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O que os insetos têm a ver com a ciência forense?

Luz Divina

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O que os insetos têm a ver com a ciência forense?



Introdução a O que os insetos têm a ver com a ciência forense?


O antigo ditado tirado do Livro de Orações Comuns - "do pó viestes, ao pó voltarás", às vezes recitado em funerais, descreve o ciclo de vida e como os humanos passam do nascimento para a morte, do crescimento para a decomposição. Os cientistas forenses e os investigadores criminalistas, no entanto, deveriam ter uma versão própria da frase, algo como: "do pó vieste, aos insetos irá".





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Uma policial reúne provas na cena do crime. O que insetos repugnantes e nojentos têm a ver com as investigações?


Quando um investigador tenta solucionar um caso misterioso envolvendo morte repentina e inesperada, ele precisa analisar as pistas para entender os eventos. Ele precisa responder a várias perguntas: O que aconteceu aqui? Quem cometeu este crime? Por quê? Quais métodos, armas ou ferramentas foram usados? Quando isso aconteceu? Usando várias áreas da ciência, incluindo biologia, química, física, antropologia e matemática, especialistas treinados podem analisar os fragmentos de provas deixados em um crime e, com cuidado e precisão, construir uma história legítima. Eles podem usar tudo o que foi deixado na cena do crime, incluindo vidro quebrado, sujeira, fluídos do corpo e qualquer outro elemento que deixe vestígios.


De fato, quando pensamos na cena de um crime, geralmente visualizamos fita amarela da polícia, linhas de giz branco, vidros quebrados e manchas de sangue. No entanto, um organismo vivo geralmente aparece depois que um crime é cometido, sobre ou ao redor do corpo das vítimas- os insetos.


O que os insetos podem nos dizer sobre uma morte? O quanto eles revelam sobre um crime? Para saber como os insetos nos ajudam a desvendar um crime enquanto procuram um lanche saboroso, leia a página a seguir.

Entomologia forense - insetos e corpos reunidos


Assim como as moscas se concentram ao redor de uma carne apodrecida deixada sobre uma mesa, insetos necrofílicos, ou insetos que se alimentam de carne morta, estão, em geral, associados a cadáveres humanos. A entomologia forense, ou o uso de evidência de insetos em casos criminais e civis, ajuda a polícia e os investigadores a obterem várias informações sobre o que aconteceu com um corpo.



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Os cientistas forenses examinam os insetos para calcular dados sobre o crime


O principal campo criminal da entomologia forense é conhecido como entomologia médico-legal. Ele é conhecido também como entomologia médica forense ou entomologia médico-criminal, devido ao seu foco em crimes violentos. As pessoas que trabalham nesse campo geralmente tentam determinar vários pontos importantes:



  • o IPM (intervalo pós-morte), ou o tempo estimado da morte humana;


  • o local da morte;


  • casos legais envolvendo morte misteriosa e repentina, em que há suspeita de crime;


  • acidentes de trânsito sem causa aparente;


  • uso inadequado criminal de insetos.

Insetos encontrados nos orifícios de um cadáver, por exemplo, olhos, nariz, ouvidos e boca, chegam rapidamente. A maioria dos insetos pode localizar o cheiro de carne morta em questão de horas, e alguns insetos, conhecidos como insetos de carniça, passam a vida se alimentando de carne morta e desenvolvendo mais gerações de insetos. Os adultos, maduros e capazes de se movimentar, voam o mais próximo possível de um corpo morto para depositar seus ovos na parte interna.


O fato de os insetos se desenvolverem e crescerem dentro de um cadáver é um dos aspectos mais importantes que um entomologista tem em mente ao investigar uma morte. Em geral, um inseto passa por três estágios durante sua vida dentro de um corpo humano. No primeiro estágio os insetos ainda estão dentro dos ovos; no segundo, uma larva pequena e branca que acabou de sair do ovo cresce se alimentando da carne morta; e o estágio final é o de pupa, que é um estágio intermediário que aparece antes de o inseto se tornar um adulto com asas.


Se um entomologista coleta insetos de um cadáver durante um desses estágios - ovo, larva ou pupa - e conhece o ciclo de vida dele, ele pode determinar o tempo exato da morte. Em outras palavras, o entomologista precisa conhecer dois fatos básicos: quanto tempo depois de uma morte os ovos do insetos são depositados e o tempo que leva para os insetos se desenvolverem. Esses dois fatos devem dar ao entomologista uma idéia aproximada de há quanto tempo a pessoa foi morta.



