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Investigadores lusos estudam exercício físico nas doenças

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Investigadores lusos estudam exercício físico nas doenças

Investigadores de Coimbra e do Porto estão a desenvolver um estudo para perceber qual o efeito do exercício físico na produção de energia pelas células do músculo-esquelético e do coração.

"A prática de exercício é benéfica em diversas doenças ou, pelo contrário, pode agravar a patologia? Qual a relação do exercício com os fármacos administrados para controlar a doença?", são perguntas a que os investigadores querem responder.

O estudo está a ser desenvolvido por uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (através do Centro de Neurociências e Biologia Celular), da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (através do Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer) e da Universidade Fernando Pessoa, também do Porto.

"Queremos perceber se ao colocar ratos de laboratório em exercício forçado ou voluntário, correndo todos os dias ou só uma vez, isso altera a forma como o coração e o músculo-esquelético geram energia e alguns parâmetros funcionais", explicou à Agência Lusa o investigador Paulo Oliveira, do Centro de Neurociências e Biologia Celular no Departamento de Zoologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Outro objectivo do estudo é saber se a toxidade de alguns medicamentos "é diminuída com um tipo de exercício ou se, pelo contrário, é aumentada", acrescentou.

Segundo Paulo Oliveira, no que respeita a um fármaco anti-cancerígeno, o estudo permitiu já concluir que, "se o exercício for continuado, é benéfico para minimizar danos que o medicamento provoca nas células do coração".

O investigador sublinhou que a particularidade desde estudo é que leva os investigadores ao "elemento subcelular", nomeadamente ao nível da mitocôndria, que é a entidade subcelular responsável pela produção de energia nas células.

Na sua opinião, de futuro este estudo poderá ajudar os médicos a definir a terapêutica e saber, por exemplo, "se uma pessoa que não pratica exercício e quer começar a praticar na véspera de fazer tratamento anti-cancerígeno, se isso é benéfico".

Ao nível das farmacêuticas, "se se conseguir compreender como a mitocôndria é afectada pelo exercício nas suas mais diversas fórmulas, podem desenhar-se terapêuticas que mimetizem o efeito do exercício", para que a toxidade possa ser diminuída, acrescentou.

Segundo a FCTUC, o estudo, iniciado em 2005, está a desenvolver-se numa área onde existe pouca literatura científica.

Trata-se de um estudo bipartido, cabendo aos investigadores do Porto tratar os animais de laboratório "com fármacos ou albergando diferentes patologias a um treino continuado com vários tipos de exercício voluntário (roda) ou forçado (corrida em tapete rolante, natação) e dividido em dois tipos (exercício agudo ou treino de 'endurance')".

"A equipa de Coimbra avalia e analisa, por abordagem molecular e bioquímica, as alterações provocadas pelas várias condições, incluindo exercício, nos mecanismos de geração de energia pelas células de músculo-esquelético e de coração", acrescenta.


Diário Digital / Lusa
 
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