* Título Original Mar Adentro
* Duração 2:15H
* Director
Alejandro Amenábar
* Género Drama
* Actores Javier Bardem
Ramón é um tetraplégico que está preso a uma cama há trinta anos. A sua única janela para o mundo é a do seu quarto, perto do mar. Desde então que Ramón luta pelo direito a pôr termo à vida dignamente, luta pelo direito à eutanásia. A chegada de duas mulheres à sua vida alterará a sua existência..
«Hoje em dia é muito fácil morrer. Todos os dias morre alguém, uns de doença, outros assassinados, há quem morra de velhice ou atropelado por um camião da fruta. Antigamente também havia quem morresse de desgosto mas hoje em dia já está fora de moda. O problema é que só quem quer viver é que morre e só quem não quer viver é que vive. “Mar Adentro” é um filme espanhol que fala exactamente destes dois pólos, a vida já tão esbatida e a morte tão desconhecida mas simultaneamente desejada. O tema central é portanto a eutanásia. De uma forma comovente e desarmada apanha o espectador numa teia de considerações torneadas por um refinado humor que confere ao filme uma delicadeza extrema que nos faz sorrir e sentir pena. Aos 26 anos Rámon deu um mergulho no mar que lhe custou a sua liberdade. A profundidade mal calculada fez com que embatesse violentamente no fundo e fracturasse o pescoço. A partir deste trágico acidente vê-se obrigado a viver o resto da sua existência paralisado do pescoço para baixo. Condicionado com esta incapacidade flagrante, Rámon trava uma luta para poder pôr finalmente termo à vida que o aprisiona há 29 anos. Uma vez que nem a possibilidade de se suicidar lhe restou tem que ser alguém a fazê-lo. A paixão pelo mar que o invalidou, a privacidade, a dignidade, o sucesso com as mulheres e a alegria de viver acabaram no momento do acidente. Restaram-lhe amigos que o amparam, ajudam e defendem a sua causa até ao último momento. De todas estas relações a mais especial é a que Rámon mantém com Júlia, a sua advogada. Solidária com ele e antevendo o seu futuro também ele limitado por uma cadeira de rodas vê com maior clareza o espírito deste homem extraordinário que apenas tem como arma de combate a voz, único veículo para se expressar e prosseguir a sua luta. Desta compreensão mútua nasce o amor assente na cumplicidade existente entre ambos. “A vida é um direito, não uma obrigação” Viver sem dignidade não é viver verdadeiramente. A pena que Rámon está a cumprir amargamente é ter que viver e ele já não vive, simplesmente existe até que alguém o ajude finalmente a morrer. Relativamente ao elenco considero-o muito competente. Os meus conhecimentos na área da realização são pobres e escassos mas julgo que a ideia é absolutamente e bem transmitida, daí o filme ser bom e ter sucesso. Também as partes do sonho de Rámon, quando se imagina a voar pela janela do quarto em direcção à liberdade, são sublimes. Mas são principalmente os diálogos que constituem o ponto forte pois o discurso é fabuloso e provoca no espectador as mais diversas emoções. Achei-o de uma sensibilidade fantástica, mais do que pela causa, pela personagem de Rámon. Ele não quer a pena nem os cuidados de ninguém, só quer que lhe cortem o laço com a vida. É sobretudo um grito à liberdade, se não em vida na forma da morte. Um tema muito subjectivo, sem dúvida, mas que ainda assim acho que vale sempre a pena. Pessoalmente penso que em casos destes e em doenças terminais o direito à morte é a opção mais viável. A vida é para os humanos e não faz sentido manter alguém vivo de forma tão desumana. Não é justo. Que justiça é esta que não concede a morte a um homem sob estas condições? Se isto é justo então quem fez a justiça não conhecia o conceito. As incapacidades provenientes de acidentes são sempre muito tristes. Não há que ter medo da morte, para mim o pior nestes casos é quando não se morre. » ~ Silvie
* Duração 2:15H
* Director
Alejandro Amenábar
* Género Drama
* Actores Javier Bardem

Ramón é um tetraplégico que está preso a uma cama há trinta anos. A sua única janela para o mundo é a do seu quarto, perto do mar. Desde então que Ramón luta pelo direito a pôr termo à vida dignamente, luta pelo direito à eutanásia. A chegada de duas mulheres à sua vida alterará a sua existência..

