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Investigadores do IGC elucidam malária durante a gravidez e controlo da fase hepática
Desenvolver fármacos que diminuam ou eliminem as consequências da Malária. É esta a expectativa de uma equipa de investigadores do Grupo de Genética de Doenças do Instituto Gulbenkian da Ciência (IGC), cujos resultados têm estado a ser divulgados na revista PLoS ONE. Os estudos publicados em Fevereiro e Março permitem uma melhor compreensão da fase hepática da doença, e ainda da malária adquirida durante a gravidez. "O grande objectivo será controlar a doença de modo a reduzir drasticamente o grande número de pessoas doentes e a mortalidade, principalmente entre as crianças. São muitos milhões de pessoas que sofrem com esta doença".
No estudo sobre a malária durante a gravidez, a equipa desenvolveu um modelo animal - um ratinho que pela primeira vez recapitula fielmente os sintomas da doença, tanto na mãe como no feto. Segundo Carlos Penha-Gonçalves, este modelo proporciona um novo método de estudo dos mecanismos celulares e moleculares que conduzem as situações clínicas que se desenvolvem nas mulheres grávidas que contraem malária, "nomeadamente o insucesso da gravidez por aborto, o baixo peso à nascença dos filhos e a debilidade da mãe".
De acordo com os investigadores, estima-se que, em regiões onde a malária é endémica, o número de gravidezes seja superior a 50 milhões por ano. A malária associada à gravidez é um dos maiores fardos de saúde pública em África, pois leva, anualmente, a cerca de cem mil casos de morte infantil.
"Os nossos estudos da malária da gravidez poderão levar a descoberta de marcadores biológicos para monitorizar e prever a severidade da malária nas mulheres grávidas", explicou Carlos Penha-Gonçalves. "O método de combate preferível da doença seria a utilização de vacinas eficazes. Este objectivo tem-se revelado muito difícil de atingir. No entanto, existe a perspectiva cada vez mais consistente de que possa ser produzida uma vacina contra a Malária da gravidez. É por isso importante que os nossos conhecimentos sobre Malária da gravidez sejam desenvolvidos e aprofundados", acrescentou.
Estudo da fase inicial da doença
Os sintomas da malária surgem quando os parasitas atingem a corrente sanguínea. Porém, a caminho da corrente sanguínea, os parasitas primeiro infectam células do fígado, onde se multiplicam abundantemente. Noutro estudo, a equipa do IGC identificou uma região localizada no cromossoma 17 de ratinhos que, aparentemente, dificulta a expansão dos parasitas nas células hepáticas.
Os investigadores repararam que no fígado de uma das linhagens de ratinho com que trabalham, o parasita Plasmodium berghei se multiplica menos do que noutra linhagem. Consequentemente, o número de parasitas no sangue é menor, e os sintomas da doença menos graves. Recorrendo a técnicas de mapeamento genético, identificaram uma região a que chamaram berl1 (berghei liver resistance 1) que parece ser responsável por esta resistência.
"Este é o primeiro estudo publicado que se dedica a identificação de factores genéticos de resistência a esta fase da doença. É a primeira fase da doença, sendo o fígado o primeiro local onde o parasita da malária se multiplica no corpo humano. Este estudo abre caminho para que se possam identificar mecanismos de resistência ao parasita e se possam identificar alvos terapêuticos na fase inicial da doença", frisou o investigador.
Desenvolver novos agentes terapêuticos
Segundo o investigador, a próxima etapa do trabalho é estudar o equivalente humano do gene berl1, para averiguar a sua capacidade de conferir resistência à infecção hepática. Para tal, recorrerão a doentes que apresentem infecções hepáticas assintomáticas. "Estes estudos poderão ser realizados nos próximos dois anos no contexto de projectos que estamos a desenvolver na Ilha do Príncipe (S. Tome e Príncipe) e em Angola", adiantou.
Carlos Penha-Gonçalves salientou ainda que, a longo prazo, a investigação procura identificar moléculas que possam ser alvo de novos agentes terapêuticos capazes de reduzir ou eliminar definitivamente as consequências clínicas da Malária.
