kokas
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"Se é verdade que a atitude antidemocrática do PCP e do Bloco de Esquerda não nos surpreendeu, já a postura do novo PS numa matéria tão indiscutível como esta, é indiciadora de um sério desvio da sua matriz democrata, que só nos pode deixar preocupados", afirmou Manuel Frexes, numa declaração política em plenário.
O deputado social-democrata, eleito por Castelo Branco, disse que no 25 de Novembro de 1975 foi derrotado "o projeto de uma sociedade de modelo soviético, totalitário e centralizador, protagonizado pelas forças de esquerda", mas "cujos ecos, anacronicamente, ainda chegam até hoje".
Manuel Frexes voltou a contestar o derrube do Governo PSD/CDS-PP e a formação de um executivo do PS com o apoio dos partidos à sua esquerda, considerando que isso constitui "uma das mais graves subversões democráticas", porque os socialistas não ganharam as eleições nem expuseram aos eleitores "as suas verdadeiras intenções".
Para esse efeito, citou o escritor e militante comunista José Saramago: "O grande problema do nosso sistema democrático é que permite fazer coisas nada democráticas democraticamente".
Em resposta, o deputado do PS Pedro Delgado Alves citou uma declaração do antigo Presidente da República António Ramalho Eanes feita hoje em Manila: "O 25 de Novembro foi um momento fraturante e eu entendo que não devemos comemorar os momentos fraturantes não se comemoram, recordam-se e recordam-se apenas para refletir sobre eles".
Quanto à atuação política do PS desde as eleições, o socialista rejeitou que seja ilegítima, contrapondo que o Governo PSD/CDS-PP foi derrubado por "deputados eleitos pelo povo", em "respeito pela vontade popular".
Ainda relativamente ao 25 de Novembro, Pedro Delgado Alves defendeu que não se deve "reabrir feridas que estão saradas" e acusou PSD e CDS-PP de se servirem dessa data histórica "para propósitos da espuma dos dias".
"Vivemos um tempo em que não podem ofender os vossos parceiros", retorquiu Manuel Frexes. "Isso é muito triste", acrescentou.
Antes, o social-democrata referiu que "o PS foi um dos partidos do arco moderado do 25 de Novembro" contra "uma deriva revolucionária e totalitária" e que "Mário Soares fez parte desse grupo de pessoas que ajudou a colocar Portugal no rumo certo".
O deputado do CDS-PP Hélder Amaral também interveio neste debate, para reforçar a intervenção do PSD, acusando o PS de escolher "o caminho da esquerda radical" e de querer governar "de forma politicamente ilegítima, depois de perder eleições".
BE, PCP e PEV não usaram da palavra.
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