Grafitos vão ter "via verde" no Porto

[kokas]

Hazul Luzah e Mr. Dheo abriram simbolicamente a primeira parede livre do Porto

Há um ano e pouco, Hazul Luzah viu uma das suas pinturas na Rua Sá de Noronha ser apagada pela "brigada anti-grafitos" criada por Rui Rio. Os tempos mudaram e o Executivo também. Terça-feira, o artista portuense e Mr. Dheo abriram simbolicamente a primeira parede livre do Porto, na Rua Alferes Malheiro, sob o olhar satisfeito do presidente da Câmara, Rui Moreira, e dos vereadores da Cultura e do Ambiente.
O ato marcou "uma mudança de política e uma nova postura perante este tipo de arte", anunciou o vereador do Ambiente, Filipe Araújo. Desde logo haverá um novo enquadramento e a Autarquia irá potenciar um novo ciclo da arte urbana no Porto.
"Há um grande movimento internacional que transforma as cidades com este tipo de intervenção em cidades mais atraentes", justificou o vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva que prometeu que "o Porto vai correr a todo o vapor no sentido de ganhar o lastro perdido".
Para tal já foi lançada uma convocatória para embelezar as 25 caixas elétricas da rua das Flores e haverá outra para 19 cabines telefónicas da cidade. Além disso, a Rua da Restauração também terá uma parede livre e haverá mais iniciativas a anunciar.
Por outro lado, a Porto Lazer vai-se assumir como uma "via verde" para a arte urbana na cidade. "A ideia é sermos uma parceiro mais próximo e, num quadro de negociação, conseguir facilitar e enquadrar aquilo que são intervenções artísticas que podem contribuir para embelezar e afirmar o Porto", explicou o administrador da empresa municipal, Hugo Neto. Ou seja, caso sejam meritórias, as obras poderão ser isentadas das burocracias exigidas pelo regulamento municipal e das respetivas taxas.
Hugo Neto lança por isso o desafio público tanto a artistas como a quem tiver uma fachada ou uma empena que queira ver intervencionada para contactar a Porto Lazer através do mail: arteurbana@portolazer.pt.



jn