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OML celebra bicentenário das batalhas da Roliça e Vimeiro

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OML celebra bicentenário das batalhas da Roliça e Vimeiro

O bicentenário das batalhas da Roliça e do Vimeiro, de que saíram vencedoras as tropas anglo-portuguesas, derrotando as francesas lideradas por Junot, é celebrado em dois concertos, sexta-feira e sábado, pela Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML).

O programa dos dois concertos, o de sexta-feira, pelas 21:30 na Igreja do Santíssimo Salvador do Mundo, no Bombarral, e o de sábado, na Igreja de Santa Maria do Castelo, na Lourinhã, é o Requiem, em memória de Camões de Domingos Bomtempo.

O maestro João Paulo Santos dirigirá a Orquestra Metropolitana e Armando Possante o Coro Gregoriano de Lisboa, sendo solistas a soprano Teresa Gardner, a meio-soprano Paula Dória, o tenor João Rodrigues e o barítono Rui Baeta.

«Esta é uma obra maior de um dos mais importantes compositores da história da música portuguesa. Com muita sobriedade e uma irrepreensível disposição formal do discurso, com clara referência nas melhores práticas dos mestres do classicismo», disse Rui Miguel Leitão, da OML. João Domingos Bomtempo foi «um homem empenhado na reforma social portuguesa pós-invasões-francesas», acrescentou.

O Requiem, explicou, foi composto em 1819 e enquadra-se num movimento apostado em «implementar no nosso país uma renovação política e espiritual», sobressaindo a figura do épico como inspiradora de poetas, escritores, pintores e músicos. A obra foi escrita em Paris, onde então Domingos Bomtempo se encontrava, e «obteve os seus primeiros sucessos junto do público de Londres».

Na avaliação de Rui Leitão, Bomtempo foi «quem mais contribuiu para o desenvolvimento da prática da música instrumental em Portugal no decorrer da primeira metade do século XIX». Referindo-se ao Requiem, assinalou que, «tal como as sinfonias [de Bomtempo], também esta peça está fortemente referenciada nas melhores práticas dos grandes mestres do classicismo vienense».

«Neste caso - observou - , a influência de Joseph Haydn prevalece».Domingos Bomtempo (1775/1842) foi um exímio pianista, segundo relatos da época sobre as suas actuações em Paris ou Londres. «Foi um virtuoso, além de excelente compositor», disse a pianista Gabriela Canavilhas, presidente da AMEC (Associação de Música Educação Música e Cultura) que tutela a OML.

Canavilhas, que lamenta o facto de «a história esquecer algumas figuras», referiu que «agilidade», «energia na execução», «nobreza e altivez no estilo» são referências constantes na imprensa estrangeira sobre as actuações do pianista português. O compositor foi mesmo um dos primeiros 25 «associate members» da Philarmonic Society de Londres, em 1813.

Compositor da causa liberal de D. Pedro IV, com eventual envolvimento na maçonaria, Bomtempo tem uma obra «fundamentalmente instrumental, privilegiando o piano e abarcando géneros de grande extensão, como a sinfonia», destacando-se as composições de cariz sacro. Deixou ainda uma ópera incompleta, «Alessandro in Efeso».


Diário Digital / Lusa
 
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