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MP pede pelo menos três anos de internamento para homicida do Centro Ismaili
Vítimas mortais no ataque de 28 de março de 2023 foram duas mulheres portuguesas que trabalhavam no serviço de apoio aos refugiados.
O Ministério Público pediu, esta sexta-feira, pelo menos três anos de internamento para o homicida do Centro Ismaili, em Lisboa. O MP solicitou ainda a absolvição de dois dos crimes por não haver indícios suficientes sobre a intenção de matar as duas vítimas.
Quanto às tentativas de homicídio dos polícias, o Ministério Público sugere que não sejam apenas agravados na forma tentada mas também qualificados na forma tentada por estarem de serviço.
"É manifesta a perigosidade do arguido", sublinhou, nas alegações finais, a procuradora.
A magistrada acrescentou que, segundo a lei, a medida de segurança é revista anualmente ao fim de três anos, podendo prolongar-se até à pena máxima do crime mais grave imputado a Abdul Bashir, o homicídio agravado.
O cidadão afegão está acusado de dois crimes de homicídio agravado, seis de homicídio agravado na forma tentada, dois de resistência e coação sobre funcionário e um de posse de arma proibida. As vítimas mortais no ataque de 28 de março de 2023 foram duas mulheres portuguesas, de 24 e 49 anos, que trabalhavam no serviço de apoio aos refugiados do Centro Ismaili.
A advogada do professor que sobreviveu ao ataque pediu uma indemnização por perturbação de stress pós-traumático, isolamento, medos permanentes e perturbação do sono, no valor de 50 mil euros.
Já a advogada das famílias das vítimas, Farana, de 49 anos, e Mariana, de 24 anos, pediu ao tribunal para ter em consideração o sentimento de impotência das famílias caso Abdul Bashir seja considerado inimputável, sendo que, mesmo nesse caso, deve pagar uma indemnização às famílias. No caso de Farana por morte, dano sofrido antes da morte e danos não patrimoniais, e à família de Mariana pelas consultas da mãe, aparelho dentário e empréstimo bancário da faculdade da filha.
A advogada de um do polícia, Leandro Morais, pede o internamento e uma indemnização civil, fixando o tribunal a quantia devida ao agente da PSP.
A defesa de Abdul Bashir pede a inimputabilidade e internamento, salientando que não devem ser considerados os factos das duas tentativas de homicídio aos polícias. A defesa sublinhou ainda que “a vida humana não tem preço” e que os danos sofridos não devem ser indemnizados pelo arguido, porque “não trabalha, não tem bens e terá um futuro de internamento”, pedindo ainda que seja o Estado a pagar a indemnização.
“Mesmo com recurso a equidade as condições económicas nunca permitiram uma condenação devendo, caso se entenda fixar uma indemnização, ser dirigida ao fundo de apoio a vítimas de crimes violentos”, salientou a defesa.
“Não tenho dinheiro, não tenho fundos, não tenho meios para pagar indemnizações”, disse Abdul em tribunal. “Só tenho 2500 ou 2600 euros apreendidos pela polícia. Não recebo dinheiro nenhum. Antigamente sim, agora não.”
Nas últimas declarações, Abdul relatou ao tribunal a sua história de vida.
“Fui raptado pelos talibãs quando trabalhava e estudava. Por 45 dias, até à intervenção do estado do Afeganistão e depois das tropas americanas”, disse. “Eles disseram que me iam raptar porque era funcionário de uma empresa internacional, por isso fizeram-me refém. Por dinheiro, por um resgate.”
Correio da Manhã

Vítimas mortais no ataque de 28 de março de 2023 foram duas mulheres portuguesas que trabalhavam no serviço de apoio aos refugiados.
O Ministério Público pediu, esta sexta-feira, pelo menos três anos de internamento para o homicida do Centro Ismaili, em Lisboa. O MP solicitou ainda a absolvição de dois dos crimes por não haver indícios suficientes sobre a intenção de matar as duas vítimas.
Quanto às tentativas de homicídio dos polícias, o Ministério Público sugere que não sejam apenas agravados na forma tentada mas também qualificados na forma tentada por estarem de serviço.
"É manifesta a perigosidade do arguido", sublinhou, nas alegações finais, a procuradora.
A magistrada acrescentou que, segundo a lei, a medida de segurança é revista anualmente ao fim de três anos, podendo prolongar-se até à pena máxima do crime mais grave imputado a Abdul Bashir, o homicídio agravado.
O cidadão afegão está acusado de dois crimes de homicídio agravado, seis de homicídio agravado na forma tentada, dois de resistência e coação sobre funcionário e um de posse de arma proibida. As vítimas mortais no ataque de 28 de março de 2023 foram duas mulheres portuguesas, de 24 e 49 anos, que trabalhavam no serviço de apoio aos refugiados do Centro Ismaili.
A advogada do professor que sobreviveu ao ataque pediu uma indemnização por perturbação de stress pós-traumático, isolamento, medos permanentes e perturbação do sono, no valor de 50 mil euros.
Já a advogada das famílias das vítimas, Farana, de 49 anos, e Mariana, de 24 anos, pediu ao tribunal para ter em consideração o sentimento de impotência das famílias caso Abdul Bashir seja considerado inimputável, sendo que, mesmo nesse caso, deve pagar uma indemnização às famílias. No caso de Farana por morte, dano sofrido antes da morte e danos não patrimoniais, e à família de Mariana pelas consultas da mãe, aparelho dentário e empréstimo bancário da faculdade da filha.
A advogada de um do polícia, Leandro Morais, pede o internamento e uma indemnização civil, fixando o tribunal a quantia devida ao agente da PSP.
A defesa de Abdul Bashir pede a inimputabilidade e internamento, salientando que não devem ser considerados os factos das duas tentativas de homicídio aos polícias. A defesa sublinhou ainda que “a vida humana não tem preço” e que os danos sofridos não devem ser indemnizados pelo arguido, porque “não trabalha, não tem bens e terá um futuro de internamento”, pedindo ainda que seja o Estado a pagar a indemnização.
“Mesmo com recurso a equidade as condições económicas nunca permitiram uma condenação devendo, caso se entenda fixar uma indemnização, ser dirigida ao fundo de apoio a vítimas de crimes violentos”, salientou a defesa.
“Não tenho dinheiro, não tenho fundos, não tenho meios para pagar indemnizações”, disse Abdul em tribunal. “Só tenho 2500 ou 2600 euros apreendidos pela polícia. Não recebo dinheiro nenhum. Antigamente sim, agora não.”
Nas últimas declarações, Abdul relatou ao tribunal a sua história de vida.
“Fui raptado pelos talibãs quando trabalhava e estudava. Por 45 dias, até à intervenção do estado do Afeganistão e depois das tropas americanas”, disse. “Eles disseram que me iam raptar porque era funcionário de uma empresa internacional, por isso fizeram-me refém. Por dinheiro, por um resgate.”
Correio da Manhã