel Seno, de 31 anos, que atropelou mortalmente Davide, em Paese, na região de Treviso, Itália, a 22 de maio de 2022, foi condenado a três anos e meio de prisão. Apesar de estar a conduzir bêbedo, quando aconteceu o acidente, foram-lhe concedidas algumas atenuantes.
Os advogados de Defesa entraram agora com um recurso para que não vá para a prisão. Apesar da condenação, Samuel continua a exercer a sua profissão como polícia. Algo que os pais da vítima defendem que não devia acontecer
"Mesmo que ele fosse para a prisão não tinha o meu filho de volta. Mas a lei é muito leve neste tipo de crimes. O sistema está todo errado e a fatura da limpeza é apenas mais um dos muitos episódios. Nestes 16 meses, eu, o meu marido e o irmão mais novo de Davide sentimos que fomos abandonados. É como se a nossa dor não existisse. Como se não contasse", concluiu Barbara.
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