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O secretário-geral comunista afastou hoje qualquer possibilidade de convergência com o Bloco de Esquerda, questionando qual é a ideologia do partido liderado por Francisco Louçã, e afirmou que o PCP «é a esquerda verdadeira».
Em entrevista à Lusa a propósito dos 90 anos de criação do Partido Comunista, Jerónimo de Sousa apontou «uma dificuldade objectiva» quanto a uma aproximação entre PCP e Bloco de Esquerda.
«Eu não estou a fazer juízos de valor, se tem bons ou maus valores ou ideologias - eu não percebo é qual é [a ideologia]», disse o líder comunista.
Jerónimo de Sousa respondia assim à pergunta se o PCP se sente ameaçado pelo crescimento do Bloco de Esquerda, que nas últimas eleições legislativas conquistou 16 deputados, mais um que a CDU (PCP e Verdes).
«O Bloco cresceu em termos eleitorais. Em termos estruturais ainda está por provar», disse, referindo que o BE é «um partido que irradia a sua acção através do grupo parlamentar» e que tem «uma base organizada muito débil».
Jerónimo de Sousa questionou: «qual a sua ideologia, qual o seu projecto, que concepção de sociedade?».
«Se calhar é ignorância minha, mas nunca me explicaram, nunca consegui enxergar qual é o seu objectivo ou se é apenas um movimento e se é apenas causas, com todo o seu valor, respeitável», afirmou.
Para o secretário-geral do PCP, «qualquer força que pense que movimento é tudo e objectivo não é nada, obviamente não tem um futuro muito prolongado».
Procurando demarcar-se do BE, Jerónimo de Sousa defendeu que o PCP tem «um projecto e um objectivo: a construção de uma democracia avançada e do socialismo».
O líder comunista acusou ainda o Bloco de Esquerda de sectarismo, ao ter promovido os chamados 'encontros da Trindade', em que participou Manuel Alegre, e para os quais o PCP não foi convidado.
«Independentemente da opinião que pudéssemos ter tido quanto à participação ou não, o Bloco argumentava que não tinha convidado porque o PCP era sectário. Ora isto é uma autêntica manifestação de sectarismo considerar que a construção de uma esquerda grande, usando a expressão de Francisco Louçã, é possível sem a esquerda verdadeira, sem este Partido Comunista Português», criticou Jerónimo de Sousa.
Os bloquistas «tiveram essa ilusão, num posicionamento claramente sectário», acrescentou.
«Assumimo-nos como esquerda verdadeira que tem um projecto, um ideal, um programa inequívoco, assumindo os valores da esquerda e numa perspectiva mais avançada», defendeu.
Para o líder comunista, «qualquer concepção de forças de esquerda que discriminem - ou procurem discriminar, porque não discrimina quem quer - o PCP, obviamente está condenada ao fracasso».
Lusa/SOL
Em entrevista à Lusa a propósito dos 90 anos de criação do Partido Comunista, Jerónimo de Sousa apontou «uma dificuldade objectiva» quanto a uma aproximação entre PCP e Bloco de Esquerda.
«Eu não estou a fazer juízos de valor, se tem bons ou maus valores ou ideologias - eu não percebo é qual é [a ideologia]», disse o líder comunista.
Jerónimo de Sousa respondia assim à pergunta se o PCP se sente ameaçado pelo crescimento do Bloco de Esquerda, que nas últimas eleições legislativas conquistou 16 deputados, mais um que a CDU (PCP e Verdes).
«O Bloco cresceu em termos eleitorais. Em termos estruturais ainda está por provar», disse, referindo que o BE é «um partido que irradia a sua acção através do grupo parlamentar» e que tem «uma base organizada muito débil».
Jerónimo de Sousa questionou: «qual a sua ideologia, qual o seu projecto, que concepção de sociedade?».
«Se calhar é ignorância minha, mas nunca me explicaram, nunca consegui enxergar qual é o seu objectivo ou se é apenas um movimento e se é apenas causas, com todo o seu valor, respeitável», afirmou.
Para o secretário-geral do PCP, «qualquer força que pense que movimento é tudo e objectivo não é nada, obviamente não tem um futuro muito prolongado».
Procurando demarcar-se do BE, Jerónimo de Sousa defendeu que o PCP tem «um projecto e um objectivo: a construção de uma democracia avançada e do socialismo».
O líder comunista acusou ainda o Bloco de Esquerda de sectarismo, ao ter promovido os chamados 'encontros da Trindade', em que participou Manuel Alegre, e para os quais o PCP não foi convidado.
«Independentemente da opinião que pudéssemos ter tido quanto à participação ou não, o Bloco argumentava que não tinha convidado porque o PCP era sectário. Ora isto é uma autêntica manifestação de sectarismo considerar que a construção de uma esquerda grande, usando a expressão de Francisco Louçã, é possível sem a esquerda verdadeira, sem este Partido Comunista Português», criticou Jerónimo de Sousa.
Os bloquistas «tiveram essa ilusão, num posicionamento claramente sectário», acrescentou.
«Assumimo-nos como esquerda verdadeira que tem um projecto, um ideal, um programa inequívoco, assumindo os valores da esquerda e numa perspectiva mais avançada», defendeu.
Para o líder comunista, «qualquer concepção de forças de esquerda que discriminem - ou procurem discriminar, porque não discrimina quem quer - o PCP, obviamente está condenada ao fracasso».
Lusa/SOL