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Jovens não conhecem práticas contraceptivas

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Jovens não conhecem práticas contraceptivas

Inquérito revela que maioria tem primeira relação sexual após os 15 anos

ALEXANDRA MARQUES

Jovens portugueses continuam a desconhecer os métodos usados na contracepção e o processo de contágio das doenças venéreas, com excepção da sida. É o que diz um inquérito feito a mais de 2500 alunos do ensino secundário.

A mãe e os amigos mais próximos continuam a ser as pessoas a quem os jovens portugueses recorrem quando querem falar de sexualidade. A maioria (60%) nunca se dirigiu a um centro ou a um técnico de saúde para esclarecer uma dúvida ou resolver um problema nessa área.

Esta é uma das conclusões do inquérito: "A Educação Sexual dos Jovens Portugueses: Conhecimentos e Fontes", realizado pela Associação para o Planeamento da Família (APF) e pelo Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa e cujos resultados foram, ontem, anunciados.

Composto por 27 perguntas básicas sobre três temas - sexualidade, fecundação e doenças/infecções sexualmente transmíssiveis -o inquérito mostra que, apesar de ser uma matéria dos programas de Ciências Naturais, Biologia ou Saúde - os estudantes sabem muito pouco sobre os vários métodos contraceptivos e transmissão de infecções por via sexual.

A única excepção, segundo apontam os resultados do inquérito coordenado pelo sociólogo Duarte Vilar (APF) e o investigador, Pedro Moura Ferreira (ICS), são os conhecimentos sobre as formas de contágio do vírus HIV/Sida.

Os números são reveladores: 41% dos jovens errou em mais de 55% das perguntas e as matérias mais dominadas dizem respeito à função do preservativo, ao ciclo menstrual e ao desejo sexual nas mulheres e nos homens.

Quanto à orientação sexual, a esmagadora maioria dos rapazes (95%) e das raparigas (94%) revelaram-se atraídos por pessoas do sexo oposto, com 2,7% das raparigas a confessarem atracção por ambos os sexos e 1,4% dos rapazes a também o admitirem.

Só 42% dos inquiridos tinham tido a sua primeira relação sexual - os rapazes aos 14 anos, as raparigas um ano mais tarde -, tendo 86% das inquiridas afirmado que concretizaram essa experiência com o respectivo namorado.

A parceira como protagonista da iniciação sexual foi a escolha de 64% dos rapazes auscultados, enquanto 21% reconheceu tê-lo feito, pela primeira vez, com uma amiga.

A esmagadora maioria dos jovens (80,6%) mencionou que fala com o parceiro ou parceira sobre modos de evitar uma gravidez indesejada e do uso do preservativo como forma de evitar contágios venéreos, mas apenas 74% assinalaram ter usado preservativo na última relação sexual.

Para os autores, o estudo "demonstra igualmente que a escola apresenta já uma importância significativa na educação sexual dos jovens, ainda que demasiado centrada numa abordagem biológica".

Daí que 60% dos inquiridos tenha referido ter abordado temas de educação sexual na disciplina de Ciências e 28% nas actividades extra-curriculares. Falta, contudo, segundo Pedro Moura Ferreira, a dimensão "comportamental", já que os ensinamentos transmitidos na escola são científicos em excesso, descurando a vertente psico-social das questões.

O estudo efectuado de Novembro de 2007 a Março de 2008, abrangeu 2621 alunos, de 63 escolas, das quais 13 da região Centro, dez de Lisboa e Vale do Tejo, nove do Norte, oito do Alentejo, oito dos Açores e cinco da Madeira.


JN​
 

xicca

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Já agora, a propósito desta temática, não sei bem em que jornal li isto hoje:crazynew3:, mas dizia-se que num estudo (que suponho ser o mesmo), os mais informados acerca das questões da sexualidade, são os que iniciam uma vida sexual mais tarde. Ora essa constituira assim uma das razões para se incluir na escola as ditas aulas de "Educação Sexual". Há pois a tal questão deste tema ser incluído nas aulas de Ciências, mas naturalmente tem de haver uma adaptação da informação para uma via não tanto científica e mais prática.
 
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