Portal Chamar Táxi

Investigadores portugueses prometem revolucionar tratamento do cancro da mama

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
39,085
Gostos Recebidos
481
ng1905908.jpg

Implantes mamários

Investigadores portugueses prometem revolucionar tratamento do cancro da mama

Um estudo liderado por dois investigadores portugueses pretende revolucionar a forma como o cancro da mama pode ser diagnosticado e tratado nas mulheres ao classificar a doença em 10 novas categorias.

De acordo com o estudo publicado, esta quarta-feira, na revista Nature, baseados nesta classificação, os médicos poderão no futuro prever com maior precisão as possibilidades de sobrevivência e adequar os tratamentos de forma individual.

O estudo foi coliderado por Carlos Caldas, do Instituto de Investigação sobre o Cancro em Cambridge, no Reino Unido, e Samuel Aparício, da Agência de Oncologia da Colúmbia Britânica, no Canadá.

Os dois investigadores já tinham publicado, no início do mês, um estudo com a descodificação do mapa genético do cancro da mama de tipo triplo negativo.

O trabalho publicado esta quarta-feira adianta um comunicado da Cancer Research, instituição britânica que se dedica à investigação científica sobre o cancro , "é o maior estudo global de genes de amostras de cancro alguma vez feito" e também o "culminar de décadas de investigação da doença".

Ao todo, terão sido analisados o ADN e RDN (a tradução do ADN em proteínas) duas mil amostras de tumores retiradas de mulheres diagnosticadas com cancro da mama há entre cinco e dez anos.

O objetivo era encontrar mutações genéticas que proporcionam o desenvolvimento de cancro .

O resultado foi a classificação da doença em pelo menos 10 subtipos, agrupados por características comuns genéticas que se correlacionam com a sobrevivência.

Esta nova classificação, acreditam os autores, poderá assim mudar a forma como os medicamentos são adequados para tratar as mulheres diagnosticadas com cancro da mama.

O estudo descobriu ainda vários novos genes de cancro da mama, que poderão ser alvo de medicamentos a desenvolver, e revelou a relação entre estes genes e a forma como as células crescem e se dividem, que poderá ajudar a perceber como estes genes originam o cancro .

Embora não possa beneficiar ainda as mulheres que sofrem atualmente da doença, estas descobertas podem, segundo Carlos Caldas, "abrir caminho para os médicos no futuro diagnosticar o tipo de cancro da mama que a mulher tem, os tipos de medicamentos que funcionarão, e os que não funcionarão, de uma forma mais precisa do que é possível atualmente".

"A próxima fase será descobrir como os tumores em cada subgrupo se comportam", enfatizou, nomeadamente a rapidez com que crescem.

Para isso, será necessária mais investigação em laboratório mas também diretamente em pacientes para afinar o plano de tratamento adequado a cada um destes tipos de cancro da mama.

Por seu lado, Samuel Aparício afirmou que este "novo mapa molecular do cancro da mama dirige-nos para novos alvos dos medicamentos para tratar o cancro da mama e também define os grupos de pacientes que mais beneficiariam".

"Este estudo histórico vai mudar completamente a forma como olhamos para o cancro da mama", está convencido o presidente da Cancer Research, que salientou a importância da investigação científica no combate à doença.

Segundo a Liga Contra o Cancro , todos os anos são detetados em Portugal cerca de 4500 novos casos da doença, responsável pela morte de 1500 mulheres por ano.

Porém, a Cancer Research estima que no Reino Unido, onde 47.700 mulheres foram diagnosticadas em 2008, a taxa de sobrevivência melhorou e é agora de oito em cada dez mulheres.


Jornal de Notícias
 
Topo