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Deportados arménios em 1915 no deserto da Síria, então parte do império otomano
Genocídio. Parlamento Europeu e Conselho da Europa reconhecem a existência de uma perseguição que terá ultrapassado os 1,5 milhões
"Não podemos calar aquilo que vimos e ouvimos", afirmou o Papa Francisco na missa de ontem realizada na Casa de Santa Marta, citando os Atos dos Apóstolos, num comentário indireto à reação do governo turco sobre as suas palavras a propósito do "Metz Yegherrl", ou "Grande Mal" como os arménios classificam a perseguição e deportação sistemática desta comunidade sob o império otomano.
Na missa em Santa Marta, o Papa recordou a "coragem cristã" nos primeiros tempos do cristianismo e o exemplo de Pedro e João que, tendo de escolher se obedeciam aos sacerdotes e mestres de leis judaicos - o poder político-religioso da época - ou a Deus, recusaram o primeiro e obedeceram ao segundo. Na véspera, domingo, Francisco concelebrara missa na basílica de São Pedro com os principais dirigentes do cristianismo arménio para assinalar um século após o início da perseguição aos arménios, em 1915.
Para os arménios, após a detenção em Constantinopla de mais de 250 figuras públicas e intelectuais desta comunidade a 24 de abril de 1915, as autoridades otomanas procederam à deportação em massa de mulheres, crianças e idosos, levados para o deserto sírio e forçados a uma existência sobre as mais duras condições de vida. A população masculina, por seu lado, foi utilizada como trabalho escravo. Estima-se que, pelo menos, 1,5 milhões de pessoas tenham perdido a vida até ao início dos anos 20, no período de transição entre o fim do império otomano e o estabelecimento da Turquia, o Estado sucessor.
dn