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Há hospitais com adesão de 19% a campanha de higiene das mãos
Dois terços dos profissionais de saúde aderiram à campanha de higiene das mãos, lançada há três anos nas unidades de saúde, mas há hospitais onde a adesão é de apenas 19 por cento, segundo uma especialista da DGS.
«A taxa de adesão global nacional é de 66%, o que é bastante bom, porque se não fizermos nenhuma intervenção esta taxa raramente excede os 50%», disse à agência Lusa a chefe da Divisão de Segurança do Doente, da Direcção-Geral da Saúde, a propósito do Dia Mundial da Higiene das Mãos, que se assinala sábado.
Portugal aderiu em Outubro de 2008 a esta campanha, promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com vista a prevenir infecções entre os doentes e os profissionais do sector.
Cristina Costa adiantou que os resultados da campanha foram «bastante positivos», com mais unidades de saúde e profissionais a aderir.
A taxa de adesão dos enfermeiros é mais elevada, mas, desde o início da campanha, esta taxa tem vindo a aumentar em todos os grupos profissionais.
«A taxa de adesão dos médicos, por várias razões, não é tão boa como a dos enfermeiros, mas é um problema que também se passa a nível internacional», observou, defendendo a necessidade de desenvolver estratégias para levar os médicos a aderirem mais.
Há muitas unidades de saúde interessadas em participar na campanha e o «grande investimento» que tem sido feito pelas que já aderiram tem tido resultados «bastante positivos».
Contudo, lamentou, ainda há unidades de saúde com taxas de adesão dos profissionais à higiene das mãos de 19%, enquanto há outras com 86%.
Relativamente aos casos em que a adesão é muito baixa, Cristina Costa afirmou que é preciso analisar o que está a falhar nas cinco componentes da estratégia da OMS.
«É a formação que não estamos a fazer, é a solução anti-séptica de base alcoólica que não está colocada nos locais de prestação de cuidados, é a avaliação que não é feita de forma adequada ou é a unidade de saúde que não tem uma cultura de segurança?», questionou.
Cristina Costa adiantou que é necessário haver instrumentos para que «as unidades de saúde avaliem o seu próprio desempenho, identifiquem as áreas que não estão a funcionar em pleno e definam as medidas que têm de ser implementadas para melhorar».
O Relatório da Primavera 2011 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde refere que a taxa de prevalência nacional de Infecção Associada aos Cuidados de Saúde subiu de 8,7% em 2003 para 9,8% em 2009.
«Em 2009, com a implementação da campanha, conseguimos reduzir em 4% a taxa de estafilococos aureus, um microrganismo relacionado com as infecções associadas aos cuidados de saúde e que causa grande problemas, mas em 2010 voltámos a aumentar», lamentou a médica.
Esta situação significa que é necessário «fazer mais investimento na promoção da higiene das mãos, uma prática que é simples, mas que não é fácil de pôr em prática».
A responsável da DGS anunciou que, este mês, vai ser realizado, pela primeira vez, um estudo de prevalência de infecção europeu em que Portugal vai participar.
O estudo irá permitir ter dados comparáveis com outros países porque a metodologia utilizada é a mesma.
O trabalho vai decorrer nos hospitais e, simultaneamente, será realizado outro estudo nos cuidados continuados com um protocolo diferente, adiantou.
Lusa/SOL