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A Strix vai equipar um dos maiores parques éolicos egípcios com um sistema de radar português para impedir a mortalidade de milhões de aves migratórias que atravessam anualmente o país, num investimento superior a 1,5 milhões de euros.

Em entrevista à Lusa, o diretor executivo da Strix, Miguel Repas, contou que durante quatro anos, a sua consultora ambiental focada nas energias renováveis concebeu e testou o 'Birdtrack', um sistema de deteção de aves que a levou a ser a única empresa do mundo convidada pelo consórcio liderado pelo banco alemão KFW para o projeto de um parque eólico no Egipto, de 200 megawatts, na costa do Mar Vermelho, próximo da cidade turística de Hurghada.
"Fomos selecionados como fornecedores únicos", disse Miguel Repas, explicando que o projeto total do parque eólico (que inclui a sua instalação) é cofinanciado pela União Europeia, pelos fundos do Governo alemão, via KfW, e pelo Banco Europeu do Investimento (BEI). O valor deste investimento público ultrapassa os 200 milhões de euros e é entregue à República Árabe do Egito, cabendo à Companhia Egípcia de Transmissão Elétrica a gestão da rede.
O parque é atravessado todos os anos, durante a primavera e o outono, por cerca de quatro milhões de aves em migração nas famosas rotas do Mar Vermelho e Vale do Rifte, no leste africano.
"Só neste parque eólico passaram 500 mil aves nesta última primavera. Só um único bando de cegonhas tinha 14 mil, o que é o dobro do que o que existe na Alemanha", exemplificou.
Miguel Repas explicou que o sistema de radar da Strix vem preencher uma lacuna ao permitir a instalação de parques eólicos em zonas de aves migratórias e ambientalmente sensíveis, uma vez que a taxa de mortalidade - muito contestada pelos ambientalistas e que podia inviabilizar o desenvolvimento daqueles parques - é de 0%.
Isto, porque os radares ao detetarem aves a longa distância, que chega aos dez quilómetros, permitem acionar a paragem pontual das pás dos aerogeradores, até as aves passarem.
Esta empresa portuguesa já "fechou" os termos do contrato, que terá a duração de cinco anos e será assinado em breve com o Egito, tendo a empresa a perspetiva de desenvolvimento de novas fases e novos projetos.
Isto porque, acrescentou Miguel Repas, o desenvolvimento eólico do Egito já tem em 'pipeline' outros parques correspondentes a 3.200 megawatts na mesma região.
A Strix também já recebeu no último ano vários pedidos de informação e consultas de empresas da Turquia, Líbano, Jordânia, Israel, Arábia Saudita, Brasil, México e Estados Unidos, pelo que as expetativas de angariar novos clientes "são fortes".
"O nosso caminho é a internacionalização e estamos a estudar a possibilidade de criação de parcerias com os grandes operadores elétricos nacionais", frisou o diretor executivo da Strix, acrescentando que a EDP já usa um radar da consultora num parque 'offshore' instalado na Póvoa de Varzim.
A empresa também tem também um protótipo inicial implementado e a ser testado no parque eólico do Barão de S. João (50 Megawatts), da alemã E.ON, na zona de Sagres, um corredor para aves que migram do Norte da Europa com destino a África.
A Strix salienta ainda o potencial de utilização complementar noutros setores, como o das linhas elétricas de alta tensão e os aeroportos.
"Estamos a fazer contactos com os operadores a nível nacional para verificar quais as necessidades dos aeroportos. O da Portela usa falcões para afastar as aves, mas consideramos que a nossa tecnologia é mais eficaz. E por exemplo, no aeroporto de Sá Carneiro há problemas com gaivotas e o do Algarve está numa zona húmida com milhares de aves", disse.
Fundada em 2001, a Strix tem 10 investigadores altamente qualificados e deverá fechar este ano com um volume de negócios na ordem dos 700 mil euros.
A empresa prevê para o próximo ano um crescimento de dois a três projetos por ano e um volume de negócios entre 1 milhão a 1,5 milhões de euros em 2015.
A STRIX beneficia ainda de um apoio do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) através de um projeto de investimento de 317.000 euros inserido no sistema de incentivo à inovação, sendo os objetivos o reforço da orientação para mercados internacionais, através da introdução de melhorias tecnológicas nos produtos, da qualificação e dos processos.
