billshcot
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Rafael, de dois anos e meio, apressa-se a limpar com as mãos todas as lágrimas que Ana Bartolomeu, de 34, não consegue segurar.
Sorri e tenta animá-la. Falta idade ao menino para entender que a mãe não come há vários dias para ele o poder fazer. "Não chora, mamã", pede Rafael, incapaz de entender a tristeza de Ana, numa casa, em Olhão, onde não há comida, eletricidade, gás nem televisão.
O frigorífico está praticamente vazio. As prateleiras guardam nada. Estão assim desde que o marido de Ana perdeu o emprego, na construção civil, há dois meses. "Tenho metade de um pacote de leite, um resto de papa, uma alface e um bocadinho de carne, que vou preparar para o meu filho comer. Amanhã [hoje] não sei o que lhe dar", desabafou a mulher.
Tal como o marido, Ana está desempregada. "Logo que engravidei, mandaram-me embora de uma pastelaria. E, como não tinha contrato, não recebi nada", diz. O marido, sem qualquer apoio social, faz uns "biscates". Foi recentemente trabalhar numas "pinturas" em Braga, mas ainda não recebeu remuneração. "Chega a fazer dias de trabalho sem ter o que comer, para não levar o pouco que há no frigorífico", explica Ana.
Na casa de Ana vive ainda um irmão, de 18 anos, sem trabalho. O único valor com que todos contam é o abono de Rafael: menos de 30 euros. Os familiares do casal não conseguem ajudar. E só alguns amigos têm prestado ajuda. As contas ficam por pagar – a eletricidade já foi cortada. Nem sempre é possível comprar gás. E devem já dois meses de renda. Além da fome. "Há dias que não sei o sabor de um bocadinho de pão ou sopa. Todos os alimentos que amigos me oferecem dou ao meu filho. Quando a faina é boa, há pescadores que oferecem peixe. A sorte é que o Rafael gosta muito de peixe".
cm
Sorri e tenta animá-la. Falta idade ao menino para entender que a mãe não come há vários dias para ele o poder fazer. "Não chora, mamã", pede Rafael, incapaz de entender a tristeza de Ana, numa casa, em Olhão, onde não há comida, eletricidade, gás nem televisão.
O frigorífico está praticamente vazio. As prateleiras guardam nada. Estão assim desde que o marido de Ana perdeu o emprego, na construção civil, há dois meses. "Tenho metade de um pacote de leite, um resto de papa, uma alface e um bocadinho de carne, que vou preparar para o meu filho comer. Amanhã [hoje] não sei o que lhe dar", desabafou a mulher.
Tal como o marido, Ana está desempregada. "Logo que engravidei, mandaram-me embora de uma pastelaria. E, como não tinha contrato, não recebi nada", diz. O marido, sem qualquer apoio social, faz uns "biscates". Foi recentemente trabalhar numas "pinturas" em Braga, mas ainda não recebeu remuneração. "Chega a fazer dias de trabalho sem ter o que comer, para não levar o pouco que há no frigorífico", explica Ana.
Na casa de Ana vive ainda um irmão, de 18 anos, sem trabalho. O único valor com que todos contam é o abono de Rafael: menos de 30 euros. Os familiares do casal não conseguem ajudar. E só alguns amigos têm prestado ajuda. As contas ficam por pagar – a eletricidade já foi cortada. Nem sempre é possível comprar gás. E devem já dois meses de renda. Além da fome. "Há dias que não sei o sabor de um bocadinho de pão ou sopa. Todos os alimentos que amigos me oferecem dou ao meu filho. Quando a faina é boa, há pescadores que oferecem peixe. A sorte é que o Rafael gosta muito de peixe".
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