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Rose Marie Bentley era uma ávida nadadora, criou cinco filhos, ajudou o marido a gerir a loja da família e viveu até à idade avançada de 99 anos. Foi só depois de a idosa ter morrido que se descobriu que todos os seus órgãos, exceto o coração, estavam do lado errado do corpo.
A descoberta desta condição rara foi apresentada numa conferência de anatomia esta semana, conta a Associated Press, e considerada pelos especialistas como muito surpreendente, sobretudo por Rose ter vivido durante tantos anos. As pessoas com este tipo de condição, chamada 'situs inversus', normalmente sofrem de doenças cardíacas e de outros problemas.
A turma de Cameron Walker, da Universidade de Oregon Health & Science estava a examinar o coração de um cadáver o ano passado quando repararam que os vasos sanguíneos eram diferentes. Foi quando abriram a cavidade abdominal e perceberam que todos os órgãos estavam do lado errado.
"Foi um misto de curiosidade, fascínio e querer explorar mais um pouco daquele mistério médico, uma maravilha médica, na verdade, que estava à nossa frente", descreveu Walker.
A família de Rose não sabia da sua condição, mas havia sinais. Segundo a filha, Louise Allee recordou, quando a mãe estava na casa dos 50 anos fez uma histerectomia e o médico queria remover-lhe também o apêndice, mas não o encontrou.
Segundo a universidade, esta condição ocorre a cada um em 22 mil nascimentos. Até então o caso mais velho documentado era de uma pessoa que tinha vivido até aos 73 anos, idade que Rose ultrapassou em 26 anos.
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