N.M

Em entrevista à Lusa, o diretor executivo da Strix, Miguel Repas, contou que durante quatro anos, a sua consultora ambiental focada nas energias renováveis concebeu e testou o 'Birdtrack', um sistema de deteção de aves que a levou a ser a única empresa do mundo convidada pelo consórcio liderado pelo banco alemão KFW para o projeto de um parque eólico no Egipto, de 200 megawatts, na costa do Mar Vermelho, próximo da cidade turística de Hurghada.
"Fomos selecionados como fornecedores únicos", disse Miguel Repas, explicando que o projeto total do parque eólico (que inclui a sua instalação) é cofinanciado pela União Europeia, pelos fundos do Governo alemão, via KfW, e pelo Banco Europeu do Investimento (BEI). O valor deste investimento público ultrapassa os 200 milhões de euros e é entregue à República Árabe do Egito, cabendo à Companhia Egípcia de Transmissão Elétrica a gestão da rede.
O parque é atravessado todos os anos, durante a primavera e o outono, por cerca de quatro milhões de aves em migração nas famosas rotas do Mar Vermelho e Vale do Rifte, no leste africano.
"Só neste parque eólico passaram 500 mil aves nesta última primavera. Só um único bando de cegonhas tinha 14 mil, o que é o dobro do que o que existe na Alemanha", exemplificou.
Miguel Repas explicou que o sistema de radar da Strix vem preencher uma lacuna ao permitir a instalação de parques eólicos em zonas de aves migratórias e ambientalmente sensíveis, uma vez que a taxa de mortalidade - muito contestada pelos ambientalistas e que podia inviabilizar o desenvolvimento daqueles parques - é de 0%.
Isto, porque os radares ao detetarem aves a longa distância, que chega aos dez quilómetros, permitem acionar a paragem pontual das pás dos aerogeradores, até as aves passarem.
Esta empresa portuguesa já "fechou" os termos do contrato, que terá a duração de cinco anos e será assinado em breve com o Egito, tendo a empresa a perspetiva de desenvolvimento de novas fases e novos projetos.
Isto porque, acrescentou Miguel Repas, o desenvolvimento eólico do Egito já tem em 'pipeline' outros parques correspondentes a 3.200 megawatts na mesma região.
A Strix também já recebeu no último ano vários pedidos de informação e consultas de empresas da Turquia, Líbano, Jordânia, Israel, Arábia Saudita, Brasil, México e Estados Unidos, pelo que as expetativas de angariar novos clientes "são fortes".
"O nosso caminho é a internacionalização e estamos a estudar a possibilidade de criação de parcerias com os grandes operadores elétricos nacionais", frisou o diretor executivo da Strix, acrescentando que a EDP já usa um radar da consultora num parque 'offshore' instalado na Póvoa de Varzim.
A empresa também tem também um protótipo inicial implementado e a ser testado no parque eólico do Barão de S. João (50 Megawatts), da alemã E.ON, na zona de Sagres, um corredor para aves que migram do Norte da Europa com destino a África.
A Strix salienta ainda o potencial de utilização complementar noutros setores, como o das linhas elétricas de alta tensão e os aeroportos.
"Estamos a fazer contactos com os operadores a nível nacional para verificar quais as necessidades dos aeroportos. O da Portela usa falcões para afastar as aves, mas consideramos que a nossa tecnologia é mais eficaz. E por exemplo, no aeroporto de Sá Carneiro há problemas com gaivotas e o do Algarve está numa zona húmida com milhares de aves", disse.
Fundada em 2001, a Strix tem 10 investigadores altamente qualificados e deverá fechar este ano com um volume de negócios na ordem dos 700 mil euros.
A empresa prevê para o próximo ano um crescimento de dois a três projetos por ano e um volume de negócios entre 1 milhão a 1,5 milhões de euros em 2015.
A STRIX beneficia ainda de um apoio do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) através de um projeto de investimento de 317.000 euros inserido no sistema de incentivo à inovação, sendo os objetivos o reforço da orientação para mercados internacionais, através da introdução de melhorias tecnológicas nos produtos, da qualificação e dos processos.
N.M