Hollande com Renzi na Expo de Milão: queijo, pão, vinho... e refugiados

[kokas]

No Pavilhão de França, Renzi e Hollande ajudaram a pôr as baguetes no forno e depois fizeram questão de as provar

Caso dos 200 migrantes bloqueados em Vintimille após recusa de França de os deixar entrar agudizou as tensões entre os dois países.
Queijo, baguetes acabadinhas de sair do forno do Pavilhão francês e um vinho "espumante, melhor que o champanhe, que obriguei François a beber". No dia de França na Expo de Milão, foi com mimos da gastronomia francesa e italiana que o primeiro-ministro Matteo Renzi recebeu o presidente François Hollande. Após semanas de tensão entre os dois países depois de os franceses terem recusado a entrada no seu território de migrantes ilegais oriundos de Itália e que tentam chegar ao Norte da Europa, os dois líderes fizeram de tudo para desvalorizar e passar uma imagem de harmonia entre vizinhos.



Enquanto 200 refugiados continuam bloqueados em Vintimille depois de terem visto as autoridades francesas impedir a sua entrada, Renzi garantiu ontem em conferência de imprensa: "Não há tensões entre nós. Mesmo se por vezes haja ministros, franceses ou italianos, que fazem umas declarações mais acesas. É como num longo noivado: por vezes há momentos de discussão." Nos últimos dias, os ministros do Interior francês, Bernard Cazeneuve, e italiano, Angelino Alfano, têm trocado palavras duras sobre os incidentes na cidade fronteiriça .

"O problema não existe apenas em Vintimille, não é um fenómeno pontual que atinge apenas aquela localidade", garantiu Renzi. O primeiro-ministro do Partido Democrático tem sido pressionado internamente para resolver a crise dos refugiados - com a Liga Norte, o partido xenófobo e anti-imigração de Matteo Salvini a ameaçar desobedecer às quotas para receber migrantes nas regiões que governa e o Movimento 5 Estrelas do comediante Beppe Grillo a defender que se a UE não se mostrar solidária, Roma deve cortar a contribuição para o orçamento europeu.



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