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Macau e Hong Kong suspenderam a importação de produtos alimentares de cinco prefeituras do Japão e de outras regiões daquele país afectadas pela fuga de radioactividade da central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão.
A decisão dos Governos das Regiões Administrativas Especiais da China abrange as prefeituras de Chiba, Tochigi, Ibaraki, Gunma e Fukushima decorre do facto de terem sido detectados em Hong Kong níveis de radioactividade até dez vezes superiores ao normal em vegetais importados de algumas daquelas regiões.
Hong Kong também suspendeu a importação de lacticínios, à semelhança dos Estados Unidos, e fruta daquelas regiões próximas da central nuclear de Fukushima, enquanto que a importação de carne e marisco está sujeita a certificação pelas autoridades japonesas.
O Executivo da antiga colónia britânica avisou que quem não cumprir aquelas regras está sujeito a uma pena de um ano de prisão e a uma multa até 100 mil dólares de Hong Kong (cerca de 9.000 euros).
Com o receio crescente de contaminação, os supermercados de ambas os territórios estão a vender cada vez menos produtos japoneses, já que os consumidores evitam adquiri-los e os restaurantes japoneses têm registado uma menor afluência.
As autoridades de Macau e Hong Kong têm procedido à inspecção permanente de produtos importados do Japão para detectarem eventuais contaminações e o Grupo de Coordenação de Segurança dos Produtos Alimentares de Macau apelou aos serviços alfandegários para intensificarem a inspecção de passageiros de voos de regresso do Japão.
Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau têm medido diariamente a dose de raios gama absorvidos pela sua central que têm estado «muito abaixo do nível de alerta» e os Serviços de Saúde explicaram aos residentes, através de anúncios na imprensa, que a possibilidade de a região ser contaminada é «extremamente reduzida, não existindo razão para temor por parte dos cidadãos».
Alguns deputados à Assembleia Legislativa elogiaram o civismo dos japoneses na forma como têm lidado com o sismo, tsunami e a crise nuclear e defenderam a necessidade de Macau investir em formação cívica e em simulacros para preparar os residentes para catástrofes, salientando como «mau exemplo» a corrida ao sal que se verificou no território.
Os Serviços de Turismo não sabem, exactamente, quantos residentes de Macau regressaram do Japão desde o dia 11, nem quantos ainda permanecem naquele país e apenas avançaram à agência Lusa que receberam 310 chamadas telefónicas desde o sismo, nenhuma nos últimos dois dias e que não há excursões turísticas para o Japão até ao final do mês.
O chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, cancelou uma deslocação ao interior da China prevista para este fim-de-semana para acompanhar a situação no Japão, depois de ter cumprido a que estava prevista para os dias 17 e 18.
Questionado pela Lusa sobre as diligências que obrigaram a esta situação, o gabinete do porta-voz do Executivo apenas referiu que foi uma «decisão tomada tendo em conta as prioridades».
Lusa/SOL