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Notícias "Passo atrás" e "grande vitória": as reações opostas dos políticos portugueses à vitória de Trump

Roter.Teufel

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"Passo atrás" e "grande vitória": as reações opostas dos políticos portugueses à vitória de Trump

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Candidato republicano terá uma segunda oportunidade na liderança da Casa Branca, ao ser eleito para um novo mandato.

O PAN considerou esta quarta-feira que foi dado "um passo atrás" nos Estados Unidos da América, com a vitória de Donald Trump, e pediu que a União Europeia reforce o combate às alterações climáticas e a defesa da democracia.

"Hoje foi dado um passo atrás nos Estados Unidos, mas isso não deve desesperançar-nos, pelo contrário. Deve sim reforçar o nosso compromisso com a democracia, com o combate às alterações climáticas e com os direitos humanos", salientou Inês Sousa Real, que falava aos jornalistas na Assembleia da República numa reação à vitória nas eleições presidenciais norte-americanas de Donald Trump.

Na opinião da deputada única, a "Europa não deve ficar isolada" mas sim reforçar "o seu compromisso com a segurança, com a paz, com a adaptação dos Estados-membros para os efeitos das alterações climáticas", lembrando as recentes inundações em Valência, Espanha.

Inês Sousa Real salientou que estão em causa "ciclos políticos" e, por isso mesmo, "a Europa deve reforçar o pilar da segurança, do combate às alterações climáticas e acima de tudo dos direitos humanos", nomeadamente em matérias de igualdade de género.

André Ventura defende que Europa também tem de virar à direita

O líder do Chega enalteceu a "grande vitória" de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, defendendo que, depois de a América ter virado à direita, "a Europa tem de fazer o mesmo".

"Grande vitória de Donald Trump nos EUA. Contra os interesses do sistema instalado, contra os meios de comunicação social tradicionais, contra o globalismo woke. A América mudou hoje e virou à direita. A Europa tem de fazer o mesmo!", escreveu André Ventura no X, a rede social propriedade de Elon Musk, um dos elementos da campanha do candidato republicano.

Donald Trump proclamou hoje de madrugada vitória nas eleições presidenciais de terça-feira, que entretanto foi confirmada pelas projeções de vários órgãos de comunicação social.

O ex-Presidente norte-americano, candidato do Partido Republicano, defrontou Kamala Harris, candidata do Partido Democrata e atual vice-presidente dos Estados Unidos da América.

À saída de um encontro do grupo parlamentar do Chega com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa, André Ventura voltou a congratular-se com a "grande vitória" de Donald Trump.

Segundo o presidente do Chega, "Portugal deve manter excelentes relações com os Estados Unidos" e "os europeus têm que deixar de pensar sobre o chapéu da defesa norte-americana" e "têm de construir a sua própria defesa" para enfrentar "nomeadamente a grande ameaça russa".

Em concreto sobre a guerra na Ucrânia, André Ventura referiu que Donald Trump prometeu "resolver o conflito" e disse esperar "que essa resolução não passe por cortar o apoio à Ucrânia", mas considerou que a Europa "tem e fazer a sua quota parte" também "no combate ao regime autocrático da Rússia".

O presidente do Chega salientou que a sua expectativa é contrária à do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que "entendia que a Europa ia ficar pior se Donald Trump vencesse as eleições".

"Eu entendia que ia ficar melhor. Temos agora quatro anos, felizmente, para ver se vamos ficar melhor ou se vamos ficar ou se vamos ficar pior", acrescentou.

CDS-PP saúda Trump e Partido Republicano por vitórias

O CDS-PP saudou o povo americano pela "votação expressiva" e o futuro presidente dos EUA, Donald Trump, bem como o Partido Republicano, que salientou ser "parceiro do CDS em termos internacionais".

Em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado democrata-cristão João Almeida defendeu que Portugal "deve salientar o seu papel relevantíssimo" na relação entre a Europa e os Estados Unidos no contexto bilateral, da União Europeia e da NATO.

"O CDS saúda o povo americano pela votação expressiva da noite passada e saúda naturalmente o candidato eleito Donald Trump e o Partido Republicano pela vitória que obteve quer no Senado, quer na Câmara dos Representantes. O Partido Republicano é há décadas o partido parceiro do CDS em termos internacionais e obviamente que saudamos essa vitória", destacou.

Questionado se as políticas protecionistas projetadas por Donald Trump podem afetar a economia europeia, João Almeida admitiu que "todos sabem qual é o programa político" do candidato eleito nos Estados Unidos.

"O que é importante neste momento é, por um lado, não perder aquilo que é uma relação essencial entre a Europa e, concretamente, entre Portugal e os Estados Unidos da América", insistiu.

Por outro lado, disse, "a Europa tem que fazer o seu caminho e isso não é uma questão que resulte desta eleição, é um imperativo no contexto europeu".

