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Metralhadoras Kalashnikov e Uzi à venda em bairros de Lisboa

kokas

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Set 27, 2006
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Na capital e bairros periféricos vende-se de tudo: de caçadeiras de canos serrados a armas de guerra que podem valer 30 mil euros no mercado negro

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Em maio deste ano, a PSP fez uma rusga em bairros da região de Lisboa à procura de armamento ilegal e entre o espólio apreendido encontrou uma "pesada" surpresa: a metralhadora de assalto Sig Sauer 556, de fabrico suíço. Os agentes apuraram que esta arma de guerra, usada pelas unidades de elite da polícia, era procurada num outro país europeu pela sua utilização num crime, soube o DN com fonte policial, que se escusou a especificar o país por questões de segurança. Na capital e nos bairros periféricos, no mercado negro das armas vende-se de tudo: caçadeiras de canos serrados, pistolas 6.35 mm, armas de alarme adaptadas, mas também algumas de combate que chegam a ser vendidas por 30 mil euros, como as pistolas metralhadoras Uzi, de fabrico israelita, e algumas Kalashnikov como as que foram usadas nos atentados de Paris de há uma semana.Este tráfico de armamento, que noutros países europeus é ainda mais preocupante, levou a Comissão Europeia a aprovar nesta semana medidas para melhorar o sistema de identificação das armas legalmente detidas. Estima-se que só em Portugal circulem perto de 1,5 milhões de armas ilegais - tantas como as legais. Nos últimos dois anos, em média, as polícias portuguesas confiscaram 24 armas de fogo por dia, num total de 17 713 apreensões.O mercado negro do armamento por cá - pouco relevante quando comparado com outros países europeus - tem antigas ramificações com Espanha, onde há maior abundância de armas de calibres proibidos e facilidade em ir buscar essas armas. Por outro lado, as pistolas de alarme são de venda livre no país vizinho, o que justifica algumas deslocações de negociantes portugueses que as trazem para Portugal.Portugal não tem um verdadeiro tráfico de armas quando se compara com os Estados Unidos, a França ou até Espanha, adiantou ao DN uma fonte da PSP. Aqui os negociantes trazem as armas e vendem-nas. Nunca houve casos de vendas de armas por atacado. Mas já ocorreram fenómenos curiosos. Como o de um grupo de assaltantes no Porto que alugava as armas para praticar os crimes. Ou a queda de uma rede de traficantes de armas que contou com vários armeiros e durante duas décadas teve por cabecilha um chefe de repartição do Departamento de Armas e Explosivos da PSP. Mas esses grupos já foram desmantelados.Mais recentemente, refere fonte policial, houve a preocupação da PSP com a reprodução de armas de airsoft e paintball, transformadas em armas de fogo pela substituição do cano.Processos com atrasos de anosAs armas que são confiscadas vão parar ao depósito do Departamento de Armas e Explosivos (DAE) da PSP, onde são declaradas perdidas a favor do Estado. São em tal quantidade que ainda agora o DAE está a organizar armas de processos de há seis, sete anos. A maioria terá por fim a destruição.No caso da Sig Sauer 556 encontrada em maio, inicialmente, a investigação criminal da PSP passou por despistar se a metralhadora tinha sido uma das armas roubadas aos comandos, na Carregueira, ou aos fuzileiros, na base do Alfeite. A arma estava nas mãos de membros da comunidade cigana, que, segundo fontes policiais, já foram apanhados noutros casos de venda de armas ilegais.Nos primeiros três dias da semana, a PSP fez duas operações em busca de armas ilegais na periferia de Lisboa, nos bairros da capital e de Loures e na Amadora. Nenhum oficial da polícia admitiu publicamente que essas ações poderiam estar relacionadas com o alerta terrorista na Europa, mas o facto é que a preocupação em encontrar armas extravasou as operações em bairros. Em algumas fiscalizações de rotina a condutores que decorreram na capital houve particular atenção dos agentes a esse aspeto, soube o DN. Uma fonte da hierarquia admitiu apenas que há uma "maior atenção".


dn

 
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