kokas
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Entrevista a Laura Chinchilla, que foi presidente da Costa Rica entre 2010 e 2014. Está em Lisboa para o IV Encontro do Triângulo Estratégico América Latina-Europa-África.
A Cimeira das Américas, a que assistiu, ficou marcada pelo primeiro encontro entre um líder norte-americano e um cubano em mais de 50 anos. É o nascimento de um novo continente?
A cimeira do Panamá representa um importante ponto de viragem na relação entre a América Latina e os EUA. Vimos níveis de convergência e harmonia nas relações como não há memória. Mas não foi de um dia para o outro. Ainda durante a administração de George W. Bush já os EUA tinham vindo a baixar o perfil na região. Aquele perfil forte, imperial, vinha a desvanecer-se. Além disso, a América Latina tem vindo também a fortalecer-se e, a partir de certo momento, procurou complementar a relação dos EUA com outras potências. Vimos crescer a presença da China ou da Rússia.
Qual foi então o papel do presidente dos EUA, Barack Obama?
Obama apresentou respostas alternativas a três temas que afetavam a relação com a América Latina: o problema migratório, o narcotráfico e Cuba. Na questão migratória, apesar de não ter conseguido passar no Congresso a reforma que queria, assinou um acordo executivo que reduziu a pressão dos países latino-americanos. É preciso ver se vai prosperar, mas pelo menos é um gesto político que procura aliviar a situação de cinco milhões de hispanos nos EUA. Quanto ao narcotráfico, Obama aceitou estudar cenários alternativos para combater o problema que não passam por manter em exclusivo a falhada política de guerra contra as drogas. Finalmente, na questão de Cuba, os gestos foram mais do que eloquentes.
dn