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Em 1496 D. Manuel I pede à Santa Sé, que lhe seja concedida autorização para erigir um grande mosteiro à entrada de Lisboa, perto das margens do Tejo. Em 1501 começaram os trabalhos que duraram cerca de um século.
O monarca pretende reunir em panteão o ramo dinástico por ele iniciado (Avis-Beja). D. Manuel I e os seus descendentes foram sepultados em túmulos de mármore colocados na capela-mor da Igreja e capelas laterais do transepto. A dedicação do Mosteiro à Virgem de Belém foi outro factor que pesou na decisão régia.
O Mosteiro dos Jerónimos, como é vulgarmente conhecido, veio substituir a igreja outrora existente no mesmo local, cuja invocação era Santa Maria de Belém e onde os frades da Ordem de Cristo prestavam assistência aos mareantes em trânsito.
O edifício exibe uma extensa fachada de mais de trezentos metros, obedecendo a um princípio de horizontalidade que lhe confere uma fisionomia calma e repousante. Foi construído em calcário de lioz que se tirava muito próximo do local de implantação, na Ajuda, no Vale de Alcântara, Laveiras, Rio Seco e Tercena.
Dada a grandiosidade do projecto e a riqueza da execução, sucederam-se as empreitadas de construção e os mestres responsáveis por elas: Diogo Boitaca (c.1460-1528), João de Castilho (c.1475-1552), Diogo de Torralva (c. 1500-1566), Jerónimo de Ruão (1530-1601) são alguns dos nomes que o Mosteiro recorda e que deixaram marca indelével neste monumento.
D. Manuel canalizava para as obras de Belém grandes somas. Boa parte da chamada " Vintena da Pimenta" (aproximadamente 5% das receitas provenientes do comércio com a África e o Oriente, o equivalente a 70 kg de ouro por ano) servia para custear os trabalhos que desde o início decorrem em estreita dependência do próprio rei.
No século XIX o Mosteiro teve diversas intervenções arquitectónicas que, embora não alterando a sua estrutura primitiva, vieram dar-lhe a forma que lhe conhecemos hoje. A cúpula sineira, o corpo do dormitório (hoje Museu de Arqueologia) e a sala do Capítulo foram alguns dos locais que maiores alterações sofreram.
Nos finais do século passado, foram colocados na Igreja as arcas tumulares de Vasco da Gama e Luís de Camões, da autoria do escultor Costa Mota tio.
Destinado ao isolamento da comunidade monástica, era um local e sereno que permitia a oração, a meditação e recreio dos monges da Ordem de S. Jerónimo.
Projectado por Diogo de Boitaca que iniciou os trabalhos no começo do século XVI, foi continuado por João de Castilho a partir de 1517 e concluído por Diogo de Torralva entre 1540 e 1541.
Pelo seu valor e simbologia, o claustro do Mosteiro dos Jerónimos representa um dos momentos mais significativos do estilo Manuelino.
De duplo piso abobadado e planta quadrangular, apresenta na sua decoração a originalidade deste estilo ao conjugar símbolos religiosos , régios e elementos naturalistas.
O Mosteiro dos Jerónimos é a "jóia" do estilo manuelino. Este estilo exclusivamente português, integra elementos artquitectónicos do gótico flamejante e do renascimento, associando-lhe uma simbologia régia, naturalista, que o torna único e digno de admiração.
Para ocupar o Mosteiro, D. Manuel escolheu os monges da Ordem de S. Jerónimo, que teriam como funções, entre outras, rezar pela alma do rei e prestar assistência espiritual aos mareantes e navegadores que da praia do Restelo partiam à descoberta de outros mundos. Durante quatro séculos essa comunidade religiosa habitou nestes espaços, mas em 1833 foi dissolvida e o lugar desocupado. O Mosteiro dos Jerónimos passou a integrar os bens do Estado e o espaço conventual foi destinado ao colégio dos alunos da Casa Pia de Lisboa.
Desde sempre intimamente ligado à casa Real Portuguesa, o Mosteiro dos Jerónimos, pela força da Ordem e suas ligações a Espanha, pela produção intelectual dos seus monges, pelo facto de estar inevitavelmente ligado à epopeia dos Descobrimentos e, inclusivamente, pela sua localização geográfica, na capital, à entrada do porto, é desde cedo interiorizado como um dos símbolos da nação.
As referências ao Mosteiro não escapam nem aos cronistas, nem aos viajantes e artistas. Foi acolhimento e sepulcro de reis, mais tarde de poetas. Hoje é revisto por cada um de nós não apenas como uma notável peça de arquitectura mas como parte integrante da nossa cultura e identidade.
Foi declarado Monumento Nacional em 1907 e em 1984 a UNESCO classificou-o como Património Cultural de toda a Humanidade.
Portal Sul - Porta Principal
ConstruÌdo entre 1517 e 1518 por João de Castilho e seus oficiais, constitui o centro visual da fachada do Mosteiro que se desenvolve paralelamente ao rio. Apesar da sua grande sumptuosidade È apenas uma entrada lateral.
A figura central deste pórtico é Nossa Senhora de Belém, que é a invocação desta Igreja e Mosteiro. Ladeando a Virgem, uma multidão de estátuas representa os profetas, os apóstolos, os doutores da Igreja e algumas santas virgens (ou talvez sibilas).
