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Filtros de água a três mil euros

florindo

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Práticas comerciais desleais com recurso a vendas agressivas têm vindo a aumentar na região, assinala a delegação vianense da DECO, considerando tratar-se de uma situação que "atinge, sobretudo, pessoas mais vulneráveis". De um modo especial, a população idosa.


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Regina Ferreira

Regina Ferreira, de 72 anos, e residente em Formariz, Paredes de Coura, não sabe ler nem escrever. Nunca foi à escola. Mas sabe desenhar o seu nome. "Foi a única coisa que aprendi", confidencia.

E foi o seu nome que conseguiu "copiar", assinala, para o papel que um vendedor, há meses, lhe assegurou que não se tratava de nenhum contrato. Teria o documento por função "servir de justificação" para o superior hierárquico do vendedor que este havia feito uma demonstração do artigo. "E nada mais", refere. Contudo, mal assinou o documento, Regina Ferreira viu-se na posse de um filtro de água, equipamento para o qual tem vindo a amealhar "o que não tem" para pagar.

"Uma vergonha, é o que isto é. Mal assinei o papel, o vendedor deixou-nos aqui ficar o filtro de água - cujo valor não conseguiu precisar, mas que rondará, indicou, os três mil euros -, isto apesar de lhe ter dito por várias vezes que não precisava de nada disso, ainda mais por um preço destes. Ele deve ter feito o negócio da vida dele e eu fui enganada. Isso é que foi", desabafa.
Como se tal não bastasse, afiança que a mesma pessoa terá usado o seu nome para conseguir comercializar outros aparelhos, "tanto a pessoas que me conhecem como a gente que nem sequer conheço, desta freguesia e de outras", lamenta. A propósito, assevera que, mal teve conhecimento da situação, tentou alertar as pessoas contactadas para que não adquirissem o equipamento, apelo que, em muitos dos casos, terá chegado tarde demais.

Apesar de se encontrar, há largos meses, a pagar pelo equipamento, assegura que o processo seguirá, agora, para tribunal. Ao que o JN conseguiu apurar, outros devem seguir-lhe, na região.

Segundo fonte da delegação vianense da associação para a defesa dos consumidores (DECO), o procedimento configurará uma prática comercial desleal, situação que, afiança, está a aumentar no distrito de Viana do Castelo e que atinge, sobretudo, "as pessoas mais vulneráveis". De um modo especial, a população idosa, domiciliada, em muitos dos casos, em pequenas localidades. "Temos vários casos semelhantes reportados", acrescentou a mesma fonte.

O JN tentou ouvir a empresa em causa, com sede em Viana do Castelo, sobre a venda dos filtros de água, mas tal não foi possível.

JN
 
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