Grécia: Remodelação no governo à vista. E fala-se em novas eleições

[kokas]

Entre os 39 deputados do Syriza que não apoiaram medidas de austeridade estão três ministros, que devem perder cargo.
A aprovação pelo Parlamento grego das medidas de austeridade impostas pelo acordo com os credores deixou a porta aberta à negociação de um terceiro resgate, mas deixou também em aberto o futuro do governo de Alexis Tsipras, tendo em conta que, dos 149 deputados do Syriza, 32 votaram contra, seis votaram presente e um optou pela abstenção. Entre eles estão alguns ministros, que deverão ser substituídos ainda hoje. A dimensão desta rebelião deixa também antever a possibilidade de haver eleições antecipadas até final do ano.




Entre os elementos do Syriza, na sua maioria pertencentes à Plataforma de Esquerda, que na quarta-feira à noite votaram contra as medidas estão os ministros Panagiotis Lafazanis (Energia), Dimitris Stratoulis (adjunto da Segurança Social) e Kostas Ichios (adjunto da Defesa) e a presidente do parlamento, Zoe Konstantopoulou.
Logo após a sessão parlamentar, Lafazanis disse publicamente que sairia do governo caso essa fosse a vontade de Alexis Tsipras, mas reafirmou que a Plataforma de Esquerda continuava a apoiar o executivo. "Somos deputados deste governo, que apoiamos sinceramente. Nós apoiamos o Syriza no governo e apoiamos o primeiro-ministro. Mas não apoiamos o resgate", declarou o ainda ministro da Energia, repetindo o que já havia dito a Tsipras horas antes na reunião que o primeiro-ministro teve com o grupo parlamentar do Syriza.
Enquanto Lafazanis reafirmava o apoio da ala mais radical do partido ao governo, Alexis Tsipras reunia-se com o ministro do Interior, Nikos Voutsis, o ministro de Estado, Nikos Pappas, e o ministro do Trabalho, Panos Skourletis. O assunto foi os dissidentes do Syriza.
Chegou a esperar-se que a remodelação do governo acontecesse ontem, mas esta possibilidade foi afastada por fonte do Executivo. Segundo os media gregos, as mudanças deverão ser anunciadas hoje.



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