"Faz todo o sentido que a Europa tenha o seu caminho e que lute para ter (...) uma economia mais competitiva, mas que não seja uma economia e uma vida democrática de costas voltadas para os Estados Unidos. Eu acho que devemos trabalhar em conjunto com os Estados Unidos da América e isso é essencial", considerou.

BE lamenta vitória de Trump que "traduz ausência de política para a paz"

A deputada do BE Marisa Matias lamentou a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas, considerando que representa a "vitória da política do ódio, do racismo e da xenofobia".

"Seja qual for a dimensão, a vitória de Donald Trump é uma péssima notícia, porque é uma vitória da política do ódio, do racismo, da xenofobia, da política que ataca mulheres, que ataca trabalhadores e, portanto, isso só é mesmo uma péssima notícia", lamentou a deputada Marisa Matias, que falava aos jornalistas na Assembleia da República em reação ao resultado das eleições presidenciais norte-americanas.

A deputada bloquista considerou também importante referir, contudo, que "todos os erros" da anterior presidência democrata Biden-Harris, "a começar pela promoção do genocídio em Gaza, só sairão agravados com esta vitória".

Na ótica de Marisa Matias, a vitória de Donald Trump é também uma vitória também de Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e de Putin, presidente da Federação Russa.

"E desse ponto de vista, creio que a Europa, e não apenas a Europa, mas também Portugal, devem começar a fazer um sério caminho de autonomia, de promoção da paz, da cultura da paz e da autonomia dos povos", alertou.

Para o BE, a vitória do candidato republicano representou uma "incapacidade de resposta" a quem trabalha, a quem tem que viver dos rendimentos do seu trabalho, lamentando sobretudo uma "ausência na política internacional de uma política para a paz e, antes, pelo contrário, a promoção da política da guerra".

Marisa Matias salientou a existência de "candidatos e candidatas da esquerda progressista que tiveram votações muito expressivas", pessoas que, na ótica do BE, "nunca alimentaram nenhuma ambiguidade do ponto de vista da política, seja ela da política económica, seja da política para a paz".

"E o que sabemos hoje, também, a propósito disso, é que de cada vez que Trump começar a agravar as políticas do ódio, do racismo, atacar as mulheres, atacar migrantes, atacar trabalhadores, tem nestas pessoas quem lhe faça frente e resistência, e é com essas pessoas que, obviamente, estamos", frisou.

Maria Luís Albuquerque espera relação positiva entre Bruxelas e Washington

A comissária europeia indigitada Maria Luís Albuquerque disse esperar que se mantenha a relação positiva entre a União Europeia e os Estados Unidos, reagindo à eleição de Donald Trump para a Casa Branca.

"Tenho a expectativa de que possa haver uma relação positiva com as autoridades americanas", disse a comissária indigitada, em declarações à margem da audição no Parlamento Europeu (PE) em Bruxelas.

A ex-ministra das Finanças salientou ainda que a parceria entre a UE mantém e os Estados Unidos da América (EUA) "é naturalmente para ser mantida, independente do resultado das eleições americanas".

Ao mesmo tempo, acrescentou, a UE já identificou "há muito tempo a necessidade de se tornar mais autónoma em múltiplas dimensões".

A comissária europeia indigitada por Portugal para a pasta dos Serviços Digitais teve hoje a sua audição prévia no PE, promovida pela comissão parlamentar dos Assuntos Económicos e Monetários, em conjunto com as comissões do Mercado Interno e a da Proteção dos Consumidores e das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos.

Pedro Nuno respeita resultados e espera que país possa ser "parte da construção da paz"

O secretário-geral do PS afirmou que respeita os resultados eleitorais nos Estados Unidos e disse esperar que o país seja "parte da construção da paz" e que continue a aprofundar as suas relações com Portugal.

Em declarações aos jornalistas na sede nacional do PS, em Lisboa, Pedro Nuno Santos frisou que, "enquanto secretário-geral do PS e democrata", respeita os resultados eleitorais nos Estados Unidos e a escolha dos cidadãos americanos.

"O que espero, enquanto cidadão português, europeu, do mundo, é que os Estados Unidos possam ser parte da construção da paz no nosso globo, na Europa, no Médio Oriente e não o contrário. Esse é o meu maior desejo em relação ao futuro dos Estados Unidos", frisou.

Questionado sobre o que é que acha que uma presidência de Donald Trump pode mudar nas relações com Portugal, Pedro Nuno Santos disse esperar que o país continua a aprofundar as suas relações com Washington.

"Os últimos anos têm sido muito ricos desse ponto de vista: um grande número de cidadãos norte-americanos têm descoberto o nosso país, e isso é muito importante para nós, para a nossa economia, para Portugal", frisou.

Correio da Manhã
 
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