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Novo alvo para possível tratamento de asma crónica

ecks1978

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Chama-se SERCA2 e é uma espécie de bomba celular que trabalha nos músculos e que, entre outros motores e canais, controla os niveis de cálcio. E o que é que isso tem a ver com a asma? Segundo um grupo de investigadores do Reino Unido, se desenharmos fármacos capazes de actuar nestas bombas podemos evitar danos severos nos pulmões e prevenir situações crónicas de asma.

No artigo publicado no Proceedings of the National Academy os Sciences os cientistas do King's College London e do Imperial College London afirmam ter descoberto um elemento chave no desenvolvimento da asma crónica. Admitindo que este diagnóstico é resultado de diversos factores, o estudo sugere que a SERCA2 desempenha um papel principal na remodelação das vias áreas que é geralmente observada num caso de asma.

Ao longo do tempo, a estrutura e função das vias áreas de um asmático é alterada. Esta remodelação que ocorre também nos pulmões pode evoluir para situações crónicas. "Há muitos factores responsáveis pela remodelação que leva a uma situação crónica mas um dos elementos chaves neste processo envolve os músculos lisos das vias aéreas". E foi aqui, nos tais músculos lisos que a equipa percebeu o papel da bomba SERCA2. É ela que bombeia cálcio (retirando-o do citoplasma e levando-o até ao chamado retículo sarcoplasmático) para as células do músculo conseguindo desta forma relaxá-lo.

A pesquisa partia do princípio de que uma falta de SERCA2 teria um efeito e causaria os sintomas de asma. E, de facto, após retirarem esta bomba das células de pessoas saudáveis terão verificado que estas começaram a comportar-se como células de asmáticos. Nos casos mais moderados de asma também descobriram que os níveis de SERCA2 estavam reduzidos. Tak Lee, responsável pelo departamento de investigação em asma e alergia no King's College London e que liderou esta pesquisa, acredita que se resolvermos esta falta de SERCA2 nas células é possível criar um tratamento capaz de reduzir os sintomas de asma e, desta forma, prevenir a tal remodelação nos pulmões e os efeitos irreversíveis que conduzem a uma asma crónica e quase impossível de controlar.

Calcula-se que exista cerca de um milhão de asmáticos em Portugal, ou seja, um em cada dez portugueses tem esta doença.
 
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