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O vereador e ex-presidente da Câmara de Matosinhos Narciso Miranda disse, quarta-feira, à Agência Lusa, que apresentou uma participação na PSP contra incertos, depois de ter encontrado o seu automóvel riscado.
"Vandalizaram-me o carro. É um risco profundo, de fora a fora. É pintura total. Já fiz participação na PSP de Matosinhos", disse Narciso Miranda, acrescentando que foi "avisado" do crime através de mensagens de origem desconhecida que recebeu no telemóvel.
O autarca referiu que as "ameaças telefónicas" começaram ainda antes das críticas que fez à decisão tomada, terça-feira, pela Câmara de Matosinhos, de comprar os estádios de futebol do Leixões e do Leça, mas "intensificaram-se depois da conferência de imprensa".
Narciso Miranda criticou a compra por 6,3 milhões de euros dos dois estádios na "conjuntura actual", afirmando que esta decisão "descarada" da autarquia "compromete irremediavelmente o futuro" do concelho.
"É preciso ter pouca vergonha, é preciso ter um descaramento enorme para se funcionar desta forma, mas esta é a forma de fazer política em Portugal nos últimos anos, que funciona na base da ficção e da mentira", afirmou, em conferência de imprensa, Narciso Miranda.
O vereador referiu que a maioria das mensagens ameaçadoras que recebeu por telemóvel tinham referências a alegados adeptos do Leixões, mas não do Leça.
Narciso Miranda afirmou que ficou a saber que o seu automóvel tinha sido vandalizado através de um SMS, em que se lia: "Não acreditou nas ameaças que lhe fizemos. O primeiro sinal está no seu carro".
O automóvel estava estacionado num parque envolvente ao Jardim Basílio Teles, frente à Câmara de Matosinhos.
Segundo o autarca, outras mensagens referiam: "É o primeiro aviso. A sua segurança está em perigo. Desista de contestar a compra de estádios" e "Então já se convenceu? A sua segurança está em perigo. Um grupo de leixonenses vai-lhe tratar da sua saúde".
"Isto [as mensagens] pode ser brincadeira. O carro não é brincadeira. Não tenho receio, mas estes casos de claques perturbam-me um bocado", disse.
Jornal de Notícias