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Para Manuel Valls, votar na Frente Nacional pode levar à "guerra civil"

kokas

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Set 27, 2006
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Primeiro-ministro francês alertou para o perigo da extrema-direita antes da segunda volta, amanhã, das eleições regionais
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Nunca usou as palavras Frente Nacional (FN), preferindo referir-se apenas à "extrema-direita", mas o ataque de Manuel Valls ao partido de Marine Le Pen não podia ser mais direto. Na antevéspera da segunda volta das regionais, numa entrevista à rádio France Inter, o primeiro-ministro francês denunciou "uma visão do nosso país que defende a divisão". E deixou o alerta: "Essa visão pode levar à guerra civil".Palavras fortes, para tentar reverter a vitória da Frente Nacional na primeira volta de dia 6, quando venceu em seis das 13 regiões da França metropolitana. Inquirido sobre se 40% dos franceses estarão a votar num "engano", como ele denunciou, Valls garantiu que respeita os eleitores da FN porque "quando há um voto de descontentamento, temos de o ouvir" mas sublinhou ser necessário explicar a essas pessoas que estão a votar "num partido racista, antissemita, que não ama a República e que, além disso, engana os franceses".Vencedor em duas regiões na primeira volta, o PS decidiu retirar os seus candidatos das corridas onde estes ficaram em terceiro, atrás d"Os Republicanos (antiga UMP). Tudo em prol da chamada frente republicana, contra a Frente Nacional. Uma atitude que o partido de Nicolas Sarkozy não seguiu, com o ex-presidente a insistir na sua ideia de "nem fusão, nem retirada". Para Valls, os socialistas tomaram "uma decisão corajosa" e apelou a todos os eleitores para irem votar pela "dignidade de França"."Não tenham medo"Alvo do ataque de Valls, Marine Le Pen limitou-se a dizer aos eleitores da Frente Nacional: "Não se deixem enganar por estes métodos de propaganda de baixo nível. Não tenham medo". Em Paris, no último comício antes da segunda volta de amanhã, a candidata na região Nord-Pas-de-Calais-Picardie denunciou o "delírio de excessos".Apesar de ter conseguido 40,64% na primeira volta das regionais, Marine Le Pen pode, no entanto, perder a segunda volta. Pelo menos a acreditar na última sondagem TNS Sofres OnePoint para Le Figaro que dá 53% das intenções de voto a Xavier Bertrand, o candidato d"Os Republicanos, contra 47% para a líder da Frente Nacional. Um resultado para o qual muito contribui a retirada da corrida de Pierre de Saintignon, o candidato socialista que no dia 6 ficou em terceiro lugar, com 18,11% dos votos.Mais renhida está a corrida para outro elemento da família Le Pen. Na região Provence-Alpes-Côte d"Azur, a última sondagem BVA para o jornal Nice Matin coloca Marion Maréchal-Le Pen, a sobrinha de Marine, atrás de Christian Estrosi. O candidato d"Os Republicanos consegue 51% das intenções de votos, contra 49% para a adversária da Frente Nacional. Mais uma vez numa corrida onde os socialistas retiraram o seu candidato, Christophe Castaner.Expulsão do PSNa Alsace-Lorraine-Champagne-Ardenne a corrida é a três. Tudo porque o socialista Jean-Pierre Masseret recusou seguir as indicações do partido para se retirar, continuando na disputa com o número dois da Frente Nacional, Florian Philippot, e Philippe Richert, d"Os Republicanos. A última sondagem Elabe para o Le Parisien dá um empate técnico entre os candidatos da extrema-direita e da direita."Se Philippot ganhar, vou levar muita porrada", admitiu Masseret, referindo-se às consequências da sua recusa de seguir o pedido do PS para desistir antes da segunda volta, oferendo os seus votos a Richert. "O meu papel é difícil porque sou uma espécie de dissidente do PS", explicou o candidato, antes de acrescentar: "Mas tenho de oferecer aos eleitores a dignidade do voto". Masseret está convencido que quem ia votar nele, nunca votaria na direita. E garantiu que não continuou na corrida apenas para manter o seu lugar de conselheiro regional: "Não sou um imbecil que faz isto apenas para manter o cargo".Ameaçado de exclusão pelos socialistas depois das regionais de amanhã, Masseret - militante do partido de esquerda há mais de quatro décadas - não parece muito preocupado com o futuro. "Quero lá saber, vou continuar a ser de esquerda, a ser socialista".


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