billshcot
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A demissão iminente do primeiro-ministro Mario Monti, anunciada no sábado, desencadeou uma crise política em Itália que fez soar os alarmes pelo Mundo devido à ameaça de aprofundamento da crise europeia.
Ontem, na reabertura dos mercados financeiros, o prémio de risco e os juros das dívidas soberanas italiana e espanhola dispararam. O pânico foi reforçado pelo possível regresso de Silvio Berlusconi, afastado do poder em 2011 pela pressão das instituições europeias.
Os juros da dívida italiana a 10 anos, que há somente uma semana, após uma ligeira descida, se fixaram nos 4,4%, subiram ontem para os 4,8%. Mas o sinal mais alarmante é o contágio imediato da situação italiana a Espanha, onde, além da queda em mais de 2% do principal índice da Bolsa de Madrid, o IBEX 35, se assistiu igualmente ao castigo dos juros da dívida: nos títulos a cinco anos, os juros subiram para os 5,6%, quando ainda na sexta--feira estavam nos 5,4%.
Monti desdramatizou o impacto nos mercados e insistiu que, ante o bloqueio sistemático do grupo parlamentar do Povo da Liberdade (PDL) – partido de Berlusconi – a sua saída era inevitável. "Deixei de sentir a existência de uma maioria que, embora com reservas, fosse capaz de apoiar com convicção a linha política e o programa que tinham sido acordados", afirmou.
Quanto ao futuro, Monti insiste que não pondera, de momento, candidatar-se às eleições antecipadas que deverão realizar-se no final de Fevereiro. Essa é, igualmente, a opinião do líder de centro-esquerda Pier Luigi Bersani, do Partido Democrático (PD). "É melhor ficar de fora, até porque ainda pode vir a ser útil", afirmou.
Estas palavras parecem reforçar as especulações que apontam Monti como sucessor do presidente Giorgio Napolitano, cujo mandato termina em 2013. Outro cenário possível é as eleições de Fevereiro não darem maioria clara a qualquer partido e Monti ser chamado para chefiar, desta feita, um governo de centro-direita ou de unidade nacional. n *Com agências
O regresso de Berlusconi
O anúncio da recandidatura de Silvio Berlusconi ao cargo de primeiro-ministro lançou o pânico em Itália e teve impacto idêntico nos mercados financeiros internacionais. Para os críticos, a principal motivação de 'Il Cavaliere' é fugir à Justiça e vingar-se das instituições europeias que, em 2011, o forçaram a demitir-se.
A braços com processos delicados, um deles por incitamento à prostituição de menores e abuso de poder (o chamado caso 'Ruby') e outro por violação do segredo de Justiça, a candidatura permite a Berlusconi ganhar tempo. De facto, poderá invocar compromissos de campanha eleitoral para faltar às próximas sessões de ambos os processos.
Além disso, as eleições antecipadas permitem-lhe ainda escapar, pelo menos temporariamente, à ameaça da lei que interdita o exercício de cargos públicos a alguém condenado a pena de prisão superior a dois anos. Para entrar em vigor, esta lei tem ainda de passar no Parlamento, que será dissolvido logo que a demissão de Monti seja oficializada.
cm
Ontem, na reabertura dos mercados financeiros, o prémio de risco e os juros das dívidas soberanas italiana e espanhola dispararam. O pânico foi reforçado pelo possível regresso de Silvio Berlusconi, afastado do poder em 2011 pela pressão das instituições europeias.
Os juros da dívida italiana a 10 anos, que há somente uma semana, após uma ligeira descida, se fixaram nos 4,4%, subiram ontem para os 4,8%. Mas o sinal mais alarmante é o contágio imediato da situação italiana a Espanha, onde, além da queda em mais de 2% do principal índice da Bolsa de Madrid, o IBEX 35, se assistiu igualmente ao castigo dos juros da dívida: nos títulos a cinco anos, os juros subiram para os 5,6%, quando ainda na sexta--feira estavam nos 5,4%.
Monti desdramatizou o impacto nos mercados e insistiu que, ante o bloqueio sistemático do grupo parlamentar do Povo da Liberdade (PDL) – partido de Berlusconi – a sua saída era inevitável. "Deixei de sentir a existência de uma maioria que, embora com reservas, fosse capaz de apoiar com convicção a linha política e o programa que tinham sido acordados", afirmou.
Quanto ao futuro, Monti insiste que não pondera, de momento, candidatar-se às eleições antecipadas que deverão realizar-se no final de Fevereiro. Essa é, igualmente, a opinião do líder de centro-esquerda Pier Luigi Bersani, do Partido Democrático (PD). "É melhor ficar de fora, até porque ainda pode vir a ser útil", afirmou.
Estas palavras parecem reforçar as especulações que apontam Monti como sucessor do presidente Giorgio Napolitano, cujo mandato termina em 2013. Outro cenário possível é as eleições de Fevereiro não darem maioria clara a qualquer partido e Monti ser chamado para chefiar, desta feita, um governo de centro-direita ou de unidade nacional. n *Com agências
O regresso de Berlusconi
O anúncio da recandidatura de Silvio Berlusconi ao cargo de primeiro-ministro lançou o pânico em Itália e teve impacto idêntico nos mercados financeiros internacionais. Para os críticos, a principal motivação de 'Il Cavaliere' é fugir à Justiça e vingar-se das instituições europeias que, em 2011, o forçaram a demitir-se.
A braços com processos delicados, um deles por incitamento à prostituição de menores e abuso de poder (o chamado caso 'Ruby') e outro por violação do segredo de Justiça, a candidatura permite a Berlusconi ganhar tempo. De facto, poderá invocar compromissos de campanha eleitoral para faltar às próximas sessões de ambos os processos.
Além disso, as eleições antecipadas permitem-lhe ainda escapar, pelo menos temporariamente, à ameaça da lei que interdita o exercício de cargos públicos a alguém condenado a pena de prisão superior a dois anos. Para entrar em vigor, esta lei tem ainda de passar no Parlamento, que será dissolvido logo que a demissão de Monti seja oficializada.
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