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O que o seu consumo altera na pele, no cérebro, nos ossos e no coração
O açúcar envelhece?
Não são boas notícias, mas a verdade é que o consumo excessivo de açúcar tem como efeito o envelhecimento do nosso organismo.
Na base desta situação está a glicação, «um processo químico não enzimático que se dá ao nível das células, no qual a glicose ou a frutose são caramelizadas, juntamente com proteínas do nosso organismo, como a elastina, o colagénio e a hemoglobina», explica Luís Romariz.
Por outras palavras, quando consumimos mais açúcar do que aquele que gastamos, este mantém-se nas células e carameliza. «Tal e qual como quando o colocamos ao lume», afirma o médico, especialista em medicina antienvelhecimento. «O mesmo acontece ao colagénio e à elastina, que estão presentes na pele, nas artérias, nos músculos... Todo o nosso corpo vai caramelizando, perdendo elasticidade e resistência. Envelhecendo, portanto», sublinha.
O que fazer
A única forma de evitar esta situação é diminuir o consumo de açúcar e fazer exercício físico com alguma intensidade. «A glicação não era um problema tão grave no tempo dos nossos avós, precisamente porque ingeriam muito menos açúcar e eram muito mais ativos», continua o médico.
«Este é um problema civilizacional crescente que vai encurtar pela primeira vez desde há décadas a esperança de vida das gerações mais jovens», refere. O processo de glicação celular desencadeado pelo consumo excessivo de açúcar ocorre em todo o corpo e vai provocando danos no organismo.
Área por área, Luís Romariz, médico especialista, descreve os seus efeitos:
- Pele
Surgem rugas e perda de tonicidade com caimento da pele da face que se devem à deterioração acelerada da elastina e do colagénio, as proteínas de suporte da pele.
- Cérebro
Devido a uma menor irrigação nesta área há perda de células cerebrais, que podem resultar em inflamação, perda de memória e doença de Alzheimer. «A relação entre o açúcar e o Alzheimer está mais do que provada cientificamente, há até quem lhe chame o terceiro tipo de diabetes», afirma Luís Romariz.
- Longevidade
A esperança e qualidade de vida diminui drasticamente. «Basta olhar para o que se passa com os diabéticos, que têm uma esperança de vida mais curta, para percebermos o alcance nocivo da glicação. Há uma aceleração do envelhecimento que é notória, por exemplo, ao nível do rosto», conta o especialista.
Hormona do crescimento
Sempre que consumimos glicose em excesso e também sempre que o fazemos ao jantar ou após esta refeição, deprimimos a produção desta hormona responsável pelo rejuvenescimento.
- Ossos
São uma esponja de colagénio, mineralizada com dezenas de minerais, como o cálcio. «Se a matriz proteica é caramelizada, o osso vai perder estrutura, elasticidade e a capacidade de absorver choques. Fica menos forte e mais suscetível a fratura», explica Luís Romariz.
- Coração
Uma vez que está permanentemente a trabalhar, fazendo apenas curtíssimas pausas a cada batimento, este órgão consome mais açúcar. Ainda assim, o excesso vai prejudicá-lo, como explica Luís Romariz. «Ao afetar o colagénio, que também está presente nas artérias, a glicação pode conduzir à aterosclerose abrindo portas ao enfarte do miocárdio e ao AVC», sublinha.