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GF Ouro
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O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, disse estar «tranquilo» quanto ao desfecho do seu processo judicial, porque mantém a «esperança» de que a Justiça apure «a verdade"».
«A Justiça deve ter como pressuposto a verdade e não há Justiça sem verdade. Apurar a verdade nem sempre é fácil, mas sem verdade não há Justiça», afirmou o autarca.
Isaltino Morais reiterou a sua inocência em relação aos crimes por que foi condenado, fraude fiscal e branqueamento de capitais, e ainda acredita que isso será provado: «Eu sou um otimista, senão já me tinha suicidado», disse à agência Lusa.
«A minha tranquilidade decorre da minha consciência, apenas da minha consciência e da convicção de que não cometi crime nenhum, como, de resto, isso foi demonstrado ao longo do tempo», sustentou.
Em 2003 Isaltino Morais começou a ser investigado num processo relacionado com contas bancárias na Suíça que não teriam sido declaradas ao fisco e ao Tribunal Constitucional.
«Eu nunca soube, nem o tribunal nunca demonstrou, que eu devia qualquer coisa ao fisco. O próprio fisco diz que eu nunca devi, nem devo nada. Se não devi nem devo nada, como é que eu posso ser condenado?» questionou Isaltino Morais, eleito pelo movimento independente IOMAF (Isaltino ¿ Oeiras Mais À Frente).
Sobre a pena a que foi condenado, dois anos de prisão efetiva, o autarca considera ser um caso inédito.
«Averigue se alguém nas minhas condições foi preso neste país nos últimos cem anos», desafiou.
Isaltino Morais chegou a ser preso a 29 de setembro de 2011, mas a defesa contestou a decisão, por haver ainda recursos pendentes, e o autarca acabou por ser libertado 23 horas depois.
Questionado pela Lusa sobre o impacto que o processo, que se arrasta há dez anos, teve na sua vida privada, Isaltino Morais descreveu: «É uma prisão, é um sofrimento e só eu e a minha família é que sabemos o que é isso».
Perdeu amigos e ganhou outros, mas para o autarca o processo serviu também para apurar quem são os mais verdadeiros.
«A amizade é um valor absoluto e hoje tenho consciência de quem são de facto os meus verdadeiros amigos», concluiu.
Isaltino Morais foi condenado em 2009 a sete anos de prisão e à perda de mandato autárquico por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para ato ilícito e branqueamento de capitais.
Posteriormente, por decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, Isaltino Morais viu a sua pena ser reduzida para dois anos de prisão pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, anulando ainda a pena de perda de mandato.
tvi24