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Morre abraçado à mulher doente

billshcot

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Nov 10, 2010
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Há vários anos que Fernando Lopes cuidava da mulher, Maria Ferreira, desde que aquela adoecera. Ambos com 63 anos, viviam em Avintes, Gaia, e na fria madrugada de ontem o homem decidiu acender um fogareiro no quarto. O fumo, porém, foi fatal: pela manhã, o filho do casal encontrou Fernando sem vida, na cama. Estava abraçado a Maria, que sobreviveu.

Horas antes, em Colares, Sintra, um homem de 57 anos morreu, também vítima de intoxicação por monóxido de carbono – depois de se aquecer com uma braseira. A morte de Mário Vicente foi semelhante à de Fernando Lopes. Solteiro, vivia sozinho numa vivenda na rua de São Sebastião, em Colares. Um amigo encontrou-o morto, na banheira da casa de banho, com a braseira em chamas ao lado.

Em Avintes, "não era habitual o Fernando e a Maria dormirem naquele piso, mas, como ela não consegue andar, não subiram. Ele não quis que a mulher passasse frio e aconteceu esta tragédia". Tomado pela emoção, Edmundo Lopes, irmão de Fernando, descreveu ao CM o drama da família. Paulo, o filho do casal, era ontem o rosto da tristeza. Foi o jovem quem, às 06h00, chamou os bombeiros à rua Cândido dos Reis, mas já nada havia a fazer.

"É uma imagem que não me sai da cabeça. Não consigo sequer explicar o que sinto", dizia, lavado em lágrimas, enquanto olhava para o fogareiro que lhe roubou o pai e lhe deixou a mãe em estado grave, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos.

Fernando é recordado como o grande apoio da sua mulher, que sofre de diabetes. "A minha cunhada é praticamente cega e mal consegue andar. Era o meu irmão que lhe dava os medicamentos todos os dias", explica ao CM Edmundo, sem conseguir aceitar a perda do irmão.

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