[SIZE=+1]Xô mosca, não me perturbe!

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[SIZE=-1]Além da entomologia médico-legal, outra área da entomologia forense é a urbana. Esse estudo lida com os insetos que podem infestar ou trazer danos às casas das pessoas e outras estruturas feitas pelo homem. Os cupins são inimigos comuns, uma vez que eles se alimentam de madeira e podem causar grandes problemas estruturais às construções. Outras infestações de insetos, como baratas, abelhas e vespas, podem também representar um grande problema.
Uma terceira área é a entomologia de produtos armazenados. De um modo simplificado, ela envolve casos de insetos encontrados em alimentos. Se uma quitanda receber uma remessa de cereais, e os clientes encontrarem não apenas um brinquedo surpresa, mas uma infestação de insetos ao abrirem as caixas, um entomologista será chamado para investigar o incidente e descobrir a fonte do problema.


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Tecnologias de entomologia forense - varejeiras e besouros


Vários tipos de insetos vão se aglomerar em um corpo em decomposição, mas os tipos mais comuns de insetos encontrados em um cadáver são moscas e besouros. As moscas, particularmente as varejeiras, podem encontrar carne morta em minutos. As larvas de moscas, comumente conhecidas como vermes, realizam a maior parte da refeição e são as grandes responsáveis pela decomposição do corpo. Os besouros, por outro lado, vão, em geral, movimentar-se depois que um corpo tiver secado.


Ao recolher insetos, os investigadores tentam localizar as espécies maiores - os insetos mais velhos fornecem o melhor IPM (intervalo pós-morte). Para preservar os insetos, amostras tiradas do corpo são colocadas em recipientes cobertos por álcool isopropílico 70%, a mesma proporção que você encontra nas lojas. Os recipientes são etiquetados com a data e a hora da coleta e a parte do corpo da qual os insetos foram retirados. Finalmente, o investigador entrega as espécies diretamente a um especialista ou envia os recipientes para análise.




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Uma varejeira grande a adulta, que deve ter recebido seu suprimento de restos humanos



Em uma situação perfeita, os insetos podem ser uma fácil ferramenta para se desvendar o desconhecido. Por exemplo, se uma pessoa morre de causa natural em uma sala onde a temperatura permaneceu constante, e o investigador quer saber a hora da morte, o entomologista simplesmente observa os insetos ao redor do carpo e relata os detalhes.


No entanto, isso nem sempre é tão fácil. Os investigadores devem levar em conta uma série de variáveis ao coletar espécies. A temperatura da área adjacente, por exemplo, determina a rapidez com que as larvas vão se desenvolver em um corpo. Quando uma pessoa é assassinada durante os meses de verão e deixada ao ar livre por vários dias, a temperatura ambiente ao lado do corpo pode variar drasticamente.

Certos tipos de varejeiras se desenvolvem com maior rapidez em dias mais quentes, e mais lentamente em dias mais frios. Os insetos encontrados em um corpo que tenha ficado ao ar livre por semanas ou meses mostram variações drásticas nos ciclos de crescimento. Um entomologista precisa observar cuidadosamente as espécies disponíveis para determinar um intervalo provável dos acontecimentos.



[SIZE=+1]Não se esqueça de lavar sua foice!

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[SIZE=-1]Embora grande parte dos avanços na ciência forense tenha sido feita no final do século 19 e início do século 20 na Europa e no Reino Unido, os registros mostram que os chineses tinham bastante conhecimento sobre a investigação de mortes estranhas. Em 1235 d.C., o investigador chinês Sung Tz'u escreveu um livro, chamado "The Washing Away of Wrongs". Este talvez tenha sido o primeiro documento sobre entomologia forense. Sung reproduz um assassinato em uma pequena vila da China em que a vítima fora cruelmente esquartejada. O investigador local fez algumas perguntas e, após receber poucas respostas, ele decidiu pedir que cada morador da vila trouxesse sua foice e a depositasse no chão.
Então, várias moscas apareceram sobre uma foice, provavelmente porque seu proprietário não tivesse limpado o tecido microscópico da lâmina. O assassino confessou, e o primeiro caso conhecido de entomologia forense foi resolvido.


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