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Os famosos gêiseres de Yellowstone podem parar

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Os famosos gêiseres de Yellowstone podem parar

O Old Faithful (velho fiel) talvez deixe de ser assim tão fiel. Um estudo de longo prazo sobre os conhecidos gêiseres do Parque Nacional de Yellowstone sugere que as secas causadas pelas alterações climáticas estão retardando - e podem até paralisar - as erupções regulares dos gêiseres.

Entre 1998 e 2006, pesquisadores acompanharam a periodicidade de erupções em cinco dos gêiseres do parque usando sensores de temperatura. Os dois mais conhecidos deles mostravam as maiores mudanças.

O tempo entre as erupções do Old Faithful cresceu de 75 minutos para 91 minutos, enquanto o intervalo do Daisy subiu de 100 minutos para 170 minutos.

"Os gêiseres são diferentes das fendas calóricas, dos caldeirões de lama e das fontes termais - eles têm erupções", disse Saul Hurwitz, diretor do estudo, do Serviço de Levantamento Geológico dos Estados Unidos, em Menlo Park, Califórnia. "Queríamos saber se era possível aprender alguma coisa sobre o sistema hidrotérmico de Yellowstone ao analisar os intervalos entre as erupções".

Embora ainda reste muito de desconhecido sobre como esses gêiseres respondem a pequenas mudanças em seu ambiente, tendências claras de longo prazo estão emergindo, de acordo com os pesquisadores. O relatório do estudo foi publicado pela revista científica "Geology".

Situação nublada


Os mais famosos gêiseres do Yellowstone, especialmente o Old Faithful, são conhecidos pela regularidade de suas erupções - o padrão é sólido o suficiente para que os turistas possam planejar suas visitas o tendo em conta. Mas os gêiseres dependem de uma combinação única de abastecimento de água, calor e fraturas nas rochas, apontou Hurwitz.

Até mesmo pequenos terremotos, variações modestas na temperatura subterrânea e pequenas alterações na disponibilidade de água podem mudar dramaticamente o tamanho e a aparência de uma erupção, e ninguém sabe exatamente como.

Assim, os gêiseres são muito suscetíveis a mudanças ambientais, como os crescentes períodos de seca que afetam Wyoming, Montana e Idaho, disse Hurwitz.

A equipe dele constatou que, ao longo do período do estudo, os intervalos dos gêiseres se ampliaram à medida que uma longa seca atingiu o parque.

As duas tendências pareciam estar conectadas, mas apenas ao longo de períodos consideráveis. "Quando a região passou a apresentar clima mais seco, os intervalos de erupção se tornaram mais longos", afirmou Hurwitz.

Surpreendentemente, em base mensal, nem todos os gêiseres analisados respondem de maneira semelhante a padrões de precipitação no escuro, mas ao longo dos anos os gêiseres passaram pela mesma tendência, ele acrescentou.

Os cientistas dizem que, se as alterações climáticas continuarem a secar a área, os intervalos entre as erupções dos gêiseres podem continuar a se alongar. Sob condições extremas, o espetáculo pode até mesmo desaparecer.

Quente e perturbado

Michael Manga, geólogo da Universidade da Califórnia em Berkeley, disse que o novo estudo pode ajudar a resolver um antigo enigma sobre a maneira pela qual terremotos afetam gêiseres. "Esse estudo demonstra que mudar a capacidade da água para recarregar o gêiser afeta as erupções", afirmou.

"Talvez seja assim também que os terremotos distantes afetem as erupções -ao mudar a capacidade da água circundante para recarregar o gêiser".

Ken Verosub, geofísico da Universidade da Califórnia em Davis, não participou do estudo e diz que "embora os efeitos das flutuações climáticas de curto prazo não pareçam significativos, as alterações climáticas de prazo mais longo podem ter efeito sério sobre os gêiseres", disse. "Isso pode ser uma má notícia para o turismo".

Terra (BR)
 
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