No tímpano figuram cenas da vida de S. Jerónimo. Mais abaixo, entre as portas geminadas da Igreja, uma estátua representa o Infante D. Henrique. Dominando este conjunto, ao alto, a imagem do Arcanjo São Miguel.
O monarca pretende reunir em panteão o ramo dinástico por ele iniciado (Avis-Beja). D. Manuel I e os seus descendentes foram sepultados em túmulos de mármore colocados na capela-mor da Igreja e capelas laterais do transepto. A dedicação do Mosteiro à Virgem de Belém foi outro factor que pesou na decisão régia.
O Mosteiro dos Jerónimos, como é vulgarmente conhecido, veio substituir a igreja outrora existente no mesmo local, cuja invocação era Santa Maria de Belém e onde os frades da Ordem de Cristo prestavam assistência aos mareantes em trânsito.
O edifício exibe uma extensa fachada de mais de trezentos metros, obedecendo a um princípio de horizontalidade que lhe confere uma fisionomia calma e repousante. Foi construído em calcário de lioz que se tirava muito próximo do local de implantação, na Ajuda, no Vale de Alcântara, Laveiras, Rio Seco e Tercena.
Dada a grandiosidade do projecto e a riqueza da execução, sucederam-se as empreitadas de construção e os mestres responsáveis por elas: Diogo Boitaca (c.1460-1528), João de Castilho (c.1475-1552), Diogo de Torralva (c. 1500-1566), Jerónimo de Ruão (1530-1601) são alguns dos nomes que o Mosteiro recorda e que deixaram marca indelével neste monumento.
D. Manuel canalizava para as obras de Belém grandes somas. Boa parte da chamada " Vintena da Pimenta" (aproximadamente 5% das receitas provenientes do comércio com a África e o Oriente, o equivalente a 70 kg de ouro por ano) servia para custear os trabalhos que desde o início decorrem em estreita dependência do próprio rei.
No século XIX o Mosteiro teve diversas intervenções arquitectónicas que, embora não alterando a sua estrutura primitiva, vieram dar-lhe a forma que lhe conhecemos hoje. A cúpula sineira, o corpo do dormitório (hoje Museu de Arqueologia) e a sala do Capítulo foram alguns dos locais que maiores alterações sofreram.
Nos finais do século passado, foram colocados na Igreja as arcas tumulares de Vasco da Gama e Luís de Camões, da autoria do escultor Costa Mota tio.
Destinado ao isolamento da comunidade monástica, era um local e sereno que permitia a oração, a meditação e recreio dos monges da Ordem de S. Jerónimo.
Projectado por Diogo de Boitaca que iniciou os trabalhos no começo do século XVI, foi continuado por João de Castilho a partir de 1517 e concluído por Diogo de Torralva entre 1540 e 1541.
Pelo seu valor e simbologia, o claustro do Mosteiro dos Jerónimos representa um dos momentos mais significativos do estilo Manuelino.
De duplo piso abobadado e planta quadrangular, apresenta na sua decoração a originalidade deste estilo ao conjugar símbolos religiosos , régios e elementos naturalistas.
O Mosteiro dos Jerónimos é a "jóia" do estilo manuelino. Este estilo exclusivamente português, integra elementos artquitectónicos do gótico flamejante e do renascimento, associando-lhe uma simbologia régia, naturalista, que o torna único e digno de admiração.
Para ocupar o Mosteiro, D. Manuel escolheu os monges da Ordem de S. Jerónimo, que teriam como funções, entre outras, rezar pela alma do rei e prestar assistência espiritual aos mareantes e navegadores que da praia do Restelo partiam à descoberta de outros mundos. Durante quatro séculos essa comunidade religiosa habitou nestes espaços, mas em 1833 foi dissolvida e o lugar desocupado. O Mosteiro dos Jerónimos passou a integrar os bens do Estado e o espaço conventual foi destinado ao colégio dos alunos da Casa Pia de Lisboa.
Desde sempre intimamente ligado à casa Real Portuguesa, o Mosteiro dos Jerónimos, pela força da Ordem e suas ligações a Espanha, pela produção intelectual dos seus monges, pelo facto de estar inevitavelmente ligado à epopeia dos Descobrimentos e, inclusivamente, pela sua localização geográfica, na capital, à entrada do porto, é desde cedo interiorizado como um dos símbolos da nação.
As referências ao Mosteiro não escapam nem aos cronistas, nem aos viajantes e artistas. Foi acolhimento e sepulcro de reis, mais tarde de poetas. Hoje é revisto por cada um de nós não apenas como uma notável peça de arquitectura mas como parte integrante da nossa cultura e identidade.
Foi declarado Monumento Nacional em 1907 e em 1984 a UNESCO classificou-o como Património Cultural de toda a Humanidade.
Portal Sul - Porta Principal
ConstruÌdo entre 1517 e 1518 por João de Castilho e seus oficiais, constitui o centro visual da fachada do Mosteiro que se desenvolve paralelamente ao rio. Apesar da sua grande sumptuosidade È apenas uma entrada lateral.
A figura central deste pórtico é Nossa Senhora de Belém, que é a invocação desta Igreja e Mosteiro. Ladeando a Virgem, uma multidão de estátuas representa os profetas, os apóstolos, os doutores da Igreja e algumas santas virgens (ou talvez sibilas).
No tímpano figuram cenas da vida de S. Jerónimo. Mais abaixo, entre as portas geminadas da Igreja, uma estátua representa o Infante D. Henrique. Dominando este conjunto, ao alto, a imagem do Arcanjo São Miguel.