kokas
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Niloufar Ardalan (à direita) vai fazer exposição ao governo iraniano
É capitã da seleção iraniana de futebol e conhecida como Lady Goal, pelos golos que marca. Ia jogar numa competição internacional, mas viu o passaporte confiscado porque tem de levar o filho à escola.
Niloufar Ardalan é considerada a melhor jogadora de futsal do Irão e uma das melhores do mundo. Pelas suas qualidades é, obviamente, presença assídua nos jogos da sua seleção. Pelo menos até agora, pois foi afastada da equipa iraniana por não ter podido representá-la num torneio internacional. Tudo porque o marido, um conhecido jornalista desportivo iraniano, a proibiu de sair do país.No Irão as mulheres solteiras não podem sair do país sem a autorização do pai e as casadas precisam de que o marido as autorize. A seleção iraniana vai participar num torneio na Malásia, entre os dias 21 e 26 deste mês, mas Niloufar Ardalan ficará de fora da prova, dado que ficou sem o passaporte."O meu marido não me deu o passaporte de forma a poder estar nos jogos, e, por causa desta oposição para viajar para fora, vou faltar aos jogos", queixou-se a jogadora de 30 anos a um site iraniano, salientando que irá agora até às últimas consequências. "Não iria viajar para fora do Irão apenas por diversão. O meu objetivo era levar a bandeira do meu país a outro país, demonstrar o nosso futsal. Sou mãe e sou mulher, e não vou perder os meus direitos", referiu.Lady Goal, como é conhecida pelos golos que marca, promete agora fazer uma exposição às autoridades competentes para abrirem uma exceção a esta lei, pedindo que nestes casos, quando se trata de mulheres desportistas, o governo iraniano faça uma alteração. Caso não seja possível, o próximo passo, segundo a própria, será expor o seu caso à Sociedade de Direitos das Mulheres."Penso que seria o mais justo, que fosse criada uma exceção. Estamos a representar o nosso país, a tentar orgulhar o nosso povo. Acredito que assim também estamos a elevar o nome do Irão ainda mais alto. Não é justo que ninguém fique de fora, neste caso aconteceu comigo, mas pode ser com qualquer outra atleta. Fazemos o nosso trabalho, honramos sempre os nossos pais e maridos, mas depois não podemos fazer aquilo de que gostamos. Só iria jogar, não iria desonrar ninguém. Tem de haver mudanças, não se pode prejudicar assim uma seleção, que está a jogar com a camisola do nosso país", salientou a iraniana.
dn