- Entrou
- Ago 4, 2007
- Mensagens
- 47,246
- Gostos Recebidos
- 1,103

Um recente estudo levado a cabo pelo Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) em parceria com a Universidade do Indiana (nos Estados Unidos) e com a Universidade de Wageningen (na Holanda) concluiu que as festividades de fim de ano aumentam o apetite sexual um pouco por todo o mundo, independentemente da estação e da temperatura que se faz sentir na data. Este ‘estado amoroso’ mostrou ser mais impactante do que os fatores biológicos na hora da reprodução.
Para o estudo, publicado na revista Scientific Reports, a equipa liderada por Joana Gonçalves Sá e por Luís Rocha analisou dados mundiais do Twitter e do Google Trends ao longo de dez anos (2004 a 2014 e de 2010 a 2014, respetivamente) e concluiu que as pesquisas feitas online sobre sexo apresentavam um padrão cíclico que acabava por estar ligado a um estado de espírito mais amoroso, estado esse mais comum no Natal, conta o IGC no seu site. Tais padrões cíclicos eram mais parecidos entre países com culturas semelhantes, do que em países com uma localização geográfica mais próxima.
As pesquisas foram maioritariamente feitas em inglês, mesmo que este não seja o idioma oficial do país onde foi realizada a procura online, e termos como sexo e pornografia foram os mais pesquisados. E foi durante a semana de Natal que as pesquisas sobre sexo aumentaram no motor de busca da Google. Em festividades como o Dia de Ação de Graças e a Páscoa não se verificou qualquer crescimento neste tipo de pesquisa online ou estado de espírito amoroso que leva a um maior maior apetite sexual como acontece nas festas de fim de ano.
O estudo permitiu também concluir que o "efeito feriado" pode ter um maior peso na vontade de ter sexo, algo que se comprova com o aumento de nascimentos nove meses depois, em setembro.
Para Luís Rocha, “este novos ‘macroscópios' online ajudam-nos a olhar para a sociedade a uma grande escala, e isto vai mudar a forma como estudamos o comportamento humano” e a investigação lavada agora a cabo mostra isso mesmo e permite demonstrar que “a nível mundial, existem picos de interesse sexual que coincidem com certas celebrações religiosas, levando a um aumento nas taxas de nascimento nove meses depois. Uma vez que estas celebrações acontecem na mesma data tanto no hemisfério Norte como no Sul, pensamos que as tradições culturais e não a geografia são responsáveis por estes estados de espírito”.
Deste modo, continua Joana Gonçalves Sá, “os nossos resultados sugerem que os ciclos de reprodução humana dependem do estado de espírito coletivo das sociedades. O Natal e o Eid-al-Fitr são feriados religiosos orientados para a família, que geram nas pessoas um estado de espírito mais feliz e calmo, o que provavelmente resulta num maior interesse por sexo”.
IN:NM