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Mohammed Morsi, 'o Presidente de todos os egípcios'

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Mohammed Morsi, 'o Presidente de todos os egípcios'

Mohammed Morsi, o vencedor daquelas que se consideram as primeiras eleições livres do Egipto, prometeu ser o líder «de todos os egípcios» e agradeceu aos activistas o «sangue e as lágrimas» que têm posto o país na rota da democracia. Tudo num ambiente que se adivinha difícil, com o Egipto ainda fortemente dominado pelo regime da junta militar.
«Neste dia memorável – memorável devido à vossa escolha, à vossa vontade e à vontade de Deus – digo a toda a gente que eu sou o Presidente de todos os egípcios», declarou o recém-eleito presidente, de 60 anos, num discurso ao país transmitido pela televisão estatal na noite de domingo.
No seu discurso, Mohammed Morsi transmitiu uma «mensagem de paz» ao povo egípcio, garantindo que irá respeitar «todos os acordos internacionais» e prestando homenagem àqueles que perderam a vida na revolta que derrubou o ditador Hosni Mubarak.
«Eu não estaria aqui como o primeiro Presidente eleito sem os vossos sacrifícios de mártires, o vosso sangue, as vossas lágrimas», disse Mohammed Morsi, procurando chegar aos activistas que lutaram e continuam a lutar pelo fim da ditadura militar no Egipto.

'Ruas explodem com alegria'

«As ruas explodem com alegria e as pessoas escrevem história», podia ler-se na edição desta segunda-feira da publicação da Irmandade Muçulmana intitulada ‘Liberdade e Justiça’.
De facto, o anúncio da vitória do candidato islamista apoiado pela Irmandade Muçulmana chegou à Praça Tahrir sob a forma de cânticos de apoio, entoados entre o calor sufocante que se fazia sentir na multidão. «Abaixo a ditadura militar» foi o mais ouvido entre o mar de apoiantes de Morsi.
A invasão da Praça mais emblemática da revolta egípcia foi o culminar de uma semana de tensão política provocada pelo atraso na revelação dos resultados desta segunda volta das eleições presidenciais, disputada entre o islamista Mohammed Morsi e Ahmed Shafiq, oficial da Força Aérea na reserva e membro do antigo regime de Hosni Mubarak.

Reacções dos líderes

Este marco na história da Revolta Árabe depressa suscitou reacções por parte dos líderes mundiais. O principal líder do mundo Ocidental, Barack Obama, contactou por telefone o Presidente egípcio, formado em engenharia numa Universidade norte-americana. Além de o congratular pela vitória, Obama ofereceu a Morsi apoio contínuo dos EUA para a transição do Egipto para a democracia.
Mas a reacção mais esperada era a de Israel. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu expressou respeito pelos resultados do processo eleitoral, mas apelou ao respeito do acordo de paz assinado entre os dois países, algo que Morsi já afirmou ter de ser revisto e discutido «de igual para igual».
E se por um lado, Morsi parece estar a rever as relações do Egipto com Israel, por outro, parece estar a querer reforçar os laços com o Irão. A sua vitória foi, de resto, saudada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, que felicitou «o povo egípcio pela sua vítória nesta eleição e pela presidencia de Mohamed Morsi», podia ler-se no comunicado divulgado.
Também o marechal Hussein Tantawi, líder da junta militar que tem dirigido o Egipto desde a queda de Mubarak e que na semana passada surpreendeu todos ao fazer alterações à constituição, retirando importantes poderes ao futuro Presidente, felicitou o vencedor.
Apesar de o candidato islamista ter vencido as primeiras eleições livres do Egipto com 51,73% dos votos, a governação adivinha-se difícil num país onde 48,27% da população ainda apoia o antigo regime. E onde a sombra da junta militar, agora reforçada com amplos poderes legislativos e executivos, teimará em dar nas vistas.

Fonte: AP/SOL
 
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