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Oceanos a aquecer, menos gelo e ondas de calor generalizadas
No Ártico houve uma perda de quase 2,2 milhões de quilómetros quadrados desde 1979.
Os oceanos do planeta estão sujeitos a aquecimento generalizado, que provoca derretimento do gelo marinho, ondas de calor e proliferação do fitoplâncton (plâncton vegetal), alerta um relatório sobre o estado do oceano divulgado hoje.
O Relatório Sobre o Estado dos Oceanos, uma publicação anual do serviço marítimo do sistema europeu de observação da Terra Copernicus, traça uma panorâmica do clima e da saúde dos oceanos, com informações científicas a partir da compilação de dados desde a década de 1970.
O documento, em oitava edição, tem a contribuição de mais de 120 participantes e incide especialmente em 2022 e 2023.
Sobre o aquecimento dos oceanos, o relatório diz por exemplo que as águas costeiras à volta das ilhas espanholas Baleares (no Mediterrâneo) atingiram 29,2 ºC (graus celsius) em agosto de 2022, a temperatura mais elevada na região nos últimos 40 anos.
Mas outros recordes foram batidos na região Ibérica-Biscaia-Irlanda em 2022, onde as ondas de calor marinhas - fenómenos temporários, prolongados e anormalmente quentes - duraram em média 145 dias, com temperaturas que atingiram 6°C (graus celsius) acima do normal.
O relatório alerta que temperaturas muito elevadas estão a ser observadas em todo o mundo, e que no ano passado 22% da superfície oceânica global "registou pelo menos um evento de onda de calor marinha grave a extrema".
Em 2022 quase dois terços do mar Báltico sofreram ondas de calor marinhas e no mesmo ano no Mediterrâneo as ondas de calor estenderam-se pela coluna de água, atingindo profundidades até 1.500 metros, com temperaturas mais elevadas e mais prolongadas abaixo dos 150 metros.
O relatório recorda que as ondas de calor marinhas podem provocar a migração de espécies, a extinção em massa de espécies e a degradação dos ecossistemas. Populações de peixes com interesse comercial podem ser afetadas, o que tem consequências na segurança alimentar de todo o mundo.
Ainda em relação ao aumento das temperaturas, o relatório destaca também a situação nos polos, que "estão a sofrer uma perda sem precedentes do gelo marinho".
No Ártico houve uma perda de quase 2,2 milhões de quilómetros quadrados desde 1979, tendo a temperatura da água subido mais de 4°C desde a década de 1980. Na Antártida, os níveis de gelo marinho "atingiram níveis mínimos nunca vistos desde o início dos registos por satélite", com perdas correspondentes a uma área três vezes maior que França.
Embora o aquecimento global dos oceanos tenha começado a aumentar a partir de 1960, o ritmo de aquecimento quase duplicou após 2005 e tem impactos profundos em quase todo os aspetos dos oceanos.
Mas um período de frio invulgar a sudeste de Creta, em 2022, levou a uma "proliferação extrema de fitoplâncton", que deverá ter sido o resultado de uma maior mistura de águas profundas ricas em nutrientes com águas superficiais, ainda de acordo com o documento.
Certo é que, refere o relatório, as emissões de gases com efeito de estufa provocadas pelas atividades humanas estão a fazer com que no sistema climático da Terra permaneça mais calor do que aquele que é libertado para o espaço, o que provocou um desequilíbrio no "orçamento energético da Terra".
Correio da Manhã

No Ártico houve uma perda de quase 2,2 milhões de quilómetros quadrados desde 1979.
Os oceanos do planeta estão sujeitos a aquecimento generalizado, que provoca derretimento do gelo marinho, ondas de calor e proliferação do fitoplâncton (plâncton vegetal), alerta um relatório sobre o estado do oceano divulgado hoje.
O Relatório Sobre o Estado dos Oceanos, uma publicação anual do serviço marítimo do sistema europeu de observação da Terra Copernicus, traça uma panorâmica do clima e da saúde dos oceanos, com informações científicas a partir da compilação de dados desde a década de 1970.
O documento, em oitava edição, tem a contribuição de mais de 120 participantes e incide especialmente em 2022 e 2023.
Sobre o aquecimento dos oceanos, o relatório diz por exemplo que as águas costeiras à volta das ilhas espanholas Baleares (no Mediterrâneo) atingiram 29,2 ºC (graus celsius) em agosto de 2022, a temperatura mais elevada na região nos últimos 40 anos.
Mas outros recordes foram batidos na região Ibérica-Biscaia-Irlanda em 2022, onde as ondas de calor marinhas - fenómenos temporários, prolongados e anormalmente quentes - duraram em média 145 dias, com temperaturas que atingiram 6°C (graus celsius) acima do normal.
O relatório alerta que temperaturas muito elevadas estão a ser observadas em todo o mundo, e que no ano passado 22% da superfície oceânica global "registou pelo menos um evento de onda de calor marinha grave a extrema".
Em 2022 quase dois terços do mar Báltico sofreram ondas de calor marinhas e no mesmo ano no Mediterrâneo as ondas de calor estenderam-se pela coluna de água, atingindo profundidades até 1.500 metros, com temperaturas mais elevadas e mais prolongadas abaixo dos 150 metros.
O relatório recorda que as ondas de calor marinhas podem provocar a migração de espécies, a extinção em massa de espécies e a degradação dos ecossistemas. Populações de peixes com interesse comercial podem ser afetadas, o que tem consequências na segurança alimentar de todo o mundo.
Ainda em relação ao aumento das temperaturas, o relatório destaca também a situação nos polos, que "estão a sofrer uma perda sem precedentes do gelo marinho".
No Ártico houve uma perda de quase 2,2 milhões de quilómetros quadrados desde 1979, tendo a temperatura da água subido mais de 4°C desde a década de 1980. Na Antártida, os níveis de gelo marinho "atingiram níveis mínimos nunca vistos desde o início dos registos por satélite", com perdas correspondentes a uma área três vezes maior que França.
Embora o aquecimento global dos oceanos tenha começado a aumentar a partir de 1960, o ritmo de aquecimento quase duplicou após 2005 e tem impactos profundos em quase todo os aspetos dos oceanos.
Mas um período de frio invulgar a sudeste de Creta, em 2022, levou a uma "proliferação extrema de fitoplâncton", que deverá ter sido o resultado de uma maior mistura de águas profundas ricas em nutrientes com águas superficiais, ainda de acordo com o documento.
Certo é que, refere o relatório, as emissões de gases com efeito de estufa provocadas pelas atividades humanas estão a fazer com que no sistema climático da Terra permaneça mais calor do que aquele que é libertado para o espaço, o que provocou um desequilíbrio no "orçamento energético da Terra".
Correio da Manhã