"Não apresentam as provas porque nunca as tiveram, nem as têm"

[kokas]

[h=2]O ex-primeiro-ministro numa sessão pública, promovida por autarcas e dirigentes do PS, no teatro municipal de Vila Real.
[/h]

José Sócrates começou a sessão pública a agradecer o "apoio e companheirismo num momento tão difícil" da sua vida. "Só quem já sofreu a prisão injusta, se pode aperceber da importância que esse apoio teve para mim", afirmou.




"Desde o primeiro momento que me apercebi que um dos objetivos da prisão era isolar-me do país, dos apoiantes, simpatizantes e militantes. Porque verdadeiramente esse sempre foi o caminho de todos os abusos, o caminho do isolamento. Mas chego aqui [Vila Real] com a sensação de que não conseguiram", garantiu. ​

O ex-primeiro-ministro foi recebido calorosamente, com muitos aplausos, o que o fez pensar que não o conseguiram afastar do coração dos portugueses. "Não conseguiram afastar-me do sentimento e do coração de tantos que ao longo das últimas décadas me seguiram", referiu. ​

Sobre as alegadas suspeitas de crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção, que levaram à sua detenção a 21 de novembro de 2014, José Sócrates diz que não há como evitar o tema. "Detiveram-me e prenderam-me há um ano. Há um ano que disseram ter provas, um ano depois não as apresentam. Não cumprem sequer os prazos do inquérito. Não apresentam as provas porque nunca as tiveram, nem as têm porque não há provas do que nunca aconteceu", assegurou.​

Sócrates diz não saber do que se pode defender. "Talvez do que aparece nos jornais? Pois, realmente não foi apenas a prisão foi também a tentativa de prenderem na opinião publica. Este processo, todos sabem que teve um impacto social e político, que lançou uma suspeição até sobre o anterior governo".​

"Um ano depois, não havendo acusação... Tenho a certeza de que todos aqueles que olham para a justiça e para o ideal de justiça, não deixarão de constar que esta é uma situação que envergonha a justiça. O que parece é que já nem é preciso fazer a acusação. O mal está feito, o PS já perdeu as eleições", sublinhou.​

"Quero dizer: todas as imputações que me fazem são falsas e absurdas e injustas", frisou, acrescentando que "o problema do segredo de justiça está a corroer a nossa sociedade. É um cancro que alastra, tem metástases". ​

"Pois aqui estou para vos dizer que vou lutar", rematou.


nm
​