- Entrou
- Out 5, 2021
- Mensagens
- 55,757
- Gostos Recebidos
- 1,583
Oito pessoas perdem os olhos após cirurgias às cataratas que terão sido feitas em troca de votos no Brasil
Das 48 pessoas operadas, 15 apresentaram problemas no mesmo dia em que foram submetidas ao procedimento.
Oito pessoas foram obrigadas a retirar o globo ocular após terem sido submetidas a cirurgia de cataratas durante um esforço concentrado num hospital público da cidade de Parelhas, no interior do estado brasileiro do Rio Grande do Norte, nordeste do país, uma semana antes das eleições municipais do passado dia 6. Há a suspeita de que as 48 cirurgias de cataratas realizadas em somente dois dias por uma equipa contratada pelo atual autarca, Tiago Almeida, que foi reeleito, configurem um crime eleitoral, tendo sido alegadamente levadas a cabo em troca de votos dos beneficiados e seus familiares, uma prática ilegal mas muito comum no nordeste do Brasil.
Das 48 pessoas operadas às cataratas nos dias 27 e 28 de Setembro na Maternidade Municipal Dr. Graciliano Lordão, em Parelhas, cidade com 21 mil habitantes, 15 apresentaram problemas no mesmo dia em que foram submetidas ao procedimento, e as oito com os casos mais graves já tiveram de fazer a evisceração (extracção) do globo ocular em hospitais particulares de Natal, a capital estadual, para onde foram transferidas com um quadro grave de infeção. Outras quatro tiveram de passar por cirurgia de vitrectomia, substituição do gel que envolve o vítreo, e as outras três estão a receber medicação intensiva para tratar também a infeção conhecida como Endooftalmite, provocada pela bactéria Enterobacter Gloacae.
Vítimas da infeção contraída durante a cirurgia procuraram o médico responsável pelo procedimento assim que começaram a ter dores insuportáveis no olho operado e foi-lhes dito que estava tudo bem, e que o quadro de inflamação e de desconforto era absolutamente normal. Só após a infeção assumir proporções muito graves é que os doentes foram levados às pressas para Natal, a 262 km de Parelhas, e oito deles tiveram de extrair os globos oculares para evitar que a infeção alastrasse ainda mais.
O autarca reeleito da cidade, nega veementemente que as cirurgias feitas em regime de esforço concentrado uma semana antes das eleições municipais tenham sido para garantir votos, e alega que a saúde das pessoas não pode esperar. Mas partidos que lhe fazem oposição já entraram na justiça eleitoral com uma ação acusando o autarca de crime de abuso de poder político e económico, por ter supostamente usado o cargo e equipamentos da edilidade para favorecer munícipes em troca de votos.
A compra de votos é um problema recorrente no Brasil todo, mas faz-se sentir de forma muito mais aguda no nordeste do país, a região mais pobre. É comum até hoje, principalmente em cidades menores, que candidatos, estejam ou não no poder, andem de casa em casa com grandes somas em dinheiro vivo dando pequenos montantes a potenciais eleitores ou comprando-lhes garrafas de gás de cozinha, alimentos, óculos de grau, peças de vestuário e calçado e até simplesmente garrafas de aguardente, por exemplo, ou comprometendo-se a pagar dentaduras, a conseguir-lhes consultas e tratamentos ou cirurgias diversas em troca da promessa de voto.
Correio da Manhã

Das 48 pessoas operadas, 15 apresentaram problemas no mesmo dia em que foram submetidas ao procedimento.
Oito pessoas foram obrigadas a retirar o globo ocular após terem sido submetidas a cirurgia de cataratas durante um esforço concentrado num hospital público da cidade de Parelhas, no interior do estado brasileiro do Rio Grande do Norte, nordeste do país, uma semana antes das eleições municipais do passado dia 6. Há a suspeita de que as 48 cirurgias de cataratas realizadas em somente dois dias por uma equipa contratada pelo atual autarca, Tiago Almeida, que foi reeleito, configurem um crime eleitoral, tendo sido alegadamente levadas a cabo em troca de votos dos beneficiados e seus familiares, uma prática ilegal mas muito comum no nordeste do Brasil.
Das 48 pessoas operadas às cataratas nos dias 27 e 28 de Setembro na Maternidade Municipal Dr. Graciliano Lordão, em Parelhas, cidade com 21 mil habitantes, 15 apresentaram problemas no mesmo dia em que foram submetidas ao procedimento, e as oito com os casos mais graves já tiveram de fazer a evisceração (extracção) do globo ocular em hospitais particulares de Natal, a capital estadual, para onde foram transferidas com um quadro grave de infeção. Outras quatro tiveram de passar por cirurgia de vitrectomia, substituição do gel que envolve o vítreo, e as outras três estão a receber medicação intensiva para tratar também a infeção conhecida como Endooftalmite, provocada pela bactéria Enterobacter Gloacae.
Vítimas da infeção contraída durante a cirurgia procuraram o médico responsável pelo procedimento assim que começaram a ter dores insuportáveis no olho operado e foi-lhes dito que estava tudo bem, e que o quadro de inflamação e de desconforto era absolutamente normal. Só após a infeção assumir proporções muito graves é que os doentes foram levados às pressas para Natal, a 262 km de Parelhas, e oito deles tiveram de extrair os globos oculares para evitar que a infeção alastrasse ainda mais.
O autarca reeleito da cidade, nega veementemente que as cirurgias feitas em regime de esforço concentrado uma semana antes das eleições municipais tenham sido para garantir votos, e alega que a saúde das pessoas não pode esperar. Mas partidos que lhe fazem oposição já entraram na justiça eleitoral com uma ação acusando o autarca de crime de abuso de poder político e económico, por ter supostamente usado o cargo e equipamentos da edilidade para favorecer munícipes em troca de votos.
A compra de votos é um problema recorrente no Brasil todo, mas faz-se sentir de forma muito mais aguda no nordeste do país, a região mais pobre. É comum até hoje, principalmente em cidades menores, que candidatos, estejam ou não no poder, andem de casa em casa com grandes somas em dinheiro vivo dando pequenos montantes a potenciais eleitores ou comprando-lhes garrafas de gás de cozinha, alimentos, óculos de grau, peças de vestuário e calçado e até simplesmente garrafas de aguardente, por exemplo, ou comprometendo-se a pagar dentaduras, a conseguir-lhes consultas e tratamentos ou cirurgias diversas em troca da promessa de voto.
Correio da Manhã