«Hoje em dia é muito fácil morrer. Todos os dias morre alguém, uns de doença, outros assassinados, há quem morra de velhice ou atropelado por um camião da fruta. Antigamente também havia quem morresse de desgosto mas hoje em dia já está fora de moda. O problema é que só quem quer viver é que morre e só quem não quer viver é que vive. “Mar Adentro” é um filme espanhol que fala exactamente destes dois pólos, a vida já tão esbatida e a morte tão desconhecida mas simultaneamente desejada. O tema central é portanto a eutanásia. De uma forma comovente e desarmada apanha o espectador numa teia de considerações torneadas por um refinado humor que confere ao filme uma delicadeza extrema que nos faz sorrir e sentir pena. Aos 26 anos Rámon deu um mergulho no mar que lhe custou a sua liberdade. A profundidade mal calculada fez com que embatesse violentamente no fundo e fracturasse o pescoço. A partir deste trágico acidente vê-se obrigado a viver o resto da sua existência paralisado do pescoço para baixo. Condicionado com esta incapacidade flagrante, Rámon trava uma luta para poder pôr finalmente termo à vida que o aprisiona há 29 anos. Uma vez que nem a possibilidade de se suicidar lhe restou tem que ser alguém a fazê-lo. A paixão pelo mar que o invalidou, a privacidade, a dignidade, o sucesso com as mulheres e a alegria de viver acabaram no momento do acidente. Restaram-lhe amigos que o amparam, ajudam e defendem a sua causa até ao último momento. De todas estas relações a mais especial é a que Rámon mantém com Júlia, a sua advogada. Solidária com ele e antevendo o seu futuro também ele limitado por uma cadeira de rodas vê com maior clareza o espírito deste homem extraordinário que apenas tem como arma de combate a voz, único veículo para se expressar e prosseguir a sua luta. Desta compreensão mútua nasce o amor assente na cumplicidade existente entre ambos. “A vida é um direito, não uma obrigação” Viver sem dignidade não é viver verdadeiramente. A pena que Rámon está a cumprir amargamente é ter que viver e ele já não vive, simplesmente existe até que alguém o ajude finalmente a morrer. Relativamente ao elenco considero-o muito competente. Os meus conhecimentos na área da realização são pobres e escassos mas julgo que a ideia é absolutamente e bem transmitida, daí o filme ser bom e ter sucesso. Também as partes do sonho de Rámon, quando se imagina a voar pela janela do quarto em direcção à liberdade, são sublimes. Mas são principalmente os diálogos que constituem o ponto forte pois o discurso é fabuloso e provoca no espectador as mais diversas emoções. Achei-o de uma sensibilidade fantástica, mais do que pela causa, pela personagem de Rámon. Ele não quer a pena nem os cuidados de ninguém, só quer que lhe cortem o laço com a vida. É sobretudo um grito à liberdade, se não em vida na forma da morte. Um tema muito subjectivo, sem dúvida, mas que ainda assim acho que vale sempre a pena. Pessoalmente penso que em casos destes e em doenças terminais o direito à morte é a opção mais viável. A vida é para os humanos e não faz sentido manter alguém vivo de forma tão desumana. Não é justo. Que justiça é esta que não concede a morte a um homem sob estas condições? Se isto é justo então quem fez a justiça não conhecia o conceito. As incapacidades provenientes de acidentes são sempre muito tristes. Não há que ter medo da morte, para mim o pior nestes casos é quando não se morre. » ~ Silvie