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Roter.Teufel

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Morreu aos 102 anos a primeira piloto de helicópteros em missões de salvamento em guerras

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Valérie André foi a primeira mulher a atingir o posto de general nas Forças Armadas francesas.

A primeira mulher a pilotar helicópteros em missões de salvamento em zonas de guerra morreu, esta terça-feira, aos 102 anos, em Paris. Valérie André foi uma oficial militar francesa e médica de neurocirurgia, segundo o The Washington Post.

Valérie - conhecida por “Madame le Général” - pilotou helicópteros durante a guerra da Indochina no início da década de 50, tornando-se, cerca de 20 anos mais tarde, a primeira mulher a atingir o posto de general nas Forças Armadas francesas.

A guerra da Indochina foi um conflito entre tropas vietnamitas e tropas coloniais francesas que aconteceu entre 1946 e 1954.

A mesma fonte indica que a militar passou grande parte da vida a lutar por mais e melhores oportunidades para as mulheres nas Forças Armadas.

"Uma grande senhora deixou-nos", lamentou a porta-voz do Ministério da Defesa, Olivia Penichou.

Valérie André foi destacada, em 1949 no protetorado colonial francês no Sudeste Asiático, para uma enfermaria de mulheres e, posteriormente, para um hospital militar. Queria salvar mais vidas e argumentava que, para isso, tinha de ir para a linha da frente. "Madame le Général” tinha tido aulas de voo quando era jovem e possuía uma licença civil de helicóptero. Valérie saltou dezenas de vezes de paraquedas para tratar de feridos graves. Um ano mais tarde, em 1950, regressou ao seu país para conseguir uma licença de piloto militar que lhe permitisse conduzir helicópteros de dois e três lugares. No mesmo ano, regressou ao Sudeste Asiático e chegou a pilotar um Hiller 360 da Cruz Vermelha.

A general recebeu a Cruz de Guerra Francesa, a Grã-Cruz da Legião de Honra e a Legião de Mérito dos EUA.

Segundo o The Washington Post, que cita um correspondente de guerra francês, Valérie fumava muito e era "pequena, muito magra" e tinha "um magnífico cabelo castanho”.

"Madame le Général” voou em mais de 120 missões de helicóptero na Guerra da Indochina e transportou mais de 168 homens feridos, a maioria soldados franceses, para os hospitais na cidade de Hanói, capital do Vietname.

Para os civis vietnamitas, Valérie André era "a mulher que desce do céu".

Depois da guerra da Indochina, a general foi em serviço para a Argélia, onde transportou pelotões de comandos franceses. No total, fez 365 missões de combate naquele país da África do Norte.

A mulher era ainda membro das Whirly-Girls, uma organização internacional de mulheres pilotos de helicóptero.

Valérie nasceu a 21 de abril de 1922 em Estrasburgo, França. O pai era professor de música e a mãe uma dona de casa amante das artes. Desde pequena que Valérie, assim como os oito irmãos, foi incentivada pelos pais a prosseguir os estudos. Em 1948, licenciou-se em medicina na Universidade de Paris.

“No final dos meus estudos de medicina, o reitor da faculdade disse-nos que o exército da Indochina não tinha médicos suficientes. Sugeriu-nos que entrássemos para o exército com um contrato a prazo para ver se gostávamos”, contou à Vertical.

Em 1963, casou-se com o coronel reformado da Força Aérea Francesa, Alexis Santini, que conheceu na guerra e que viria a morrer 14 anos mais tarde. Em 1976, tornou-se a primeira mulher general das Forças Armadas francesas e, cinco anos mais tarde, o ministro da Defesa nomeou-a para dirigir uma comissão sobre o futuro das mulheres no Exército em França.

Correio da Manhã
 
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