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Mubarak "já não representa ninguém"

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O presidente egípcio Hosni Mubarak "já não representa ninguém", afirma o dirigente da oposição Osama El-Ghazali Harb, que justifica assim a recusa dos partidos em negociarem com o chefe de Estado há 30 anos no poder.

O fundador do Partido Frente Democrática do Egipto, dissidente do partido de Mubarak desde 2006, afirmou que "já não há espaço para Mubarak".

"Ele pediu aos partidos da oposição para negociar (a transição politica depois de anunciar a decisão de não se recandidatar), mas nós defendemos que antes da sua saída, não há nada a negociar e essa é também uma reivindicação de todo o povo", disse, à Lusa.

Para Osama El-Ghazali Harb, o Egipto vive desde que começou a contestação a Mubarak "uma verdadeira revolução, no sentido literal do termo".

"Esta revolução exige uma mudança maciça em todo o processo político do Egipto em pouco tempo. Estamos a fazer Historia, este é um acontecimento excepcional e está a acontecer no Cairo, em Alexandria, no Suez, em muitos sítios ao mesmo tempo", declarou.

Osama Harb, que começou a carreira no jornalismo, é membro da câmara alta do parlamento egípcio e professor universitário, afirmou que os partidos da oposição estão a acompanhar "a vontade do povo e por isso não vão parar" de exigir a queda de Mubarak.

O dirigente político afirmou que a razão mais premente para a mudança é a falta de democracia no país: "estamos perante um regime que é inimigo da democracia, despótico e corrupto".

As pessoas que tem exigido mudança de regime na praça Tahrir, no centro do Cairo, e em outras cidades egípcias, perceberam "nas eleições legislativas de 2010 como o Egipto teve nos últimos 30 anos um governo fraudulento, que violou todos os princípios da democracia e cometeu todos os erros que era possível cometer", declarou.

Agora "ainda é demasiado cedo" para pensar em quem poderá suceder a Mubarak, que apesar de reiterados apelos, contestação nas ruas e ultimatos da oposição, ainda não se demitiu.

"Ainda não estamos a pensar nisso nem em qual poderá ser o nosso papel. Primeiro tem que acontecer este processo e só quando ele acabar e que se verá", ressalvou.

Por enquanto, Osama Harb defende que os partidos têm que "ser activos com a juventude"

"Muitos destes jovens estão a ter aqui a sua primeira experiência de acordar para a política e o nosso partido, como os outros, tem estado a encorajá-los a continuá-la", referiu.

Osama El-Ghazali Harb acrescentou que Mubarak tem tentado "manipular" a opinião pública acusando o movimento da oposição Irmandade Muçulmana de arquitectar os protestos populares.

"Mubarak diz que se sair eles tomarão conta do poder e isso e o que ele tem feito há trinta anos, mentir e manipular", argumentou.

Quanto ao impasse actual, em que nem os protestos na rua acabam nem Mubarak se demite, afirmou que os egípcios que querem o fim do regime ainda "confiam" que não será o exército a tirá-los das ruas.

"O exército e muito importante para os egípcios, tem um estatuto especial, as pessoas apoiam-no, sentem-se seguras e confiantes de que estará do seu lado", frisou.

Jornal de Notícias
 
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