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GF Ouro
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Vítor Escária é um dos 12 economistas que colaboraram no plano económico do PS. Antigo assessor de Sócrates, pode ter angariado negócios para o grupo Lena.
É um dos 12 peritos escolhidos por António Costa para elaborar o plano económico do PS, que servirá de guião do programa eleitoral do partido. Vítor Escária foi assessor económico de José Sócrates, antigo primeiro-ministro que está detido por suspeitas de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção e, segundo oSol, os investigadores da Operação Marquês suspeitam que Escária tenha sido angariador de negócios para o ex-governante.
Escreve o semanário, na edição desta sexta-feira, que Vítor Escária esteve meses sob escuta e terá sido alvo de buscas no passado mês de março. Escária trabalhou com Sócrates desde o primeiro mandato e esteve presente aquando das negociações com a troika. Assessor para a área económica, tinha como incumbência a preparação das visitas ao estrangeiro do ex-primeiro-ministro que tinham componente de negócios e contactos com empresas.
Escária terá estado nos encontros que culminaram com a construção de habitações na Venezuela pelo Grupo Lena: os acordos assinados com o grupo empresarial estão a ser inspecionados pelo Ministério Público, que acredita que Sócrates recebeu "luvas" de muitos milhões de euros pela interferência na adjudicação dos contratos. Já depois de Sócrates ter saído do Governo, Escária fez contactos com a Presidência de Moçambique a seu pedido.
Ao Sol, o antigo assessor económico do ex-primeiro-ministro confirmou ter estado envolvido no processo da Venezuela, tendo o Grupo Lena pedido apoio apenas para a celebração do contrato. E admite que as buscas não o surpreenderam: "Desde que Sócrates foi detido, em novembro, e com as notícias que vieram a público percebi logo que mais cedo ou mais tarde isto iria acontecer".
Vítor Escária explicou que não foi constituído arguido e que as buscas se justificaram pela possibilidade de "ter estado em contacto com materiais relevantes". Sublinha que a sua missão era fazer "diplomacia económica e não negócios particulares". Professor de Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão, em Lisboa, Escária confirmou também que Sócrates lhe pediu contactos institucionais após ter saído do Governo, nomeadamente com Moçambique. "Tratei das coisas, mas não sei nada sobre o que se passou", referiu.
dn