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Insígnia da Ordem de Cristo vai a leilão em Londres

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Insígnia da Ordem de Cristo vai a leilão em Londres


Uma insígnia da Ordem de Cristo decorada com diamantes vai a leilão na quinta-feira em Londres integrada na venda de um conjunto ordens honoríficas e medalhas portuguesas que está a atrair a atenção de coleccionadores privados.

O distintivo, datado oficialmente do fim do século XVIII ou início do século XIX, é feito de ouro e esmalte vermelho e incrustado com diamantes de vários tamanhos e está avaliado entre 4.000 e 6.000 libras (7.550 e 10.000 euros).

Um dos responsáveis pela venda, James Morton, elege esta peça (lote 1), cuja origem situa nos anos 1780-1790, como a estrela do catálogo por ser a mais antiga e um exemplar único de joalharia, além de ter um formato invulgar.

«É idêntica dos dois lados, o que é muito raro, pois o mais habitual é ser jóia de um lado e lisa do outro, permitindo assim ser vista dos dois lados, que são igualmente ostensivos e bem feitos», enaltece, em declarações à agência Lusa.

O interesse da venda das insígnias e medalhas, que terá lugar na quinta-feira na sala da leiloeira Sotheby´s, é o facto, sublinha Morton, de muitas serem verdadeiras jóias, «o que significa que foram quase de certeza encomendadas a joalheiros pelas pessoas distinguidas».

Esta prática era relativamente normal, embora só acessível a pessoas com posses, que assim viam as distinções executadas de acordo com o seu gosto em ouro e decoradas com pedras preciosas e transformadas em exemplares únicos.

O resultado são peças «muito bonitas e finamente trabalhadas, feitas feitas à mão e todas são diferentes».

Ao todo serão leiloados 29 lotes de insígnias portuguesas, entre as quais várias da Ordem de Cristo, Ordem da Torre e Espada, Ordem de Sant´iago da Espada e medalhas de mérito e valor, algumas das quais atribuídas no exílio por D. Miguel I.

A única cujo recipente está identificado é uma medalha atribuída por João VI aos tripulantes do navio HMS Windsor Castle, neste caso a um certo «A Leathart», pelo papel desempenhado na defesa do monarca português durante a revolta militar de 1824 liderada pelo seu filho, infante D. Miguel I.

«Encontram-se regularmente no mercado medalhas mais comuns, mas jóias como estas são mais raras», refere.

Em venda vão também estar insígnias de países como Brasil, Espanha, Dinamarca, Noruega, Suécia, Agentina, Afeganistão ou Irão.

Uma das insígnias em leilão foi atribuída ao então desconhecido segundo tenente britânico Robert Maxwell, nascido na Checoslováquia mas naturalizado britânico, pelas suas acções durante a II Guerra Mundial.

Maxwell viria mais tarde a ser eleito deputado pelo partido Trabalhista e a dirigir um grande grupo de imprensa, que incluia nomeadamente o diário Daily Mirror, tendo morrido em 1991 por afogamento no mar em circunstâncias ambíguas.

O leilão já captou a atenção de muitos interessados, entre os quais coleccionadores portugueses de Portugal ou residentes noutros países, que «vão estar pessoalmente na sala ou a acompanhar por telefone», referiu James Morton.

A venda é organizada pela Morton & Eden, especialistas em moedas, medalhas de guerra, ordens honoríficas e notas de todo o mundo, que antes trabalhavam para a secular Sotheby´s.


Diário Digital / Lusa
 
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