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"Mulheres na Ciência" contra doenças e poluição
Jovens investigadoras recebem apoios para projectos sobre Alzheimer e química mais limpa
EDUARDA FERREIRA
Têm menos de 35 anos, já fizeram o doutoramento e têm projectos de pesquisa. Susana, Paula e Marina recebem, esta segunda-feira, o incentivo de 20 mil euros para o seu trabalho. É a 5ª edição portuguesa das Medalhas de Honra L'Oréal .
Dois dos três projectos de investigação agora premiados por um júri presidido por Alexandre Quintanilha têm em comum um interesse, o de desvendar segredos do envelhecimento do cérebro.
A Química Verde é o outro campo eleito para as bolsas deste ano. Marina Kirillova, a autora da proposta, é uma bielorrussa que vive em Portugal há seis anos e conta 29 de idade. É investigadora no Instituto Superior Técnico, onde se doutorou. Além do doutoramento, publicou 15 artigos científicos em revistas internacionais e já registou 11 patentes. O seu centro de interesse em termos de pesquisa consiste na procura de processos e produtos químicos limpos ou pelo menos que reduzam a formação de substâncias tóxicas para o ambiente. Ao interessar-se pela Química Verde, Marina procura soluções de substituição para transformações químicas e substâncias a que se recorre para as conseguir em ambiente industrial. A pesquisa vai ser dirigida para a criação de novos complexos metálicos a aplicar em processos químicos não agressores do ambiente. Constituintes do gás natural e do petróleo poderiam ser transformados em produtos orgânicos, tal como poderia ser obtido um novo tipo de tratamento de esgotos por oxidação. A autora deste projecto de pesquisa tem também em vista uma futura aplicação farmacêutica dos compostos que sintetizar.
Susana Solá, outra investigadora, também se propõe a uma tarefa de complexidade não muito distante da que tem o nome de um ácido que é um dos protagonistas da sua pesquisa: o tauroursodesoxicólico (TUDCA) previne a morte de células, agindo como neuroprotector nos casos de AVC. Esta cientista de 32 anos e doutorada em Farmácia vai pesquisar as hipóteses de administração do referido ácido em processos de morte das células no sistema microvascular do cérebro. Para tanto, terá primeiro que esclarecer os mecanismos que levam à deposição da proteína beta-amilóide nas paredaes dos vasos sanguíneos do cérebro, processo que gera uma das formas familiares da doença de Alzheimer.
É esta mesma patologia que está na mira de Paula Moreira, doutorada em Ciências Biomédicas e investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra. Esta pesquisa fixa também como alvo o melhor conhecimento do mal de Alzheimer, mas tendo como ponto de partida o papel que a diabetes do tipo 2 desempenha no agravamento daquela doença neurodegenerativa.
Paula Moreira vai centrar-se no estudo das mitocôndrias, que são a principal fonte de energia das células e têm papel importante no metabolismo. O seu mau funcionamento está provado em doenças como a de Alzheimer e a diabetes. As mitocôndrias estão também envolvidas na resposta das células a muitos estímulos, bem como na morte e reprodução celular, podendo também desempenhar uma função protectora. A pesquisa desta investigadora vai procurar relacionar o papel das mitocôndrias e de proteínas que nelas podem exercer uma função antioxidante.
As Medalhas de Honra são hoje entregues às três jovens cientistas na Academia de Ciências de Lisboa, numa cerimónia que conta com a presença de Maria Cavaco Silva.
Jovens investigadoras recebem apoios para projectos sobre Alzheimer e química mais limpa
EDUARDA FERREIRA
Têm menos de 35 anos, já fizeram o doutoramento e têm projectos de pesquisa. Susana, Paula e Marina recebem, esta segunda-feira, o incentivo de 20 mil euros para o seu trabalho. É a 5ª edição portuguesa das Medalhas de Honra L'Oréal .
Dois dos três projectos de investigação agora premiados por um júri presidido por Alexandre Quintanilha têm em comum um interesse, o de desvendar segredos do envelhecimento do cérebro.
A Química Verde é o outro campo eleito para as bolsas deste ano. Marina Kirillova, a autora da proposta, é uma bielorrussa que vive em Portugal há seis anos e conta 29 de idade. É investigadora no Instituto Superior Técnico, onde se doutorou. Além do doutoramento, publicou 15 artigos científicos em revistas internacionais e já registou 11 patentes. O seu centro de interesse em termos de pesquisa consiste na procura de processos e produtos químicos limpos ou pelo menos que reduzam a formação de substâncias tóxicas para o ambiente. Ao interessar-se pela Química Verde, Marina procura soluções de substituição para transformações químicas e substâncias a que se recorre para as conseguir em ambiente industrial. A pesquisa vai ser dirigida para a criação de novos complexos metálicos a aplicar em processos químicos não agressores do ambiente. Constituintes do gás natural e do petróleo poderiam ser transformados em produtos orgânicos, tal como poderia ser obtido um novo tipo de tratamento de esgotos por oxidação. A autora deste projecto de pesquisa tem também em vista uma futura aplicação farmacêutica dos compostos que sintetizar.
Susana Solá, outra investigadora, também se propõe a uma tarefa de complexidade não muito distante da que tem o nome de um ácido que é um dos protagonistas da sua pesquisa: o tauroursodesoxicólico (TUDCA) previne a morte de células, agindo como neuroprotector nos casos de AVC. Esta cientista de 32 anos e doutorada em Farmácia vai pesquisar as hipóteses de administração do referido ácido em processos de morte das células no sistema microvascular do cérebro. Para tanto, terá primeiro que esclarecer os mecanismos que levam à deposição da proteína beta-amilóide nas paredaes dos vasos sanguíneos do cérebro, processo que gera uma das formas familiares da doença de Alzheimer.
É esta mesma patologia que está na mira de Paula Moreira, doutorada em Ciências Biomédicas e investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra. Esta pesquisa fixa também como alvo o melhor conhecimento do mal de Alzheimer, mas tendo como ponto de partida o papel que a diabetes do tipo 2 desempenha no agravamento daquela doença neurodegenerativa.
Paula Moreira vai centrar-se no estudo das mitocôndrias, que são a principal fonte de energia das células e têm papel importante no metabolismo. O seu mau funcionamento está provado em doenças como a de Alzheimer e a diabetes. As mitocôndrias estão também envolvidas na resposta das células a muitos estímulos, bem como na morte e reprodução celular, podendo também desempenhar uma função protectora. A pesquisa desta investigadora vai procurar relacionar o papel das mitocôndrias e de proteínas que nelas podem exercer uma função antioxidante.
As Medalhas de Honra são hoje entregues às três jovens cientistas na Academia de Ciências de Lisboa, numa cerimónia que conta com a presença de Maria Cavaco Silva.
JN