Desenvolver fármacos que diminuam ou eliminem as consequências da Malária. É esta a expectativa de uma equipa de investigadores do Grupo de Genética de Doenças do Instituto Gulbenkian da Ciência (IGC), cujos resultados têm estado a ser divulgados na revista PLoS ONE. Os estudos publicados em Fevereiro e Março permitem uma melhor compreensão da fase hepática da doença, e ainda da malária adquirida durante a gravidez. "O grande objectivo será controlar a doença de modo a reduzir drasticamente o grande número de pessoas doentes e a mortalidade, principalmente entre as crianças. São muitos milhões de pessoas que sofrem com esta doença".
No estudo sobre a malária durante a gravidez, a equipa desenvolveu um modelo animal - um ratinho que pela primeira vez recapitula fielmente os sintomas da doença, tanto na mãe como no feto. Segundo Carlos Penha-Gonçalves, este modelo proporciona um novo método de estudo dos mecanismos celulares e moleculares que conduzem as situações clínicas que se desenvolvem nas mulheres grávidas que contraem malária, "nomeadamente o insucesso da gravidez por aborto, o baixo peso à nascença dos filhos e a debilidade da mãe".
De acordo com os investigadores, estima-se que, em regiões onde a malária é endémica, o número de gravidezes seja superior a 50 milhões por ano. A malária associada à gravidez é um dos maiores fardos de saúde pública em África, pois leva, anualmente, a cerca de cem mil casos de morte infantil.
"Os nossos estudos da malária da gravidez poderão levar a descoberta de marcadores biológicos para monitorizar e prever a severidade da malária nas mulheres grávidas", explicou Carlos Penha-Gonçalves. "O método de combate preferível da doença seria a utilização de vacinas eficazes. Este objectivo tem-se revelado muito difícil de atingir. No entanto, existe a perspectiva cada vez mais consistente de que possa ser produzida uma vacina contra a Malária da gravidez. É por isso importante que os nossos conhecimentos sobre Malária da gravidez sejam desenvolvidos e aprofundados", acrescentou.
Estudo da fase inicial da doença
Os sintomas da malária surgem quando os parasitas atingem a corrente sanguínea. Porém, a caminho da corrente sanguínea, os parasitas primeiro infectam células do fígado, onde se multiplicam abundantemente. Noutro estudo, a equipa do IGC identificou uma região localizada no cromossoma 17 de ratinhos que, aparentemente, dificulta a expansão dos parasitas nas células hepáticas.
Os investigadores repararam que no fígado de uma das linhagens de ratinho com que trabalham, o parasita Plasmodium berghei se multiplica menos do que noutra linhagem. Consequentemente, o número de parasitas no sangue é menor, e os sintomas da doença menos graves. Recorrendo a técnicas de mapeamento genético, identificaram uma região a que chamaram berl1 (berghei liver resistance 1) que parece ser responsável por esta resistência.
"Este é o primeiro estudo publicado que se dedica a identificação de factores genéticos de resistência a esta fase da doença. É a primeira fase da doença, sendo o fígado o primeiro local onde o parasita da malária se multiplica no corpo humano. Este estudo abre caminho para que se possam identificar mecanismos de resistência ao parasita e se possam identificar alvos terapêuticos na fase inicial da doença", frisou o investigador.
Desenvolver novos agentes terapêuticos
Segundo o investigador, a próxima etapa do trabalho é estudar o equivalente humano do gene berl1, para averiguar a sua capacidade de conferir resistência à infecção hepática. Para tal, recorrerão a doentes que apresentem infecções hepáticas assintomáticas. "Estes estudos poderão ser realizados nos próximos dois anos no contexto de projectos que estamos a desenvolver na Ilha do Príncipe (S. Tome e Príncipe) e em Angola", adiantou.
Carlos Penha-Gonçalves salientou ainda que, a longo prazo, a investigação procura identificar moléculas que possam ser alvo de novos agentes terapêuticos capazes de reduzir ou eliminar definitivamente as consequências clínicas da Malária.