Portal Chamar Táxi

Informação Os cães podem mesmo pressentir AVC dos donos? Veterinários esclarecem

Lordelo

Sub-Administrador
Team GForum
Entrou
Ago 4, 2007
Mensagens
49,288
Gostos Recebidos
1,168
naom_6926c565cbe29.webp


"Estou soterrado por uma cadela que não consente que eu me mova um milímetro daqui para fora", escreveu Nuno Markl na última foto que partilhou no Instagram antes de ser hospitalizado devido a um AVC, na passada quinta-feira, 20 de novembro. Na imagem, a cadela Chiclete aparece bastante protetora do sono, o que levou a vários comentários a afirmar que o animal estava a pressentir que algo não estava bem e a prever o problema do locutor. Mas será que os cães conseguem mesmo pressentir um AVC?


O Lifestyle ao Minuto falou com dois veterinários, Elena Díaz, da Kivet, as clínicas veterinárias da Kiwoko, e André Santos, para perceber melhor esta questão. Os dois esclarecem que não existem estudos que comprovem uma relação específica com o acidente vascular cerebral (AVC), mas que efetivamente os animais, e os cães no caso, conseguem perceber algumas alterações físicas e emocionais dos donos e tutores.


"Embora não exista evidência científica de que os animais possam prever conscientemente um AVC, eles podem reagir a alterações fisiológicas que antecedem episódios cardiovasculares graves, como variações na pressão arterial, frequência cardíaca ou sinais de stress", esclarece Elena Díaz.


Será que os cães conseguem pressentir um AVC?


André Santos é da mesma opinião. “Cientificamente não é possível um cão prever um pressentir um AVC. O que acontece muitas vezes é que as pessoas, antes de um AVC, podem ter alterações comportamentais, de rotina, de reação, um bocadinho diferentes e os cães podem pressentir mais fortemente essas alterações e terem eles um comportamento mais estranho mediante as alterações dos donos, mas quimicamente não pressentir que um AVC vem daí.”


"É plausível que a cadela tenha detetado estas alterações no Nuno Markl, reagindo de forma diferente do habitual. Contudo, trata-se de uma reação instintiva e sensorial, não de uma antecipação consciente do evento médico", explica a veterinária Elena Díaz.





Desta forma, os animais acabam por ter diferentes reações consoante aquilo que observam e detetam nas ações, emoções ou num estado mais debilitado do tutor.


“Os cães, quando percebem que algo virá a acontecer, seja AVC, seja outros quadros, geralmente podem ter várias formas de comportamento. Podem, muitas vezes, ter uma reação mais efusiva de ladrar, de pedir atenção, de começar à roda, de ir para a porta, ou podem ter eles um quadro mais defensivo, de se esconderem, de se isolarem, de estarem excessivamente a dormir”, diz o veterinário André Santos.


O especialista garante que pode variar de animal para animal ter um quadro mais defensivo ou até reativo. "Entre as respostas observadas destacam-se: aproximação constante, deitar-se junto, contacto físico, lamber, vocalização ou vigilância. Estes comportamentos refletem tanto ligação emocional como respostas a sinais sensoriais subtis detetados pelos animais”, continua Elena Díaz.


Muitas vezes, os cães e até os gatos podem acabar por ter um comportamento semelhante ao dos seus donos e replicar o estado anímico dos mesmos. "Os cães conseguem sentir as emoções dos donos, muitas vezes mimetizar essas emoções, é muito natural, cães e gatos quando os donos estão tristes, eles estão tristes, quando estamos felizes eles estão felizes, percebem o quadro energético e emocional dos dono e muitas vezes adaptam-no e mimetizam", elucida André Santos.

IN:NM
 
Topo